Namoro que dá gosto, não problemas
É inacreditável como, nestes tempos modernos, as pessoas iniciam um namoro (ainda é essa a palavra?). Viu, gostou, beijou, ficou, levou… pra cama. Geralmente no mesmo dia, senão na mesma hora. Não gosta mais, tchau! Alguns ficam magoados; outros não estão nem aí. “Começou, terminou, e daí?” . “Foi divertido…” “Não foi lá grande coisa, mas… valeu a experiência!” Eu até penso que essa frieza pode ser fingida, expressão de orgulho, de amor próprio. No fundo, decepção, frustração, tristeza, mágoa senão raiva. Ou será que a turma ficou mesmo fria assim, totalmente carnal, robotizada, nada sentimental?
Que pena! Amar de fato, é muito bom. À moda antiga: Olhar, olhar de novo, piscar, chegar devagar, conversar, falar de si, ouvir do outro, conhecer, dar a mão, acariciar, beijar… Muitos encontros (não na cama, ainda), muita curtição, muita amizade, amizade diferente das outras, muito especial. Um amor sincero, crescente… Que caretice a minha! De onde eu saí, gente?! Isso não existe há muito.
E tem mais… Essa então! É preciso orar a respeito; consultar ao Senhor de nossas vidas se esse relacionamento tem sua aprovação, se tem futuro, se vai abençoar a ambos… Sim, ainda estou escrevendo em português, não em grego… (Mas só faz sentido para quem crê mesmo em Jesus e o tem como Senhor de sua vida).
O amor pode até ser “à primeira vista”, desde que não seja essa paixão louca, cega, carnal, sexual, descomprometida. Porque se for assim, mais provavelmente não vai passar disso. É como um incêndio, senão uma explosão. Acaba depressa e deixa feridos.
Vou lembrar duas histórias bíblicas, exemplos opostos, um positivo, outro negativo.
Isaque e Rebeca
Num tempo em que os pais arranjavam casamento para os filhos, Abraão, patriarca de Israel, preocupou-se com a solteirice do filho Isaque, 40 anos. Não queria que ele se casasse com uma das moças pagãs e politeístas de Canaã, onde estava morando. Abraão deixara os parentes monoteístas na antiga Mesopotâmia, e tinha esperança de que uma das descendentes do seu irmão viesse a se casar com Isaque. Assim pensando, delegou ao servo mais antigo de sua casa, e o mais confiável, a difícil tarefa de ir à Mesopotâmia e encontrar noiva para Isaque.
O servo, há muito na casa de Abraão, aprendera a orar e a depender de Deus. Ao aproximar-se de Harã, na Mesopotâmia, orou pedindo a Deus que, mediante certos sinais, o ajudasse a encontrar a moça certa, “a que designaste para o teu servo Isaque”. Deus ouviu. Ele tinha mesmo designado e preparado a moça certa! E ela apareceu ali, entre outras muitas, e fez exatamente o que o servo de Abraão pedira a Deus que ela fizesse, como sinal. O pai e o irmão chato da moça também entenderam que era a direção de Deus e permitiram a partida de Rebeca e seu casamento com Isaque, que não conheciam, mas sabiam que era filho de Abraão, um monoteísta, homem de fé.
O servo de Abraão levou Rebeca até Isaque. O rapaz “conduziu-a à tenda de Sara, mãe dele [de saudosa memória] e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por mulher. Ele a amou…” (Gênesis 24 e 25.20). Relato sucinto, sem os detalhes, sem explicar como aconteciam os casamentos. Mas você pode estar certo de que não foi só encontrar e ir para a cama. Abraão era expert em impetrar bênçãos.
Sansão e Dalila
Essa história é ainda mais conhecida. Sansão, que, se vivesse hoje, poderia juntar-se aos “Vingadores”, viu uma mulher, dentre as filhas dos filisteus, e pediu ao pai que lha tomasse por esposa. Acontece que os filisteus eram pagãos politeístas e inimigos de Israel. Os pais de Sansão tentaram dissuadi-lo, mas não adiantou (como em muitos casos hoje). Sansão estava apaixonado por Dalila, mesmo sabendo que cria em Deus, e nada sabendo sobre seu caráter e senso de lealdade. Não demorou muito e ela o traiu, não com outro homem, mas entregando-o aos seus inimigos filisteus. Eles lhe vazaram os olhos e o fizeram escravo (Juízes 14-16).
E então, namorados solteiros ou pretendentes? Dá para ir mais devagar, com com calma, juízo e oração?
Namorados casados
(O seguinte é parte de outra mensagem. Se quiser lê-la na íntegra, clique no link abaixo)
Não quero terminar sem dizer uma palavra aos casados, sejam recém-casados ou casados há muito tempo, como eu (52 anos de casamento; 58 de namoro): Namore sua esposa (seu marido). A familiaridade, o conhecimento crescente (muitas vezes decepcionante), a rotina e o desgaste conspiram contra o amor, o afeto, o romance, o sexo e o próprio casamento. Não deixe que isso aconteça!
Palavras mágicas e salvadoras:
- fé
- paciência,
- altruísmo,
- compreensão,
- afeto,
- carinho,
- humildade,
- perdão,
- abraço,
- beijo,
- sexo…
Que coisa! É preciso dizer aos jovens namorados, ainda solteiros: “Ei, não abracem tanto! Não…” Mas, ao que parece, aos casados, muitas vezes, é preciso dizer o contrário: “Ei, conversem mais, abracem mais, beijem mais, façam mais sexo (com o cônjuge, bem entendido)!” E não interprete fora do contexto e erradamente as palavras do Eclesiastes: “Há tempo de abraçar e de afastar-se de abraçar…” (Ec 3.5). Nem cante fora de hora e contexto esse verso antigo: “… tu no teu cantinho, e eu no meu!”
Solteiros e casados, Feliz Dia dos Namorados! Deus abençoe seu namoro!
Pr. Éber Lenz Cesar, eberlenzcesar@gmail.com Que namora Márcia Sathler há 58 anos.Sua opinião é importante. Comente.
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Pr. Éber Lenz César, namorando com Márcia há 55 anos