Pages Navigation Menu

"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

Construindo o casamenjto com amor. X. O amor é lindo!

O sexo é uma das criações maravilhosas de Deus. Ele criou o homem “à sua imagem e semelhança; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Depois, “viu tudo quanto fizera, e eis que era muito bom (Gn 1.31). Foi dele também a idéia expressa em Gn 2.24:  “… deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Deus planejou também que a união sexual de um homem com uma mulher e vice-versa fosse, ao mesmo tempo, uma experiência pura e prazerosa. A carta aos Hebreus, 13.4,  refere a santidade do relacionamento sexual dos casados:

“Digno de honra entre todos seja o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.” (Versão Revista e Atualizada).
“Que o casamento seja respeitado por todos, e que os maridos e as esposas sejam fiéis um ao outro” (Bíblia na Linguagem de Hoje).

Por outro lado, Provérbios 5.18-19 fala do prazer e alegria da relação conjugal:

Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias.” (RA).

O Cântico dos Cânticos, do sábio Salomão, têm muitas aplicações espirituais, mas as referências são, antes de tudo, ao romance e às carícias físicas de um casal no processo de namoro, noivado e casamento. Veja por exemplo, 4.10:

Que belo é o teu amor, ó minha irmã, noiva minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho, e o aroma dos teus ungüentos do que toda sorte de especiarias” (RA).

“Como são deliciosas as suas carícias, minha namorada, minha noiva! O seu amor é melhor do que o vinho; o seu perfume é o mais agradável que existe” (BLH).

Infelizmente, a vida sexual de muitos casais não é assim tão pura, alegre e prazerosa. Ao contrário, é fonte de profunda insatisfação e constantes ressentimentos.  Em muitos casos, os casais, ainda na fase de namoro e noivado, confundem amor verdadeiro com atração física e carnal, e precipitam as relações sexuais; a posterior lua de mel perde muito do seu encanto. Já nas primeiras semanas de vida conjugal, começam as crises… Por fim, o casal concluiu que o ajustamento sexual não acontece naturalmente – toma tempo e exige muito esforço e muita renúncia.

Tantos são os problemas relacionados com o ajustamento sexual no casamento que os conselheiros matrimoniais geralmente os classificam como causa principal das discórdias entre os casais. Se o sexo é criação de Deus e é muito bom, por que tantos casais, mesmo cristãos, têm problemas sérios nesta área?

Sexo pré-conjugal e extraconjugal.

Coisas boas podem ser mal usadas! A prática do sexo no casamento é uma experiência maravilhosa, que tem a bênção de Deus. Todavia, fora do casamento, pode causar problemas físicos, emocionais e espirituais, e dificultam a vida sexual satisfatória no casamento.

Vivemos dias de grande e crescente permissividade. Muitos defendem a idéia de que, se duas pessoas se amam, não há porquê não experimentarem logo a expressão maior do seu amor.  Mas isto depende da relação pessoal que o casal tem com Deus e com Cristo, seu Senhor! Se eles levam o Senhor a sério, certamente desejarão ouvir e praticar o que o Senhor diz sobre o assunto. E ele diz muitas coisas… tanto no Velho como no Novo Testamento.  Uma das passagens mais completas é I Tessalonicenses 4.3-8. Destacamos o seguinte:

(a)   “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição”.

Outras versões usam os termos “fornicação” ou “imoralidade” em lugar de “prostituição”. De qualquer modo, a referência é a todo intercurso sexual fora dos limites do casamento, seja o pré-conjugal ou extraconjugal.  Não importa quão profundos sejam os sentimentos mútuos entre um homem e uma mulher. Esta e outras passagens dizem que a vontade de Deus é que seus filhos sejam santos (separados, eticamente diferentes das pessoas que não amam o Senhor) e se abstenham deliberadamente dessas experiências. Se Deus exige isto, certamente é para o nosso bem.

(b)   “Que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os… que não conhecem a Deus…”.

O corpo que Deus nos deu tem músculos, formas, beleza, sensualidade e… órgãos sexuais. Atrai o sexo oposto! Seus dons e potencialidades podem ser usados para o bem ou para o mal. É preciso saber possuir e usar de maneira santa, ética, comprometida e respeitosa, e não com o desejo de lascívia, isto é, como arma de sedução, visando unicamente à satisfação libidinosa e egoísta.

(c)   “… e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão…” .

