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"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

Membros uns dos outrros. V. “Exortai-vos mutuamente” (Hb 3.13)

Quem não precisa de um empurranzinho? Todos passamos por dificuldades, enfrentamos desafios, achamos que não vamos conseguir… Podemos e devemos reagir, pensar positivamente, lembrar lutas e vitórias passadas; melhor ainda, situações difíceis, desanimadoras, em que Deus nos ajudou e nos deu a vitória. Será sempre mais fácil se um amigo ou irmão em Cristo nos encoraje:

Vamos! Você pode? Você consegue!

Isto é exortação.  Hoje alguém nos exorta. Amanhã, quem sabe, será nossa vez de encorajar.

Na sequência das expressões de mutualidade ou “uns aos outros” do Novo Testamento, vamos refletir hoje sobre esta que aparece em Hebreus 3.13:

“Tende cuidado, irmãos,, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia…”

O significado desta recomendação será melhor compreendido à luz do seu contexto. Um pouco mais à frente, citando o Salmo 95, o autor lembra dois incidentes ocorridos durante as jornadas de Israel no deserto.

Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, pondo-me à prova… Por isso me indignei contra esta geração e disse: Estes sempre erram no coração… Assim, jureu na minha ira: Não entrarão no meu descanso… (Hb 3.7-11 e Sl 95.7-11).

Em seguida, significativamente, vem o texto que estamos estudando:

“Tende cuidado…  exortai-vos mutuamente cada dia…”

Esquecimento que desanima.

O que aconteceu com Israel no deserto? Depois da travessia do Mar Vermelho, o povo desceu pelo lado oriental do Golfo de Suez, na direção do Sinai. Caminharam três dias e não encontraram água potável e, a certa altura, não havia mais o que comer. Mas Deus proveu-lhes água, pão e carne, em pleno deserto (Êx 15.22-16.36). Mais à frente, em Refidin, faltou água outra vez. O povo, esquecido das anteriores provisões de Deus, contendeu com Moisés e murmurou contra Deus. O Senhor, misericordiosamente, fez sair água da rocha, no meio do deserto. Moisés chamou aquele lugar de Massá e Meribá (Êx 17.1-7). Massá significa tentação, provocação; Meribá quer dizer contenda.

Israel, porém, se esqueceu deste milagre em Refidim tão depressa como se esquecera da passagem pelo Mar Vermelho, das águas de Mara,  do maná e da carne das codornizes. E por não se lembrar destas expressões do poder e da misericórdia de Deus, continuou reagindo com incredulidade, desânimo e murmuração diante das dificuldades.

Lembrança que encoraja.

Foi o que aconteceu em Cades, perto de Canaã (Nm 13-14). Moisés enviou doze homens para espiarem a terra. Os homens viram que a terra era, de fato, muito boa, mas difícil de conquistar. Dez deles, incrédulos e pessimistas, exageraram as dificuldades e desanimaram o povo. Os outros dois, Josué e Calebe, lembrando os feitos poderosos do Senhor,  exortaram ou encorajaram o povo. Disseram:

“Eia! subamos, e possuamos a terra, porque certamente… o Senhor… nos fará entrar nessa terra… O Senhor é conosco!” (Nm 13.30; 14.6-9).

Mas  o povo não deu ouvidos a Josué e Calebe, razão porque o Senhor disse que nenhum deles entraria em Canaã, exceto Josué e Calebe, “porque neles houve um outro espírito” (Nm 14.11,21-24). Israel vagou pelo deserto quarenta anos, até morrer toda aquela geração; foram seus filhos que entraram em Canaã, com Josué e Calebe (14.29-32. Ver Sl 95.8-11).

Os descansos de Deus.

O autor da epístola aos Hebreus recorda estas facetas da história de Israel, e pergunta:

“Contra quem (Deus) se indignou…? E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes? Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade” (Hb 3.17-18).

Seu objetivo é fazer-nos entender que, se formos incrédulos e desobedientes, também não entraremos no “descanso de Deus”.

Há quem compare a libertação de Israel da escravidão no Egito com a nossa libertação da escravidão do pecado; suas jornadas no deserto com as nossas peregrinações neste mundo; e a Terra Prometida com o céu. Entrar no “descanso de Deus” para nós é entrar no céu. Todavia, há outros “descansos”, aqueles que Deus nos dá depois das conquistas que empreendemos. Nestes descandos também só entram os que confiam e obedecem.

Tende cuidado… Exortai-vos!

O remédio para a incredulidade, o pessimismo e o desânimo é a exortação. Como exortar? Pondo-se ao lado do amigo ou irmão incrédulo, pessimista e desanimado e encorajando-o com palavras semelhantes às de Josué e Calebe:

“Eia! subamos, possuamos a terra… O Senhor no-la dará… Ele abriu o Mar Vermelho… Ele nos proveu água quando tivemos sede…”

Há um hino, muito conhecido, que exemplifica perfeitamente o que é exortação:

“Se da vida as vagas procelosas são,
Se, com desalento, julgas tudo vão,
Conta as muitas bênçãos, dize-as duma vez,
E verás surpreso quanto Deus já fez.
Seja o combate longo ou breve aqui,
Não te desanimes: Deus será por ti.
Seu divino auxílio minorando o mal,
Te dará consolo e galardão final.”
(Hinário Novo Cântico, no 63)
Veja os demais estudos desta série em Curso Bíblicos

Pr. Éber Lenz César  (eberlenzcesar@gmail.com)

Veja os outros estudos desta série:

6. Exortai-vos uns aos outros.
7. Consolai-vos uns aos outros.
8. Confessai os vossos pecados uns aos outros.
9. Acima de tudo, amor.

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