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"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

Membros uns dos outros. VII. Consolai-vos uns aos outros. I Ts 4.18.

Esta é mais uma possibilidade, senão dever de ajuda mútua na família da fé e mesmo entre amigos fora da igreja. Todos temos momentos ou dias de tristeza, desânimo, angústia, depressão… E é tão bom quando alguém, com sincera amizade e empatia, se achega para nos conforta e encorajar… Mas é preciso saber fazê-lo.

O sentido desta recomendação apostólica – “Consolai-vos uns aos outros…” – aproxima-se do da expressão “exortai-vos uns aos outros”.  Da mesma raiz grega provêm as palavras “exortação” e o título “Consolador”, atribuído ao Espírito Santo em João 16.7.  A distinção pode ser a seguinte:

  • “exortação” é o encorajamento de que necessita o irmão desanimado por razão de negligência espiritual e incredulidade;
  • “consolação” è o encorajamento e o conforto de que necessita o irmão desalentado e entristecido por uma provação ou sofrimento. “Consolar”, portanto, é confortar, aliviar o sofrimento, suavizar a dor.

O apóstolo Paulo, que foi uma dos cristãos mais experimentados no sofrimento, escreveu aos cristãos Romanos:

“Muito desejo ver-vos…. para que em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos, por intermédio da fé mútua, vossa e minha” (Rm 1.11-12).

O consolo da Palavra de Deus.

A consolação, assim como a exortação, baseia-se nos relatos bíblicos do que Deus tem feito por seus filhos, e também em suas “preciosas e mui grande promessas” (II Pe 1.4).  O cristão sofrido e entristecido é consolado quando um outro irmão lhe ministra a Palavra de Deus, ou mais exatamente, textos bíblicos adequados para o momento. É o que Paulo nos diz em I Co 14.3,31:

“O que profetiza (ministra a Palavra), fala aos homens, edificando, exortando e consolando… Todos podereis profetizar… para todos aprenderem e serem consolados.”

Em Rm 15.4, o mesmo apóstolo relaciona outra vez o ensino da Palavra com a consolação. Além disso, ele consolou os cristãos de Tessalônica, que estavam entristecidos com a morte de alguns irmãos, instruindo-os acerca do que acontecerá com os que “dormem em Cristo”:  hão de ressuscitar quando o Senhor voltar e, reunidos aos cristãos que estiverem vivos na ocasião, serão arrebatados para o encontro com o Senhor nos ares ( I Ts 4.13-17). Estas são “preciosas e mui grandes promessas” ! E o apóstolo acrescentou:  “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (v.18). Com estas e com tantas outras igualmente confortadoras que encontramos na Bíblia.

Bom senso e sensibilidade.

Lamentavelmente, muitos cristãos têm desconsolado ainda mais seus irmãos entristecidos tentando “consolá-los” com palavras e sabedoria próprias e não de Deus.  Limitam-se a contar suas experiências e, muitas vezes, impropriamente.  Se pretendemos consolar os pais de uma criança com dengue hemorrágica, não ajuda nada contar histórias de crianças que morreram com dengue hemorrágica. Como nos sentiríamos se o fizessem conosco?  Algumas experiências, nossas e de outros poderão ser úteis ao propósito da consolação, se usadas com bom senso, sensibilidade, empatia, no momento certo e com a intenção de ilustrar ou comprovar a Palavra de Deus e suas preciosas promessas.

Quem consola, afinal?

O verdadeiro consolo vem de Deus. Somos apenas seus instrumentos. O apóstolo Paulo lembrou aos cristãos de Corinto que o “Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” é

“Pai de misericórdia e Deus de toda a consolação…  É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar aos que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus” (II Co 1.3-4).

Escreveu-lhes também que “Deus conforta os abatidos” (II Co 7.6).

Consolando e encorajando aqueles cristãos de Tessalônica, que haviam perdido seus entes queridos,  o apóstolo lhes escreveu:

“Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo, e Deus nosso Pai que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança… console os vossos corações…” (II Ts 2.16-17).

O Pai e o Filho nos consolam através do Espírito Santo, ao qual Jesus referiu-se como sendo o “outro Consolador” (Jo 14.16 e 17).

Há muita gente sofrendo por aí.  Se estão próximas de nós, na mesma família, na mesma igreja, no mesmo trabalho ou vizinhança, bem pode ser que Deus queira usar-nos para consolá-las. Para tanto, vamos frisar, precisamos de sensibilidade, empatia, amor, algum conhecimento da Bíblia e lembrança das ocasiões em que o Senhor nos consolou! Certamente, nós também vamos precisar de consolo, em determinados momentos.

Coisa triste o que aconteceu com o salmista: “Esperei por consoladores, e não os achei” (Sl 69.20).  Não aconteça com nossos amigos e irmãos. E nem conosco! “Consolai-vos uns aos outros!”

Pr. Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com).

Veja os outros estudos desta série:

3. Suportai-vos uns aos outros.
4. Instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente.
5. Exortai-vos mutuamente.
6. Exortai-vos uns aos outros.
8. Confessai os vossos pecados uns aos outros.
9. Acima de tudo, amor.

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