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"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

O que o lamento de Jesus sobre Jerusalém tem a ver com a crise no Brasil?

O que o lamento de Jesus sobre Jerusalém tem a ver com a crise no Brasil?

Faltando poucos meses para a Páscoa, a terceira desde o início de seu ministério público, Jesus pôs-se a caminho de Jerusalém. Sabia que seria preso, maltratado e morto. Seus discípulos e algumas mulheres o acompanhavam. Ele os prevenia:

Estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios, para que zombem dele, o açoitem e o crucifiquem. No terceiro dia ele ressuscitará!” (Mt 20.17-19).

A jornada foi longa e demorada. Jesus já sabia também que, nos planos do Pai, seu sofrimento, morte e ressurreição deveriam coincidir com a Páscoa. Aquela seria a semana de sua Paixão, posteriormente chamada Semana Santa. Os líderes religiosos judeus há muito queriam prender e matar Jesus, mas todas as suas tentativas foram frustradas. Jesus escapava e dizia: “Não é chegada a minha hora…”

Por fim, o grupo chegou a Betânia, uma pequena aldeia a três quilômetros de Jerusalém.  Jesus “[…] enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: ‘Vão ao povoado que está adiante e, ao entrarem, encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no aqui […]”. O povoado adiante, mais provavelmente, era Betfagé (Lc 19.29-31; Mc 11.1-3).

A maneira como Jesus entrou em Jerusalém – “humilde e montado num jumentinho”, não foi casual ou arbitrária; foi intencional e cumpriu uma profecia conhecida (Zc 9.9). Ao contrário do que tinha feito nos anos de seu ministério público, Jesus, agora, queria revelar-se publicamente e inequivocamente como o Messias prometido, o Rei dos Judeus. Não o Rei e Messias político e militar que os judeus esperavam, mas um Medomingo-ramos-slidessias de paz, de reconciliação com Deus, de salvação espiritual e transformação de vida (com promessas futuras ou escatológicas mais abrangentes). Foi por isso que ele montou um jumentinho, não um exuberante cavalo de guerra. Mas foi triunfal, de qualquer modo. A multidão que o acompanhava e outros muitos que vieram da capital para encontrá-lo, o saudaram e aclamaram com grande alegria e entusiasmo. À moda antiga, em aclamações de reis, estenderam seus mantos e ramos de árvores pelo caminho à sua frente (Lv 23.40; II Re 9.13). Na medida em que avançava a alegre procissão, o povo gritava:

“Hosana ao Filho de Davi!”, “Bendito é o que vem em nome do Senhor!” e “Hosana nas alturas!” (Mt 21.8-9).

O termo “Hosana”, que significa “Salva-nos, Senhor! Nós imploramos”, e a frase “Bendito o que vem em nome do Senhor” são do Sl 118.25-26, um salmo messiânico, parte do Hallel que o povo cantava na Páscoa e na Festa dos Tabernáculos. O clímax seria um pouco mais à frente. Lucas escreveu:

Quando ele [Jesus] já estava perto da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão de discípulos começou a louvar a Deus alegremente e em alta voz, por todos os milagres que tinham visto. Exclamavam: ‘Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glórias nas alturas!’” (Lc 19.37-38).

 O lamento sobre Jerusalém

Entretanto, Jesus sabia o que aquela gente pensava (Jo 2.23-25). A despeito da alegre celebração das multidões e do próprio contentamento por estar cumprindo a profecia e fazendo a vontade do Pai, ele se entristecia por saber que o aclamavam por motivos equivocados. Não tinham entendido a mensagem do jumentinho, ou seja, a razão por que ele seguia montado num humilde animal de carga, comumente relacionado com serviço e paz. Nem os discípulos entenderam (Jo 12.16). Sem dúvida eles alegravam-se com aquela extraordinária demonstração pública de que Jesus era o Messias, o Rei dos judeus, mas, como os demais, pensavam ainda num Messias militar (At 1.6). Isto não significa que estes e tantos outros não criam em Jesus como Filho de Deus e Bom Pastor, aquele que os abençoava espiritualmente. Embora equivocados quanto a natureza da missão de Jesus, eles o amavam. A multidão é que não tinha a mesma relação com Jesus. Mais uns dias e eles trocariam o “Hosana” por “Crucifica-o!”

A tristeza de Jesus foi ainda maior quando a monumental procissão começou a descer pelo outro lado do monte das Oliveiras, com Jerusalém à vista.

