Pages Navigation Menu

"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

Membros uns dos outros. III. Suportai-vos…

Será que temos alguma coisa a ver com a vida alheia? Devemos nos intrometer? Se  são chatos, temos que aguentar? Aguente-me… e leia isto.

Quando o outro é “mala”.

“Suportar” significa sustentar,  aguentar um peso. A exortação bíblica “suportai-vos uns aos outros”, portanto,  indica que, certas pessoas, por razão de sua procedência, conceitos, costumes, jeito de ser, poderão se tornar um peso ou, como dizemos,  mala. Entretanto, por amizade, gentileza e espírito cristão, precisamos suportar este peso, carregar esta mala…  Não é fácil. Por isso mesmo, antes de dizer aos seus leitores de Colossos que eles precisavam “suportar uns aos outros”, o apóstolo recomendou:

“Revesti-vos… de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de mansidão, de longanimidade, de amor…” (Cl 3.12-14. Ver Ef 4.1-3).

Somente com  tais sentimentos teremos forças para suportar o peso das diferenças ou mesmo chatices do outro. Do outro? Espere aí! Paulo diz “uns aos outros”…  Muito provavelmente eu também sou ou nós somos, para alguns, um peso, mala mesmo! Eles têm que nos suportar, também!

Um exemplo.

Nos capítulos 14 e 15 de sua carta aos Romanos, o mesmo Paulo lida com um problema surgido nas igrejas daquele tempo, ou seja, as opiniões diferentes sobre o comer ou não comer carne de animais sacrificados aos ídolos pelos pagãos e depois vendida nos açougues. O apóstolo escreveu:

“Sobre comer ou não comer carne que já foi oferecida aos ídolos, pode ser que vocês creiam que não há mal nenhum nisso, porém, outros têm a fé mais fraca; pensam que está errado; e passarão sem carne… comendo verduras…”

As opiniões divergiam também na questão dos feriados religiosos:

“… alguns pensam que os cristãos devem observar feriados judaicos como dias especiais para  se adorar a Deus; já outros dizem que é um erro e um absurdo todo este incômodo, visto que todos os dias pertencem a Deus” (Rm 14.2-5. Bíblia Viva).

Examine o contexto e observe:

a)  O apóstolo ergue o problema do nível egoísta do “eu penso”, ou “eu quero”, e o coloca no alto nível do amor (14.3,13,15,21). Em  Ef 4.2-3 lemos “suportai-vos… em amor”.

b) Dos que são “fortes” e percebem melhor o que realmente importa, dos que “crêem que de tudo podem comer”, e “julgam iguais todos os dias”, destes espera-se que “suportem as debilidades dos fracos e não vivam para agradar a si mesmos… [mas] ao próximo no que é bom para a edificação. Porque também Cristo não se agradou a si mesmo…” (15.1-3).

A Bíblia Viva traduz:

“Mesmo que acreditemos que não faz diferença para o Senhor se praticamos essas coisas, mesmo assim não podemos ir adiante e praticá-las para agradar-nos a nós mesmos. É preciso carregar o fardo de termos consideração para com as dúvidas e temores de outras pessoas, aquelas que sentem que essas coisas estão erradas…”

O árbitro.

Ainda no contexto da exortação que estamos estudando, o apóstolo diz: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vossos corações…” (Cl 3.15). As opiniões divergentes acerca das questões práticas da vida cristã e as atitudes  das pessoas em face dessas divergências devem ser arbitradas pela “paz de Cristo” nos corações. Enquanto essa paz estiver ali, podemos saber que as opiniões são legítimas e as atitudes estão impregnadas de misericórdia, de bondade, de mansidão, de longanimidade e de amor.

Essa arbitragem é da melhor espécie. Entretanto, pode dar-se o caso de nos sentirmos em paz e, apesar disso, estarmos pecando contra os irmãos, impondo-lhes nossas opiniões e gostos. Essa “paz” não seria a de Cristo, mas, sim, a do mundo (Jo 14.27);  seria um sentimento de vitória sobre o outro, de predominância. Para prevenir este mal, o apóstolo acrescenta:

“Habite ricamente em vós a palavra de Cristo. Instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente” (Cl 3.16).

A “paz de Cristo” é o árbitro subjetivo; a “palavra de Cristo”  é o árbitro objetivo. Falaremos sobre esta instrução mútua no próximo estudo.

Você diria que na sua família, na sua igreja ou no seu trabalho alguns pensam diferentemente de você em certos aspectos da vida? Diria que essas questões são sealmente importantes, no caso da igreja, para garantir a sã doutrina, a comunhão com Cristo ou testemunho cristão perante o mundo? Sua opinião a respeito baseia-se na Palavra de Cristo ou em tradições e preferências pessoais?  Como você lida com os que  pensam diferentemente de você?

Pr. Éber César (eberlenzcesar@gmail.com)

Veja os outros estudos desta série:

4. Instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente.
5. Exortai-vos mutuamente.
6. Exortai-vos uns aos outros.
7. Consolai-vos uns aos outros.
8. Confessai os vossos pecados uns aos outros.

9. Acima de tudo, amor.

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *