Natal com fé, esperança e amor (III)
(III) Natal com amor
A Bíblia tem muito a nos dizer sobre o amor de Deus e de Cristo por nós. E o Natal é a melhor ocasião para pensarmos nisso. Cito apenas duas passagens:
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna…” (Jo 3.16).
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).
Há muitas outras passagens. A Bíblia, do começo ao fim, fala do amor de Deus por nós. Mas esta mensagem é sobre nossa fé, nossa esperança e nosso amor… Então, vamos ver algumas poucas passagens sobre nosso amor a Deus e a Cristo, e sobre nosso amor uns aos outros.
O grande e primeiro mandamento
Um intérprete da Lei uma vez perguntou a Jesus: “Mestre, qual é o grande mandamento da Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos, dependem toda a Lei e os profetas” (Mt 22.36-40).
O amor a Deus e a Cristo é o primeiro e grande mandamento da Lei de Deus. O segundo, que inspira-se ou resulta do primeiro, é o do amor ao próximo. O apóstolo João escreveu: “Deus […] nos amou e enviou o seu Filhos como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros […]. Nós amamos porque ele nos amou primeiro […]” (I Jo 4.10,11,19).
E o apóstolo Paulo escreveu: “O amor de Cristo nos constrange […]” (II Co 5.14). Constrange-nos a amar a Deus e a Cristo e constrange-nos a amar nossos irmãos. Por isso o mesmo apóstolo dizia: “Sim, Deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3.8).
O próprio Jesus disse: “Assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.34-35).
No fim, só amor!
O Novo Testamento nos ensina que o Espírito Santo concede aos que creem, certos dons os habilidades para serviço na igreja. Nós os chamamos “dons espirituais” e os distinguimos dos “talentos naturais”, que as pessoas têm desde o nascimento, independentemente da fé. Na época do apóstolo Paulo, os cristãos de Corinto começaram a dar importância exagerada a um certo dom, mais chamativo, o chamado “dom de línguas”, habilidade para falar numa língua não aprendida. Isto acontece ainda hoje, em algumas igrejas e torna-se um problema… Os que têm esse dom (supostamente?) geralmente julgam-se mais espirituais ou melhores crentes do que os outros, e, assim, negligenciam o amor, e a unidade da igreja. O apóstolo Paulo escreveu longamente aos coríntios corrigindo o uso indevido e abusivo desse dom, em particular, e a divisão na igreja. Neste contexto, o apóstolo priorizou o amor fraternal, e escreveu um dos mais belos e completos textos sobre o amor:
“Ainda que eu fale as línguas dos anjos e dos homens, se não tiver amor, serei como bronze que soa ou como címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei […]. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo .ínguas, cessarão; havendo ciência, passará […[. Permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém, o maior destes é o amor” (I Co 13.1-13).
Os dons espirituais – profecia, ensino, exortação, línguas, interpretação de línguas etc – são, como dissemos, capacitações dadas por Deus para o exercício de ministérios ou serviço na igreja, a bem de sua edificação e crescimento, mas não servem para nada quando os que se dizem crentes ou cristãos não estão cheios de amor, amor a Deus, amor a Cristo, amor à igreja, amor aos irmãos de fé e ao próximo de modo geral.
É interessante notar nesta passagem, que as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência passará… No fim, permanecerão apenas a fé, a esperança e o amor, sendo que o amor é o maior dos três! Estas três virtudes, por seu valor, durarão mais que tudo, até o fim dos tempos. Todavia, outras passagens (e a lógica) indicam que, depois, na eternidade, permanecerá, e perfeitamente, apenas o amor. Por que?
Porque na eternidade, não precisaremos de fé. O autor da carta aos Hebreus explicou que “fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem […]” (Hb 11.1). Ora, as coisas que esperamos por toda a vida, os fatos que se não veem nesta vida, mas nos quais acreditamos, estarão ali diante dos nossos olhos, num eterno e maravilhoso presente! “A fé dará lugar à visão!” (Bíblia de Estudo Plenitude. Ver II Co 5.7).
Porque na eternidade não necessitaremos de esperança. A “a bendita esperança, a manifestação da glória do nosso grande Deus e salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13) será um fato passado ou sempre presente, mas não futuro! “A esperança se transformará em experiência!” (Bíblia de Estudo Plenitude).
Somente o amor será necessário, dominante e eterno! E como!
Leia também:
I. Natal com fé.
II. Natal com esperança
Pr. Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com)