“Quando se aproximou e viu a cidade, Jesus chorou sobre ela e disse: ‘Se você compreendesse neste dia […] o que traz a paz! Mas agora isto está oculto aos seus olhos […]’” (Lucas 19.41-42).

Foi um lamento pela rejeição da velha cidade à sua Pessoa, aos seus ensinos, à sua paz (Jo 1.11). Ele sabia que a rejeição se agravaria em extremo no transcorrer daquela semana e, em consequência, a velha e amada Jerusalém sofreria um tremendo castigo. Chorando ainda, profetizou:

“Virão dias em que os seus inimigos construirão trincheiras contra você, a rodearão e a cercarão de todos os lados. Também a lançarão por terra, você e os seus filhos. Não deixarão pedra sobre pedra, porque você não reconheceu a oportunidade que Deus lhe concedeu” (Lc 19.43-44).

Aconteceria alguns anos mais tarde… Em 70 d.C., o exército romano, comandado pelo General Tito, filho e sucessor do Imperador Vespasiano, sitiou e destruiu Jerusalém e o Templo. Terrível! Terrível rejeitar Jesus, seus ensinos, sua paz!

Ocorre ainda hoje!

Algo semelhante ainda ocorre com indivíduos, nas igrejas e nas cidades. Há os que gritam “Aleluia!” ou mesmo o antigo “Hosana!”, mas com expectativas equivocadas acerca de Jesus e suas bênçãos. Se não as recebem, decepcionam-se. Jesus ouve o seu louvor, vê as suas festas religiosas, e se entristece. Há cidades inteiras e mesmo países que rejeitam o Salvador e Senhor Jesus Cristo; não dão a mínima para sua oferta de salvação e paz. Jesus vê, e chora! Talvez devêssemos entender alguns dos problemas e desastres que ocorrem na vida de muitos e em igrejas, cidades e países como castigo por sua deliberada desobediência à Palavra de Deus e aberta rejeição ao Evangelho…

Temo que seja este o caso no Brasil, presentemente!

Enxugando as lágrimas, Jesus entrou em Jerusalém, finalmente. A caravana que o tinha seguido desde a Galileia e a multidão que saiu ao seu encontro em Betânia entraram com ele na velha cidade. Um cortejo impressionante! Os que não tinham saído para saudar o Messias, na estrada, empolgaram-se também com a monumental manifestação popular. Lemos em Mateus que “toda a cidade ficou agitada e perguntava: ‘Quem é este?’ A multidão respondia: ‘Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia’” (Mateus 21. 10-11).

A excitação era extrema. A expectativa, já sabemos, era completamente equivocada. O Messias não chegava para deflagrar uma guerra contra os romanos, mas para lutar contra as hostes de Satanás e seus demônios, contra o pecado e a morte.

Seu trono seria uma cruz, sua coroa seria de espinhos, sua arma seria a própria morte.

Quem é Jesus para você? O que você espera do Messias? Quando você o exalta e louva com Hosanas, Aleluias, cânticos e orações, que expectativas nutre em seu coração? Prosperidade? Vantagens? Concordância com seus estilo de vida descuidado, egoísta, pecaminoso?

  • Jesus vê, Jesus ouve, Jesus chora… por aqueles que não se arrependem dos seus pecados e não o recebem como seu Salvador e Senhor,  não obedecem aos seus ensinos!
  • Muitos, mesmo dizendo-se cristãos, não dão atenção a Deus, a Cristo, aos valores cristãos, enfim, ao que lhes pode trazer paz e alegria… 
  • Tantas igrejas frias, omissas, divididas… Muitos dos seus  membros pouco ou nada diferem dos que não são cristãos. Jesus vê e chora!
  • Jesus vê o Brasil incrédulo, injusto, violento, imoral, afundado na corrupção…  Olha para Brasília… e lamenta!  Que castigo, melhor dizendo, que disciplina divina nos sobrevirá, se já não começou? Esta, certamente, é a causa por trás das causas da crise que estamos vivendo!
Mas tem jeito! Há esperança: Arrependimento, fé em Jesus, conversão, mudança!
“Se o meu povo… se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (II Crônicas 7.14).

Oremos por arrependimento, quebrantamento, mudança!

 

Pr. Éber Lenz Cesar (eberlenzcesar@gmail.com)

 

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