Adoração e Louvor

Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade (Sl 29.2).

“Adorar consiste em nos rendermos totalmente a Deus” (WillianTemple)

Com que intenção vamos à igreja, cada domingo? Para nos encontrarmos com os amigos? Para cumprir alguns rituais, cantar algumas músicas e ouvir uma pregação? Para receber as bênçãos de Deus? Estes propósitos têm o seu lugar. Porém, o motivo principal de todo culto deve ser estar na presença de Deus, reconhecer sua autoridade sobre nossa vida, agradecer suas dádivas e adorá-lo como Criador (Sl 96.6-7).

A adoração não é um ritual que cumprimos durante uma hora por semana, mas, sim, um estilo de vida que ofertamos a Deus. A adoração deve transformar o adorador.

 

O intuito principal da adoração é glorificar a Deus

 

É comum ouvirmos as pessoas dizerem, depois de um culto: “Você gostou da música que a fulana cantou?”, “Que achou do coral?”, “Numa escala de um a dez, eu daria um sete à pregação de hoje!” Entretanto, a adoração não é um espetáculo. O período de louvor não pode ser uma performance artística; a pregação não pode ser uma exibição intelectual ou retórica.

Nosso desejo e propósito principal quando nos reunimos para adoração e louvor deve ser agradar ao Senhor! Quando o fazemos, é bem provável que voltemos para casa dizendo: “Foi demais! Espero que Deus tenha percebido o quanto gostamos dele!”

Nas passagens bíblicas sobre adoração, dois “sentimentos” sempre parecem estar presentes:

Reverência

• Quando nos encontramos diante do Soberano Deus e do Senhor Jesus, a reação mais apropriada deve ser temor e reverência. Is 6.1-5; Lc 5.8.
• Igrejas “tradicionais” enfatizam a reverência (Sl 46.10 e Hb 12.28-29). Quando visitam igrejas informais, onde as pessoas conversam antes e depois do culto, batem palmas e levantam os braços, os “tradicionais” comentam: “Irmãos, que é isso? Vocês estão na presença de Deus!”

Júbilo

• Todavia, a reverência não exclui o júbilo. Na Bíblia, adoração e louvor caracterizam-se também por uma intensa alegria. Sl 100; At 2.45-47.
• Igrejas “informais” enfatizam o júbilo (Sl 47.1 e Sl 5.11). Quando visitam igrejas “tradicionais” onde o culto segue uma liturgia mais rígida e solene, os “informais”, também chamados “contemporâneos”, comentam: “Irmãos, que é isso? Jesus Cristo está vivo! Acordem!”

Comentando a falta de harmonia que existe em muitas igrejas por causa de forma de culto e estilo musical, o Pr. Bob Russel escreveu:

“…Isto se deve a uma compreensão inadequada dos dois aspectos do louvor e da adoração que são perfeitamente legítimos e bíblicos: a reverência e a alegria. Por vezes, sentiremos o poder e a presença de Deus de tal maneira, que nos manteremos em profundo silêncio… Outras vezes nos sentiremos tão entusiasmados com a graça de Deus que desejaremos saltar de alegria.” (Uma Igreja de Sucesso)

 

A adoração inspira o adorador

 

O louvor também inspira e edifica os cristãos. Por isso, o rei Davi escreveu no Sl 122.1: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor”.

De acordo com Is 6.1-8, quando nos reunimos para adorar, podemos esperar:

• Um sentimento de que estamos na presença de Deus. Is 6.1.
• Um reconhecimento de nossa pecaminosidade. Is 6.5.
• Uma agradável lembrança da graça perdoadora e purificadora de Deus. Is 6,6-7.
• Um chamado para o serviço. Is 6.8.

 

A adoração é instrumento de evangelismo

 

A Bíblia nos diz que os cristãos do primeiro século viviam “…louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At 2.47). O Espírito Santo age através da adoração e leva as pessoas a Cristo.

“A adoração é a ferramenta mais poderosa que temos para satisfazer almas sofridas e famintas, para destruir as fortalezas espirituais do orgulho e descrença e para manifestar o dom da verdadeira alegria…” (Sally Morgenthaler, em Worship Evangelism).

 

A adoração requer gente comprometida

 

O compromisso cristão e o testemunho perante o mundo são mais importantes do que o talento musical. A equipe de louvor, em especial, precisa ser zelosa e profundamente interessada em levar pessoas a Cristo.

“Várias vezes pedimos que indivíduos deixassem a liderança do louvor ou parassem de tocar devido a problemas de caráter. Se alguém não transmite humildade através do que canta, da maneira como toca um instrumento, da maneira como se veste ou fala não, permitimos que cante, toque ou participe da liderança da adoração”. (Bob Russel, em Uma Igreja Bem Sucedida).

 

 A adoração requer cuidados especiais

1. Os testemunhos devem ser autênticos e reverentes. Há quem exagere as experiências vividas, acrescentando detalhes inventados e mistificando… É mais prudente as pessoas escreverem antes o seu testemunho e o mostrarem ao pastor ou líder de louvor.
2. Oficiantes e pregadores não devem manipular os sentimentos e procedimentos das pessoas. Lágrimas não são evidências de bênção. E pode ser constrangedor para as pessoas pedir-lhes: “Digam amém!”, “Digam aleluia!”, “Vire-se para a pessoa que está atrás de você e diga: Eu te amo!” (Imagine situações…).
3. Todos devemos evitar ao máximo o jargão evangélico, na evangelização, nos testemunhos, na adoração.
4. Se fizermos apelo (nos cultos ou no evangelismo), não devemos insistir em demasia. Alguém já disse: “Se tivermos que implorar às pessoas para que venham a Cristo, também teremos de implorar para que permaneçam na igreja.”

 

Pr. Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com

Ministrei esta mensagem np I Dia de Inspiração e Oração, na Igreja Presbiteriana Luz do Mundo, Rio de Janeiro, em 07/02/2004 e peço ao Senhor que o use para orientar e abençoar os que acessarem este blog ou o minha página Facebook. Se desejar, pode compartilhar, desde que mencione a fonte.

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