Pages Navigation Menu

"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

Membros uns dos outros. VI. Admoestai-vos uns aos outros. Rm 15.14

Se o amigo ou irmão em Cristo erra, devemos corrigi-lo? Muitos acham que não. Acham que cada um deve cuidar da sua vida, até porque todos erramos. Outros nem pensam duas vezes. Partem logo para a crítica, a correção. Mas o fazem é mais uma “bronca”. O que diz a Bíblia?

Vamos primeiro recordar uma distinção. Muitos confundem exortação com admoestação. Não está errado considerar como sinônimas essas palavras. Todavia, o sentido principal de exortação é encorajamento (estudo anterior), e o de admoestação é correção. Os dicionários definem exortar como animar, incentivar, estimular; e admoestar como advertir de falta, repreender com brandura.

A necessidade de admoestação.

Havia na igreja de Roma “aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina… e enganam os corações dos incautos” (Rm 16.17-18). Por isso, em sua epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo expressou este desejo e esperança:

“E certo estou, meus irmãos… de que estais possuídos de bondade, cheios de todo conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros” (Rm 15.14).

Os membros daquela igreja estavam expostos aos desvios doutrinários e de conduta. Necessitavam de admoestação:

  • Primeiramente, no sentido de advertência, de aviso do perigo. Os cristãos de Éfeso também estiveram expostos ao mesmo perigo, razão porque foram admoestados pelo mesmo apóstolo “por três anos, noite e dia, com lágrimas” (At 20.31).
  • Mas a admoestação não é apenas advertência de perigo iminente; é também repreensão por falta cometida, visando ao arrependimento e à correção. Os que se desviaram da sã doutrina e procederam mal, na igreja de Roma, tinham que ser admoestados, corrigidos e reconduzidos.

Em todas as igrejas havia e há esta necessidade. Daí a conhecida exortação aos cristãos Hebreus, de toda parte:

“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.25).

Na igreja de Tessalônica havia gente insubmissa e desobediente. Paulo lhes escreveu:

“Exortamo-vos, irmãos, a que admoesteis os insubmissos (preguiçosos ou ociosos, noutras versões)… Caso alguém não preste obediência à nossa palavra… adverti-o como irmão” (I Ts 5.14; II Ts 3.14-15).

O ministério de Paulo em Éfeso, que durou três anos, não impediu o surgimento de falsos mestres, discussões e desvios. Quando partiu, ele deixou ali o jovem pastor Timóteo, recomendando-lhe:

“Fique longe das discussões … elas sempre acabam em brigas. O servo do Senhor não deve andar brigando… Deve ser um mestre bom e paciente, que corrige com delicadeza aqueles que são contra ele…” (I Tm 1.3-6; II Tm 2.25-26 NVLH).

Aptidão para admoestar.

Olhe outra vez o texto principal desta mensagem:

“Certo estou… de que estás possuídos de bondade, cheios de todo conhecimento; aptos para vos admoestardes…”

A admoestação, assim como a instrução, a exortação e a consolação, exige aptidão. De acordo com esta passagem, a aptidão para admoestar consiste de bondade (e todas aquelas outras virtudes mencionadas em Gl 5.22-23) e de conhecimento da Palavra. Quando deixou Timóteo em Éfeso, com a incumbência de admoestar os faltosos, o apóstolo Paulo disse-lhe mais: “Pregue a mensagem … repreenda… Pois vai chegar o tempo em que … não vão dar atenção ao verdadeiro ensinamento…” (NVLH) Na versão Revista e Atualizada, lemos: “Prega a palavra…Corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina” (II Tm 4.2). Parece escrito exatamente para os nossos dias!

Por que há pouca admoestação?

Por que, então, nos escusamos de admoestar uns aos outros, quando incorremos em faltas? Não será por uma ou mais destas razões a seguir?

  • Egoísmo. Não nos importamos com os outros. “Pior pra eles!”
  • Respeito-humano. Será que a Bíblia recomendaria a admoestação se fosse um desrespeito?
  • Culpa. É a “trave” em nosso olho que nos impede de ver claramente para tirar o “argueiro” no olho do irmão? (Mt 7.4-5).
  • Falta de conhecimento. Não sabemos o que a Bíblia diz a respeito; não temos opinião formada (Leia II Tm 2.15; 3.16-17).

Por estas e outras razões, muitos têm se escusado de admoestar os irmãos faltosos, com sérios danos para os mesmos e para a igreja.

Mais grave ainda que esta omissão, é o pecado da maledicência. Ao invés de admoestarem os faltosos com brandura e com bases bíblicas, muitos ficam a comentar as faltas de seus irmãos. Tiago escreveu: “Não faleis mal uns dos outros” (4.11). Cristo indicou o caminho todo que devemos seguir ao lidarmos com os pecados dos irmãos: “Se teu irmão pecar, vai argüi-lo (admoestá-lo) entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas… E se não os atender, dize-o à igreja…” (Mt 18.15-17. Ver Gl 6.1).

Pr. Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com)

Veja os outros estudos desta série:

3. Suportai-vos uns aos outros.
4. Instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente.
5. Exortai-vos mutuamente.
7. Consolai-vos uns aos outros.
8. Confessai os vossos pecados uns aos outros.
9. Acima de tudo, amor.

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *