XII. Voto e pedidos finais (I Ts 5.23-28)
Estudo XII. Voto e pedidos finais (I Ts 5.23-28)
Nestes versículos finais de sua primeira carta aos tessalonicenses, Paulo expressa o seu grande anelo para aqueles cristãos, e faz três pedidos.
1. “Que Deus vos santifique em tudo…”
Anteriormente, nesta mesma carta, Paulo exortou os cristãos tessalonicenses à prática da santidade, do amor fraternal e de diversos preceitos (4.1-12; 5.12-22). Agora, antes de concluir a carta, expressa esse duplo desejo do seu coração:
- “O mesmo Deus da paz (ou Deus mesmo) vos santifique em tudo…” É como se o apóstolo quisesse dizer: “Com vossa própria força não podereis alcançar a santidade, amar os irmãos e cumprir os preceitos que acabo de ordenar. Necessitais de Deus, o Deus da paz.” (Ver Rm 15.33; Fp 4.9 e especialmente Hb 13.20-21).
Num sentido, os crentes já estão santificados, isto é, já estão separados para Deus (I Co 1.2; 6.11; Hb 10.10; I Pe 2.9). São “santos”, mas nem sempre vivem e procedem como tais. Em termos práticos, portanto, “estão sendo santificados” (Hb 10.14). Quem os santifica é Deus. “Deus vos santifique em tudo…” Contudo, os crentes têm sua parte no processo… Ver Hb 12.14; I Pe 1.14-16.
b) “…e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. A idéia de totalidade é enfatizada aqui pelas expressões “em tudo”, “espírito, alma e corpo” (compare com Rm 8.10; I Co 7.34; II Co 7.1; Cl 2.5) e “íntegros” (isto é, inteiro, sem faltar nada, sem defeito).
Os gregos pensavam que o corpo é mal em si mesmo, inferior á alma, uma prisão da qual a alma precisa libertar-se. Os cristãos tessalonicenses mostraram-se inseguros quanto à situação dos crentes mortos no dia da volta de Cristo, não sabendo se seus corpos participariam, de algum modo, das glórias daquele evento (I Ts 4.13ss). Paulo, entretanto, fala com naturalidade sobre a preservação (ou não condenação) dos espíritos e dos corpos dos crentes naquele dia. O ser inteiro do crente será redimido e santificado. Ver I Ts 4.16-17; 3.13; 3.9; I Jo 2.28. No verso seguinte, Paulo apressa a razão dessa sua confiança. V. 24 com Fp 1.6; II Ts 3.3; II Tm 2.13.
2. Três pedidos.
a) “Orai por nós”. V.25. O grande apóstolo, humildemente, pedia aos seus filhos espirituais que orassem por ele e por seus companheiros de ministério! Ver Ef 6.19; II Ts 3.1.
b) “Saudai a todos os irmãos com ósculo santo”. V. 26. Como fazemos ainda hoje, Paulo termina sua carta enviando o seu beijo santo aos irmãos tessalonicenses. Ver Rm 16.16; I Co 16.20; II Co 13.12 e l Pe 5.14 (nesta última passagem, lemos “ósculo de amor”).
Numa “Constituição dos Santos Apóstolos”, datada do século III, lê-se o seguinte:
“… que os diáconos vigiem a multidão e lhe imponha silêncio. Que o diácono que se acha à direita do sumo-sacerdote diga ao povo: ‘Que ninguém tenha qualquer contenda com outro; que ninguém se acerque do outro hipocritamente’. E então, que homens dêem aos homens, e as mulheres às mulheres, o beijo do Senhor.”
Com as devidas adaptações culturais, pratiquemos o “ósculo santo”.
c) “… que esta epístola seja lida a todos os irmãos.” V.27. Justifica-se o pedido veemente. Alguns, sentindo-se corrigidos por Paulo, poderiam desejar que a carta não fosse lida em público.
Paulo termina a carta com bênção conhecida. V.28; Rm 16.20.
Éber César (eberlenzcesar@gmail.com)