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"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

Alegria apesar de tudo. V. Mente segura

Vamos concluir esta série de mensagens. Vimos que, em sua carta aos Filipenses, capítulos 1, 2 e 3, o apóstolo Paulo refere circunstâncias, pessoas e coisas que costumam roubar-nos a alegria que temos em Cristo. Ele também nos ensina a prender estes ladrões de alegria exercitando atitudes que chamamos de

  • mente cristocêntrica (para lidar com as circunstâncias)
  • mente submissa (para lidar com as pessoas)
  • mente espiritual (para lidar com as coisas)
  • mente segura (para lidar com as preocupações)

No capítulo 4, o apóstolo menciona mais um ladrão de alegria, a preocupação excessiva ou ansiedade, e nos ensina a combatê-la exercitando o que chamamos de mente segura.

O apóstolo tinha boas razões para se preocupar. Nos primeiros versículos, ele pede a duas mulheres da igreja de Filipos que procurem se entender, que parem de brigar (4. 2-3). Não sabemos por que estavam se desentendendo, mas elas estavam causando divisão na igreja, e isso desgostava o apóstolo, que amava aquela igreja e orava por ela. Mais que por qualquer outro motivo, Paulo poderia estar preocupado ou mesmo ansioso com a própria situação, pois estava preso em Roma, sempre algemado a um soldado romano, sem saber se viveria ou se seria condenado e morto nos próximos dias (1.13). Apesar de tudo, porém, ele não desanimava, não se deixava dominar pelas preocupações, não permitia que estas lhe roubassem a alegria no Senhor. Qual era o seu segredo? Primeiramente…

O que é ansiedade?

A palavra grega traduzida por “ansiosos”, em 4.6 – “Não andeis ansiosos de cousa alguma…” – significa “ser puxado em diferentes direções”.  Nossas esperanças puxam-nos numa direção; nossos temores puxam-nos para a direção oposta. Resultado: ficamos “rasgados”. De fato, a “ansiedade”, que é preocupação excessiva, violenta tanto a mente como o corpo. Resulta em inquietação, dores de cabeça, dores musculares, úlceras, etc. Do ponto de vista espiritual, a ansiedade é um pensamento errado (mente) e um sentimento errado (coração) acerca das circunstâncias, das pessoas e das coisas. É um perverso ladrão de alegria. Todavia, não basta dizer a si mesmo: “Não vou me preocupar!” É preciso mais que boas intenções e pensamento positivo para pegar esse ladrão. O antídoto para a ansiedade é a mente segura. Em que consiste?.

1. Oração correta (4.6-7). 

“Não andem ansiosos por coisa alguma; mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês  em Cristo Jesus” (4.6-7).

Numa primeira leitura, parece-nos que Paulo é redundante, repete a mesma idéia quando fala de oração, súplicas e ação de graças…  Mas ele está nos advertindo contra o costume de correr para Deus em oração, quando preocupados com algum problema ou necessidade e somente pedir que ele resolva nosso problema ou supra nossa necessidade. Paulo fala, sim, de pedidos, mas em três etapas:  oração, súplica e ação de graças.

  • “Oração” é o termo genérico para o ato de falar com Deus sobre nossas necessidades; inclui adoração, devoção e culto. Ao menor sinal de preocupação, a primeira coisa a fazer é ficar a sós com o Senhor e adorá-lo. Isso faz-nos pensar na grandeza de Deus; lembra-nos que ele é suficientemente grande e poderoso para resolver nossos problemas.
  • “Súplica” é pedido insistente, sincero e humilde de quem admite que está com problemas e tem necessidades. Deus os conhece, mas quer que lhe falemos a respeito e busquemos sua ajuda.
  • “Gratidão” é ensinada em muitas passagens (Ef 5.20; Cl 3.15-17). Deus gosta que lhe digamos “Obrigado!” Lembre-se da história da cura dos dez leprosos, efetuada por Jesus. Somente um deles voltou para agradecer… Jesus comentou: “E os outros nove…?” (Lc 17.11-19).

