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"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

Panorama Histórico e Teológico da Igreja Presbiteriana do Brasil

Reformado, Calvinista e Presbiteriano

No século XVI, a igreja cristã vivenciava uma crise como nunca antes, crise moral e teológica. Precisava de uma reforma profunda, corajosa. E foi o que o Espírito de Deus empreendeu, usando homens transformados e corajosos como Martinho Lutero e muitos outros, em vários países europeus. Lutero (1483-1546), monge alemão, liderou o movimento na Alemanha. Seus seguidores, naturalmente, ficaram conhecidos como Luteranos.

Alguns anos mais tarde, surgiu em Zurique (Suíça) um novo movimento de reforma, identificado historicamente como Reformado. Seu líder foi um sacerdote chamado Ulrico Zuínglio (1484-1531). O movimento buscava uma reforma mais radical e profunda do que o movimento luterano. Com a morte prematura de Zuínglio, o movimento passou a ser liderado pelo francês João Calvino (1509-1564). Ele foi o grande mentor do movimento reformado.

Sistema de teologia elaborado por Calvino ficou conhecido como Calvinismo. Os famosos Cinco Pontos do Calvinismo são (1) Depravação total do homem; (2) Eleição incondicional; (3) Graça irresistível; (4) Expiação definida; (5) Perseverança dos santos. A ênfase é a soberania de Deus como Criador, Preservador e Redentor.

Ao chegar às Ilhas Britânicas (Inglaterra, Escócia e Irlanda), a reforma calvinista passou a ser identificada como Presbiterianismo. As razões foram políticas e religiosas: (1) Os reis ingleses e escoceses preferiam o sistema episcopal (igreja governada por bispos e arcebispos), o que permitia um maior controle da igreja pelo estado; (2) Já o sistema presbiteriano (igreja governada por presbíteros eleitos pela comunidade e reunidos em concílios), permitia um governo mais democrático e autônomo em relação aos governantes civis. O termo presbiteriano, portanto, designa uma forma de governo eclesiástico por Conselhos, Presbitérios e Sínodos. Outras igrejas, nao Presbiterianas, têm formas de governo Episcopal e Congregacional.

A Igreja Presbiteriana no Brasil

França Antártica (1555-1567). Em 1555, chegaram ao Rio de Janeiro 600 colonos franceses liderados pelo aventureiro Villegaignon. Um ano depois, chegam mais 300, inclusive 14 huguenotes (reformados franceses) enviados pelo próprio João Calvino, a pedido de Villegaignon. Em 10 de março de 1557 foi realizado o primeiro culto protestante nas Américas. No início de 1558 Villegaingnon vira a casaca e passa a perseguir os huguenotes. Recebe a alcunha de Caim da América. Tres reformados foram assassinados e se tornam os primeiros mártires da América. E 1567 os franceses foram expulsos do Brasil.

O Brasil Holandês (1630-1654). No contexto da guerra contra a Espanha, muitos holandeses reformados vieram para o Nordeste Brasileiro e permaneceram ali por 25 anos. Eles fundaram 22 igrejas, 2 presbitérios e 1 sínodo; formularam um catecismo na língua dos índios nativos; tradução a Bíblia e ordenaram pastores indígenas. Foram expulsos pelos portugueses em 1654 e migraram para fundar Nova York.

O Protestantismo de imigração. O Tratado de Comércio e Navegação, assinado entre Portugal e a Grã Bretanha, 1810 garantiu liberdade religiosa aos imigrantes protestantes. Milhares vieram para o Brasil. Não demorou e as comunidades protestantes ficaram restritas aos estrangeiros, aliás, “péssimos” protestantes (História da Evangelização do Brasil, pág 74-76).

Ashbel Green Simonton. Jovem de 26 anos, Simonton, oriundo dos Estados Unidos, aportou no Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859. Foi o primeiro missionário presbiteriano no Brasil. Em abril de 1860, ele realiza o primeiro culto em português; em janeiro de 1862, batizou os primeiros 2 convertidos e organizou a Igreja Presbiteriana do Rio; no mesmo ano, regressou aos Estados Unidos, casou-se e ficou por lá durante um ano. Em 1863, Simonton volta ao Brasil, casado e com a esposa grávida. Em 1864, sua esposa morreu 9 dias depois de dar à luz a filha (três meses depois de comemorar o 1º aniversário de casamento). Simonton morreu aos 34 anos, de Febre Amarela. Durante os 8 anos de sua permanência no Brasil, ele fundou uma igreja, publicou o primeiro jornal evangélico brasileiro (A Imprensa Evangélica, criou o Presbitério do Rio de Janeiro, organizou um Seminário, recebeu em média 10 novos convertidos por ano, ordenou o primeiro pastor presbiteriano brasileiro (um ex-padre José Manoel da Conceição).

   Presbiterianos brasileiros. A Igreja Presbiteriana do Brasil IPB), fundada em 1863, no Rio de Janeiro, por Ashbel Simonton, é maior ramo presbiteriano do país. Em 1903 surgiu a Igreja Presbiteriana Independente. Há ainda outros grupos presbiterianos, como a Igreja Presbiteriana Conservadora (1940) e a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (1966). Esta última é a igreja protestante brasileira mais aberta ao ecumenismo. Na década de 70, grupos com características pentecostais, formaram a Igreja Cristã Presbiteriana, a Igreja Presbiteriana Renovada e a Igreja Cristã Reformada. Os presbiterianos mantêm, na capital paulista, uma das mais importantes universidades privadas do Brasil, a Mackenzie.

(Resumo de uma palestra proferida pelo Pr. Clinton Lenz César na Igreja Presbiteriana Luz do Mundo, em 31 de outubro de 2002, Dia da Reforma).

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