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Pastor drag queen… Pode?

Hoje, 18/05/2014, domingo, acessei a Internet para ver como andava o trânsito, e me deparei com uma reportagem no Extra Online intitulada “Pastor celebra culto transformado em drag queen”.

O Pastor Marcos, conta a articulista, Marina Navarro Lins, nasceu em uma família evangélica, num bairro do Rio de Janeiro, e “cresceu frequentando igrejas que condenavam a homossexualidade. Reconhecia os seus desejos, mas preferia reprimi-los. Chegou a ficar noivo. Até se envolver com um ‘ex-gay’”.

O próprio Marcos relata: “Contei para o pastor da minha antiga igreja e ele praticamente me amaldiçoou. Fui expulso de casa. Passei anos achando que ia para o inferno, até que me apresentaram a Betel.”

Naquela igreja, continua a articulista, “… percebeu que o culto seguia a mesma linha dos outros. A diferença estava no público e na falta de restrições. Nas paredes da igreja, cartazes defendem a união homoafetiva e o direito das mulheres de usarem o corpo como querem.”

“Só pedimos que as pessoas respeitem os princípios básicos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como se a si mesmo. Você pode beber, só não pode prejudicar o outro com isso.”

Hoje, o Pastor Marcos é presidente de uma igreja, num bairro do Rio de Janeiro. Sobre seu personagem feminino, ele diz: “A Luandha é maravilhosa para mim por dois motivos. Primeiro, é um grito de protesto. Político e religioso. Tem igrejas que fecham a porta da salvação para tantas pessoas… Elas colocam as suas próprias regras como se fossem as Dele. Não é assim.  Deus ama a todos. Inclusive as drag queens. Além disso, ela me fez conhecer a minha personalidade feminina…”.

Toda essa questão – social, moral e religiosa – é muito polêmica, e tem sido discutida à exaustão. Não pretendo, neste pequeno artigo,  estender-me sobre o assunto nem oferecer respostas prontas e completas sobre a homossexualidade. Quero, tão somente, e com todo respeito, comentar alguns aspectos dessa reportagem e do referido depoimento. Faço uso da minha liberdade para concordar ou discordar, esperando não ser injustamente taxado de preconceituoso, segregacionista ou homofóbico.

Discordo terminantemente e lamento profundamente que algumas igrejas “fecham a porta da salvação para tantas pessoas…”

Jesus acolhia e ainda acolhe pecadores de todo tipo. Censurado por comer e beber com “publicanos e pecadores”,  ele respondeu: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes…” (Mateus 9.10-13). Numa outra circunstância, ele disse:  “O Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10). A igreja do Senhor Jesus está no mundo não para condenar, mas para acolher, amar, evangelizar, ajudar e ser instrumento de salvação e transformação!  Claro, sem acepção de pessoas, “porque para com Deus não há acepção de pessoas”, seja para salvar, no caso de arrependimento e fé, seja para condenar, no caso de rejeição contumaz (Romanos 12.11; Efésios 6.9; Colossenses 3.25; Tiago 2.1,9; I Pedro 1.17). Vale lembrar que não há pecados pequenos e pecados grandes. O que há é desobediência a Deus, com consequências mais ou menos graves, abrangentes e danosas. Portanto, igrejas: portas abertas! E atenção aos pecados que já entraram…

Concordo plenamente com o “partor drag queen” quando diz que “Deus ama a todos. Inclusive as drag queens”.

O apóstolo João registrou estas palavras do próprio Jesus, possivelmente as mais conhecidas: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3. 16). O mesmo apóstolo recomendou, numa de suas cartas: “Amados, amemo-nos us aos outros, porque o amor procede de Deus… Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (I João 4.7-8).

Todavia, é preciso que fique absolutamente claro que o amor de Deus não exclui mandamentos. A Bíblia, que, na foto, o referido pastor tem nas mãos e supostamente prega, está cheia de mandamentos, expressões da vontade de Deus para as nossas vidas, mandamentos positivos e mandamentos negativos. “Façam…” e “Não façam…” Uma igreja “sem restrições”,  como a Betel que acolheu o “pastor drag queen”, não é uma igreja bíblica,  não por acolher este e quantos pecadores entrem por suas portas, mas por não ter restrições… Não podemos agir como os lideres religiosos que, com pedras nas mãos, arrastaram à presença de Jesus uma mulher surpreendida em adultério, esperando que a condenasse. Temos que ser misericordiosos e perdoadores como Jesus, mas ao mesmo tempo, exortativos, corretivos, bíblicos. Jesus perdoou a adúltera, mas acrescentou:  “Vai e não peques mais” (João 8.11. Ver também 5.14). Há restrições, sim. E muitas. E devemos dar graças a Deus por isso.

Vivemos uma época chamada pós-moderna ou néo-moderna onde a verdade é relativa, ou inexiste. Nada mais é “certo” ou “errado”. Tudo depende…

A maioria ignora a Bíblia e o Deus da Bíblia! São céticos. O que surpreende, porém, é que muitos que se dizem cristãos, teólogos, mestres, pastores e conselheiros, mesmo não chegando a tanto, distorcem os ensinos e mandamentos bíblicos, excluem muitos deles, retalham as Escrituras, conforme a própria conveniência, muitas vezes para justificar os próprios pecados ou ajustarem-se aos valores e conceitos da sociedade.

O que diz a Bíblia sobre o homossexualismo?

Mesmo “chovendo no molhado”, lembro alguns textos do Velho e do Novo Testamentos. Nas primeiras páginas do Velho Testamento, lemos que Deus criou primeiro o homem. Então disse:  “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea (Gênesis 2.18). Criou a mulher e lha trouxe. Vêm em seguida estas famosas palavras, repetidas por Jesus nos evangelhos e tantas vezes repetidas nos casamentos heterossexuais:

“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (verso 24).