Resultado: “A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. Paulo, que estava preso, guardado por soldados romanos, vê a paz de Deus como algo que guarda ou mantém tranquilos e confiantes tanto o coração (onde podem ocorrer sentimentos errados) como a mente (onde podem ocorrer pensamentos errados). Exemplo: Daniel 6.10-11.

2. Pensamento correto (4.8).

“Tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (4.8).

Paulo já disse que orar corretamente resguarda nosso coração e nossa mente. Agora, enfatiza que podemos, sim, controlar nossos pensamentos; podemos deliberadamente pensar em algumas coisas, e não em outras. Para exemplo, ele dá aqui uma lista de coisas boas em que pensar. Compare com Sl 19.7-9.

Isto é muito importante, porque os pensamentos têm um poder enorme sobre o estado de espírito (alegria ou tristeza; ânimo ou desânimo etc.); e também sobre nossas ações. Temos que levar “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (II Co 10.5).

Alguém escreveu:

“Semeia um pensamento, colherás uma ação.

Semeia uma ação, colherás um hábito.

Semeia uma hábito, colherás um caráter.

Semeia um caráter, colherás um destino.”

3. Vida correta (4.9).

“Ponham em prática tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim. E o Deus da paz estará com vocês” (4.9)

A mente segura, que ora e pensa corretamente, também e consequentemente ajuda-nos a viver melhor, de modo correto. E que alegria isto nos proporciona! Escolhas equivocadas, vida atrapalhada, contrária à fé  e aos ensinos da Palavra, roubam a nossa paz e a nossa alegria.

“…o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim. E o Deus da paz estará com vocês”

Paulo põe em equilíbrio quadro atividades:

•    Aprendestes e recebestes

•    Ouvistes e vistes

Uma coisa e aprender a verdade; outra é receber a verdade e torná-la parte do caráter. (I Ts 2.13).  Também não basta ouvir; é preciso ver e copiar. Paulo não somente ensinava a Palavra, mas ele vivia o que pregava; seus ouvintes podiam ver e imitar.  Fp 3.17; I Ts 1.5-6; I Co 11.1.

4. Contentamento (4.10-20).

Nesse contexto em que fala de oração correta, pensamentos corretos e vida correta como meios de combater a ansiedade que frequentemente rouba a nossa alegria, Paulo nos exorta, ainda, a exercitarmos o contentamento. Ele agradece as ofertas dos Filipenses, mas fala do seu contentamento:

“… Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece” (412-13).

Preciosa lição! Querer sempre mais gera ansiedade, orações erradas, pensamentos e sentimentos errados, vida errada. E lá se vai a alegria!

Então, como vencer a preocupação e não permitir que ela nos roube a alegria?  Com oração correta, pensamentos corretos, vida correta e contentamento! Se praticarmos estes conselhos de Paulo, a paz de Deus  guardará o nosso coração (4.7), o poder de Deus nos dará vitória  nas adversidades (4.13) e a provisão de Deus não permitirá que nada nos falte (4.18-19). Fácil de memorizar isto: paz, poder, provisão…

 

Eber Lenz César

(Estes estudos aproveitam algumas ideias de um precioso livro de Warrem Wiersbe, intitulado Seja Alegre, Editora Núcleo, Portugal).

 

Veja todas as  mensagens desta série.

       1. Introdução.

          Slides desta mensagem

 

       2.  Mente cristocêntrica (Fp 1).

             Slides desta mensagem.

 

       3. Mente submissa (Fp 2).

            Slides desta mensagem

 

        4. Mente espiritual (Fp 3).

            Slides desta mensagem

 

        5. Mente segura (Fp 4)

           Slides desta mensagem

 
 
 
Pr. Éber Lenz César

(Idéias adaptadas do livro Seja Alegre, de Warrem Wiersbe, Ed. Núcleo, Portugal))

 

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