É  relativamente fácil seduzir ou induzir uma pessoa do sexo oposto a fazer o que, de fato, não quer fazer, pelo menos por enquanto, antes do casamento. Declarações de amor e promessas ocultam intenções egoístas e carnais. Isto é uma ofensa! E é defraudação (roubo) também… de princípios, de consciência pura, de sonhos, de respeito próprio, da virgindade até então preservada para o cônjuge. Há também a ofensa comunitária, o mau exemplo, o escândalo… Tudo isto, supondo que tais valores morais ainda existam!

(d)   “… porque o Senhor, contra todas estas coisas… é o vingador” .

Se os conceitos referidos acima parecem antiquados no contexto sócio-cultural moderno, e não nos sensibilizam, talvez esta parte final do texto que estamos examinando nos impressione um pouco mais:  Deus nos perdoa, sim, quando nos arrependemos e deixamos o pecado. Mesmo assim, alguns pecados deixam marcas, consequências muito danosas: o sexo pré-conjugal pode resultar em gravidez indesejada e afetar a confiança mútua dos envolvidos; o sexo extraconjugal produz culpa e, se descoberto, será um tremendo desastre para o casamento; o sexo promíscuo propaga doenças venéreas e AIDS.

Talvez alguém esteja dizendo: “Nós estamos juntos há alguns anos…” ou “Nós estamos casados agora, mas ainda sofremos com sentimento de culpa e com desconfiança. Isto tem prejudicado nossa vida sexual. O que podemos fazer?” O casal pode e deve reconhecer o erro que cometeu um contra o outro, e pedir perdão um ao outro, cada qual por sua parte na culpa. E ambos devem confessar seu pecado a Deus. Ele é Pai misericordioso e perdoador. A segurança do perdão tanto do cônjuge como de Deus os ajudará a começar de novo nesta área tão importante da vida.

Atitudes impróprias para com o sexo.

As atitudes impróprias para com o sexo também têm prejudicado muito a vida sexual dos casados. Alguns cristãos, por incrível que pareça, pensam que o sexo é sujo e pecaminoso por natureza, um ato necessário para a perpetuação da raça, mas não para o prazer.  Mas a Bíblia ensina diferente.

Na época do apóstolo Paulo, havia ente os cristãos de Corinto um grupo de ascetas que, devido a promiscuidade sexual comum na cidade, diziam que os cristãos deviam abster-se de toda e qualquer relação sexual, mesmo no casamento. Diziam: “É bom que o homem não toque em mulher…” O apóstolo precisou corrigir esse ensino, mas com cuidado para não parecer liberal.

Leia I Co 7. 1-5. Destacamos o seguinte:

(a)   Cada homem deve ter a sua esposa, cada mulher, o seu marido. (vs.1-2) “Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque mulher; mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” .

Pessoas adultas solteiras, homens e mulheres, têm carências e desejos sexuais. Nesta passagem o apóstolo admite que, se não se casarem, serão tentados a satisfazer tais carências e desejos fora do casamento, o que, de acordo com o ensino geral das Escrituras, é impureza ou imoralidade. Assim, cada homem deve ter a sua própria esposa, e cada mulher, o seu próprio marido.

Esta passagem indica, também, que é absolutamente normal que o homem e a mulher tenham desejos sexuais. Alguns subjugam ou abafam estes desejos com outros desejos mais intensos. Foi o que aconteceu com o próprio apostolo Paulo que, totalmente devotado à pregação do evangelho e à obra missionária, tornou-se um celibatário. Ele via isto como um dom de Deus (I Co 7.7). Outros, forçados pelas circunstâncias, redirecionam seus desejos sexuais e liberam sua energia de outro modo, evitando a imoralidade e o pecado com uma vida cristã intensa e atividades sociais, profissionais e esportivas saudáveis.  É o caso dos solteiros, viúvos, divorciados ou casados cujo cônjuge, por algum motivo, ficou impossibilitado de relacionar-se sexualmente.

(b)   Deveres mútuos. “O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa ao seu marido” (v.3).

Esta passagem diz claramente que o marido e a esposa são responsáveis pela satisfação das necessidades sexuais um do outro. Porém, isto deve ser muito mais que uma obrigação ou um fardo. Quando os cônjuges se amam sinceramente e profundamente, cumprir este “dever” é um privilégio, um prazer e uma alegria. Deus os criou de modo que a satisfação mútua das necessidades sexuais seja a mais significativa expressão do seu amor altruísta.