Este foi o padrão estabelecido por Deus desde o começo. Os corpos que criou, e as características afetivo-emocionais correspondem, ajustam-se.

Nas leis dadas por Deus a Moisés, proíbe-se: “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação” (Levítico 18.22). Coisa do Velho Testamento? Lei de Moisés? Só para judeus? Não, pois o texto mais contundente está no Novo Testamento, na carta do apostolo Paulo aos cristãos de Roma. O texto é longo e só posso citar uma pequena parte. Paulo fala da manifestação da ira de Deus “contra toda impiedade e perversão dos homens que detém a verdade pela injustiça… porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificam como Deus…” O apostolo cita e condena a idolatria do culto às imagens, e, nesse contexto, acrescenta:

“… as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro contrário à natureza; semelhantemente os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro” (Romanos 1.23, 26-27). Nada mais claro, mais enfático.

O que fazem com estes textos bíblicos os cristãos, pastores ou não, que, em nome do amor ao próximo, da tolerância ou da simpatia, defendem a homossexualidade? Alguns o fazem, como dissemos, para se justificarem, para tranquilizar a própria consciência, ou, admito, por terem problemas pessoais relacionados com a própria definição sexual. Deixo estes últimos por conta dos psicólogos e médicos… Faço apenas uma distinção que me parece importante: Por  razões as mais variadas, há tendências homossexuais (não necessariamente pecaminosas) e práticas homossexuais (certamente pecaminosas). Aquelas, devem ser refreadas, combatidas, de modo que estas sejam evitadas. Mas é assim com todas as nossas inclinações pecaminosas, todas as nossas tentações. Cada um tem a sua própria inclinação para o mal, a sua própria fraqueza, a sua própria luta ou como se diz, “batalha espiritual” (Ver Efésios 5.16-26). Todos precisam de Deus, de Cristo, da Bíblia, de uma igreja acolhedora e amorosa, de amigos e conselheiros (Colossenses 3.12-16).

Não sou preconceituoso nem homofóbico!!! Sou cristão! Amo ao meu Senhor e Salvador Jesus Cristo e procuro seguir seus passos, segundo o exemplo e os ensinos que nos deixou nas Escrituras Sagradas! Que Deus nos ajude a todos!

Pr. Éber Lenz Cesar (eberlenzcesar@gmail.com)

 

 

 

 

5 Comments

  1. Rev. Éber , graça e paz!
    Parabéns pelo texto, é sempre muito bom lê-lo.
    Que o Senhor o conserve com saúde e em paz junto aos seus amados continue a usá-lo para a glória de Deus. Sou seu admirador!
    Em Cristo, quem servimos juntos.

    Rev. Fábio Aguiar
    IP Esperança – Perus – São Paulo.

  2. Falou tudo, Pr. Éber. Que Deus continue abençoando seu ministério. Abraços.

  3. Boa tarde. Graça e Paz a todos os irmãos em Cristo.
    Quero compartilhar um pouquinho do que Deus fez e tem feito em minha vida. Quando vim para Cristo, há cerca de 20, já havia alguns desafios com respeito à vida transformada por Jesus.

    Vou relatar um breve testemunho de vida de uma pessoa que foi muito especial e usada por Deus para fazer a diferença naquela ocasião. Lembro-me de uma pessoa que foi totalmente entregue aos cuidados do Senhor Jesus. Esta pessoa não está mais em nosso meio; Deus a recolheu. Estou falando do irmão em Cristo Antônio Chagas. Ele se apresentou em alguns programas de televisão rádio e dava testemunho do que Deus havia feito em sua vida de homossexual, transformando-o. Nesse período, ele visitava as igrejas com uma condição: a de levar todos os homossexuais que aceitassem ouvir seu testemunho de vida. Ele foi um dos que sofreram muito com o fardo pesado de viver sem a própria e verdadeira identidade; mas, um dia, ele foi totalmente liberto por Jesus Cristo. Sua esposa e seus dois filhos são prova disso. E assim, muitos outros naquele período tiveram suas vidas mudadas pelo Evangelho de Jesus Cristo.

    Hoje, defende-se que a pessoa deve continua fazendo o que deseja fazer. Perdoem-me todos, mas isso nunca foi um convite para conhecer o Cristo da Bíblia, o Filho do Deus Vivo que me libertou de uma terrível depressão, de uma vida derrotada onde a morte parecia ser a única solução. Hoje, eu posso dizer como o Ap. Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”, sempre confiando naquele que começou a boa obra em mim e é fiel e justo para terminá-la até ao dia de sua volta; aquele que me ensina a… conhecer a verdade que liberta, que cura e que salva …

    Um abraço a todos os irmãos, em especial ao Rev. Eber e família…

    Miss. Jair da Cruz Natário

  4. Conheço um pouco o escritor do artigo acima. Ele é moderado no falar e firme nos princípios. Já fiz um estágio com prostitutas e nos meios de homossexualidade e sei de suas tremendas dificuldades para serem libertos. A igreja não está preparada para acolhe-los; a rejeição é visível e imediata e isso é inegável. Então, eles são jogados à própria sorte e fundam suas “igrejas” onde possam ser aceitos sem a libertação da escravidão do pecado que os atormenta. E a Igreja continua sem dar uma resposta.
    Tito, from Brasília.

  5. Boa palavra, pastor! Os que não se libertam de suas correntes pecaminosas rendendo-se totalmente ao Espírito Santo, correm o risco de anestesiarem suas consciências ao se auto-convencerem que podem amar a Deus e desobedecê-lo ao mesmo tempo. Pois ao mesmo tempo que aprendem a se conformarem com o seu pecado acham erroneamente que Deus fará o mesmo!

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