PECADO É COISA SÉRIA
Não gostamos de falar de pecado, nosso pecado! Mas com frequência falamos dos pecados dos outros. Precisamos reconhecer nossos próprios pecados, confessá-los, pedir perdão a Deus e às pessoas envolvidas. E precisamos saber o que fazer quando um irmão em Cristo comete pecado. A Bíblia tem muito a nos dizer a respeito,
Os que vivem pecando
Pecado é desobediência a Deus, “é contrário à lei de Deus” (l Jo 3.4). E isto é coisa séria. O pecado levanta uma barreira entre o homem e Deus, pois Deus é santo! O profeta Isaías escreveu ao povo de Israel: “Foram suas maldades que os separaram de Deus; por causa de seus pecados, ele se afastou” (Is 59.2).
Os que vivem no pecado, os que não dão atenção a Deus e pensam que podem viver muito bem sem Deus e sem Cristo, têm um vazio na alma, uma certa angústia. Consciente ou inconscientemente, tentam preencher este vazio com interesses e prazeres os mais diversos: profissão, trabalho, dinheiro, bens, fama, diversão, sexo, álcool, drogas. Mas o alívio que têm é temporário, se é que têm algum. Esse vazio só pode ser preenchido por Deus. E isto só acontece quando o pecador se arrepende e confessa seus pecados a Deus, valendo-se, pela fé, do sacrifício expiatório de Cristo na cruz. Deus o perdoa, como prometeu (l Jo 1.8-9); o Espírito Santo de Deus e de Cristo vem habitar no seu coração e na sua vida (Jo 14.23). O Espírito renova a vida e lhe dá significado; torna-a feliz, enchendo-a de amor, paz, alegria e outras virtudes. Como escreveu o apóstolo Paulo: “O Espírito produz este fruto: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gl 5.22-23).
Os que não vivem pecando.
Entretanto, mesmo depois de perdoado, salvo e renovado, o crente peca. Se é crente de verdade, “não vive pecando”, mas peca eventualmente (l Jo 3.5-6). A “carne” ou velha natureza, propensa a pecar, faz guerra contra o Espírito e, vez por outra, vence. Tem jeito.
Paulo recomendou aos cristãos da Galácia: “Deixem que o Espírito guie sua vida. Assim, não satisfarão os anseios de sua natureza humana. A natureza humana deseja fazer exatamente o oposto do que o Espírito quer, e o Espírito nos impele na direção contrária àquela desejada pela natureza humana” (Gl 5.16). É indispensável ler a Bíblia e orar regularmente; ler a Bíblia cuidadosamente, e orar como quem conversa com Deus, nosso Pai. É importante também frequentar uma boa igreja, adorar a Deus com outros cristãos e ouvir as pregações da Palavra de Deus (Hb 10.25).
Em outras palavras, se realmente queremos vencer as tentações, evitar o pecado e viver uma vida que agrada a Deus e por ele é abençoada, precisamos ser cristãos praticantes, zelosos, comprometidos, decididos, cheios do Espírito de Cristo. Jesus recomendou: “Vigiem e orem para que não cedam à tentação, pois o espírito está disposto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41),
É para não pecar, mas, se pecar, tem jeito!
O apóstolo João, em sua primeira carta, depois de se referir a Cristo, de explicar que Deus é luz e que, portanto, seus filhos devem andar na luz, acrescentou, carinhosamente: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, contudo, alguém pecar, temos um advogado que defende nossa causa diante do Pai: Jesus Cristo…” (l Jo 2.1).
“Se, contudo, alguém pecar…” O apóstolo inspirado sabia dessa possibilidade, tão lamentável. Daí essa palavra de grande consolo: “… temos um advogado que defende nossa causa diante do Pai: Jesus Cristo”. Não um Promotor, mas um Advogado! Cristo não põe panos quentes, não tapa o sol com a peneira, não oculta nem justifica nossos pecados. Porque pecado é coisa séria. Mas ele advoga nossa causa, ele nos defende… Sua defesa: “Pai, eu os representei diante de ti, eu obedeci à tua lei por eles, eu assumi a culpa por seus pecados e paguei por eles na cruz. Satisfiz a tua justiça! Perdoa-os!” O apóstolo Paulo escreveu que “Jesus Cristo morreu e ressuscitou e esta sentado à direita de Deu intercedendo por nós” (Rm 8.34). De nossa parte, temos que reconhecer nosso pecado, confessá-lo a Deus, e pedir-lhe que nos perdoe, graciosamente. Repito: ”Se confessamos nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (l Jo 1.9). E, é claro, temos que deixar o pecado.
E se o pecado foi cometido por outra pessoa, um outro crente?
Este irmão, claro, pode contar com as mesmas graças. O Advogado o representa também. O irmão terá que se arrepender do seu pecado, pedir perdão a Deus e deixar o pecado. A alegria da salvação lhe será restituída (Sl 51.1-12).
Os irmãos que souberem do ocorrido devem amá-lo e interceder por ele. Não podemos, de modo algum, agir como aqueles judeus hipócritas da época de Jesus. Eles, que viviam de olho na vida alheia, surpreenderam uma mulher em adultério e a levaram à presença de Jesus, para ser apedrejada. Jesus lhes disse: “Aquele de vocês que nunca pecou atire a primeira pedra” (Jo 8.7) Acusados pela própria consciência eles se retiraram, um a um… Jesus, então, disse à mulher: “Eu também não a condeno. Vá e não peque mais”.
Paulo escreveu aos Gálatas: “Irmãos, se alguém for vencido por algum pecado, vocês que são guiados pelo Espírito devem, com mansidão, ajudá-lo a voltar para o caminho certo. E cada um cuide para não ser tentado” (Gl 6.1). O texto fala por si. Cada palavra é importante. Reflita. E lembre-se: a Igreja é também um hospital de almas onde todos estão em tratamento. Quanto mais fraco, doente, machucado, mais necessitado de amor, cuidado, tratamento, cura,
Éber César