(c) O corpo de um… o corpo do outro! (v.4). “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher”.

Este ensino é absolutamente claro. O corpo do marido pertence à sua esposa; é para o prazer dela. O corpo da esposa pertence ao seu marido; é para o prazer dele. Ambos têm privilégios e responsabilidades iguais.  O marido cristão, que ama a sua esposa, admira, deseja, acaricia, afaga e possui o corpo dela, com a bênção de Deus; a esposa cristã, que ama seu marido, admira, deseja, acaricia, afaga e possui o corpo dele, com a bênção de Deus.  Deste modo, ambos tanto recebem como dão prazer. Em lugares públicos, a regra é a discrição; no quarto, por trás das portas…

Em lugar nenhum a Bíblia limita a variedade de maneiras pelas quais os cônjuges podem gratificar um ao outro com seus corpos, desde que haja mútuo consentimento e prazer. A propósito, recomenda-se a leitura dos Cânticos dos Cânticos, de Salomão, principalmente 4.1-5,7-15; 7.1-9 (que falam do prazer e alegria que o marido tem com a sua amada) e 2.3-9; 5. 10-16 (que falam do prazer e alegria da esposa com o seu amado).

(d) Não se neguem um ao outro! “Não vos prives um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência” (v.5).

Alguns cristãos têm a estranha noção de que é altamente espiritual abster-se das relações sexuais; pensam que cristãos santificados ou dedicados ao ministério da Palavra não devem se interessar por esse tipo de coisa. Na Igreja Católica, santidade e sacerdócio não combinam com sexo. Daí o dogma da virgindade perpétua de Maria e o celibato obrigatório para padres e freiras. Tais pensamentos e conceitos são contrários ao ensino da Palavra de Deus! Nesta passagem, então… O apóstolo recomenda: “Não vos priveis um ao outro…” Significa: “Não tire, não roube do seu cônjuge este direito e este prazer… Se o fizer, você o exporá a severas tentações de Satanás e ao pecado!” Será que isso tem a ver com a pedofilia de sacerdotes?

Todavia, os dois podem “concordar em não ter relações por algum tempo” por alguns motivos: (a) diante de um desafio maior, para se dedicarem mais intensamente à oração; (b) durante o período menstrual da esposa; (c) uma completa indisposição física e/ou emocional de um dos cônjuges. Mas o casal logo retomará suas relações normais que, qualquer que seja a frequência eles concordam que é mutuamente satisfatória, para que Satanás não os tente a buscar satisfação fora do casamento.

Conclusão.

Ao invés de impedir ou restringir a vida sexual regular e satisfatória, a Bíblia a encoraja. Quando o Senhor Jesus está no controle da nossa vida, tornamo-nos amorosos, altruístas e dadivosos. E este é o segredo de um casamento bem sucedido, o que inclui vida sexual bem sucedida.

O amor altruísta faz com que os cônjuges reconheçam as mútuas características sexuais e emocionais, e tratem um ao outro de acordo. Por exemplo, é geralmente aceito que a visão do corpo de uma mulher rapidamente predispõe ou excita o homem para a relação sexual; as mulheres, porém, geralmente respondem mais lentamente com palavras românticas, carinhos e afagos preliminares. A esposa não deve ficar surpresa ou perturbada com os avanços mais frequentes e rápidos do seu marido; e o marido não deve ficar transtornado com o aparente desinteresse da sua esposa. Ela graciosamente se esforçará para corresponder às expectativas do seu marido; e ele se esforçará para ser paciente, delicado e amoroso com a sua esposa. Haverá ocasiões em que o a esposa fará sexo sem muita vontade, só para satisfazer o seu marido.

Por fim, é preciso lembrar que as relações sexuais mais bem sucedidas acontecem naturalmente depois de horas ou dias de preciosa amizade e boa comunhão. De certo modo, uma relação sexual satisfatória à noite, começa de manhã… ou dias antes!

Obviamente, este estudo não teve intenção de prover técnicas sexuais. Seu propósito foi estabelecer e recomendar atitudes próprias para com o sexo, de acordo com o claro ensino da Palavra de Deus. Estas atitudes têm que preceder as técnicas recomendadas nos livros afins.

Veja os outros estudos desta série, na página Cursos Bíblicos.

Pr. Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com).

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *