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Depois da morte

Depois da morte

O dia 2 de novembro é dedicado aos mortos. É o Dia dos Finados. Para alguns, apenas um feriado como outro qualquer. Para a maioria, um dia triste, de lembranças, de saudades, de lágrimas, de rezas… Os cemitérios ficam cheios de visitantes, de flores e de velas. Alguns, mais saudosos, até tentam falar com os seus mortos! Querem crer que, de algum modo, podem ouvi-los.

Como pastor, tenho estado em muitos funerais levando conforto aos que perderam um parente ou amigo. Quanta tristeza! Quanta indagação! Medo também! O sentimento ou desejo dominante tem sido este: “Se ao menos algum morto voltasse e nos dissesse o que há do outro lado…”

Não exatamente isso, mas… Há algum tempo, a revista Galileu publicou uma reportagem muito interessante sobre A Vida Além da Morte. Relatou experiências de pessoas que, graças aos progressos médicos, sobreviveram à morte clínica (caracterizada pela parada cardíaca). É a chamada NDE (Near Death Experience), Experiência de Quase-Morte.

“Em lugar da angústia de caminhar para o completo aniquilamento, eles falam da certeza absoluta de que estavam apenas transitando de um plano a outro da existência. E, embora alguns reportem vivências aflitivas… a maioria descreve extraordinárias experiências de luz e plenitude…” e garantem que viram anjos e o próprio Jesus.

Estas experiências estão sendo estudadas “com todos os requintes do método científico […] por médicos, psiquiatras, psicólogos e tanatólogos – como são chamados os pesquisadores do fenômeno da morte […]”.

Hollywood já produziu vários filmes abordando essa temática. Alguns nada científicos, mas interessantes, senão emocionantes.

A Bíblia relata histórias notáveis de ressurreições, mas nenhum registro de comentários que os ressuscitados muito provavelmente fizeram sobre sua experiência. Uma pena! Imagine uma entrevista com Lázaro, ressuscitado por Jesus quatro dias depois de sua morte? “E aí, Lázaro, como foi? O que você viu?”

Estamos tomando por assentado que há vida após a morte. A Bíblia não deixa dúvidas sobre isso. Algumas culturas pagãs antigas e atuais também. Os antigos egípcios, por exemplo, colocavam armas, ferramentas e até comida nos mausoléus dos seus mortos, acreditando estarem provendo para eles na outra vida. Entretanto, nesta mensagem, só podemos pontuar, resumidamente, um pouco do  ensino de Jesus sobre o assunto.

O ensino de Jesus.

Jesus não passou por uma Experiência de Quase-Morte. Ele morreu mesmo (João 19.31-34). E ressuscitou! Voltou da morte. Ele sabe tudo sobre o lado de lá. Aliás, sempre soube, antes mesmo de nascer, morrer e ressuscitar neste mundo. No final de sua vida terrena, ele disse:

“Vim do Pai e entrei no mundo; todavia deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16.28).

Então, o que foi que Jesus disse sobre o além? Entre outras coisas, ele ensinou que do lado de lá existem dois mundos, o céu e o inferno.

O inferno é um lugar de trevas, de choro, de tormento, de condenação, um lugar terrível (Mateus 23.33; Marcos 9.47; Lucas 16.23). Jesus advertiu que no fim, no dia do Juízo, haverá uma grande separação: uns estarão à sua direita, outros à sua esquerda. Aos da esquerda, ele dirá: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41). “Fogo eterno”, naturalmente,  é linguagem figurada, metafórica.  Significa algo muito sofrido… Muitos rejeitam essa ideia, melhor dizendo, essa revelação bíblica. Que Deus de amor é esse?, argumentam. Entretanto, não houvesse ajuste de contas, juízo final, céu e inferno, a pergunta poderia ser: “Que Deus de justiça é este?”

Deus não deseja mandar ninguém para o inferno. Pelo contrário, “deseja que todos os homens sejam salvos” (I Timóteo 2.4; II Pedro 3.9). Os que vão para lá, vão porque se recusam deliberadamente a se arrepender dos seus pecados e crer em Cristo, recebendo-o como seu Salvador e Senhor (João 3.16-18).

Se estivermos doentes e o médico nos prescrever um remédio que pode curar nossa enfermidade e salvar-nos, devemos tomá-lo. Se não o fizermos, morreremos. E o médico não será culpado.  Espiritualmente falando, temos todos uma doença terrível que se chama pecado, que é rebelião contra Deus, desobediência deliberada. Deus tem o remédio. Ele o prescreve e distribui, de graça: arrependimento e fé. Arrependimento sincero, com abandono do pecado, mudança e  comportamento. Fé genuína, com entendimento, embasada nas promessas de Deus e de Cristo na Bíblia. Inclui compreensão do que Cristo fez por nós na cruz, ou seja: morreu por nossos pecados, pagou por eles, como “bode expiatório” (expressão bíblica). A crucificação de Jesus foi, ao mesmo tempo, a expressão maior do amor de Deus por nós, como a expressão maior de sua justiça, pois puniu nossos pecados no próprio filho. Ninguém precisa ir para o inferno!

Foi Jesus quem disse:

“Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado…” (João 3. 16-18).

O céu é um lugar de luz, de amor, de alegria, de paz, um lugar maravilhoso. A Bíblia diz:

“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (I Coríntios 2.9).

O apóstolo Paulo, já idoso e cansado, chegou a dizer:

“Tenho o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Filipenses 1.21,23).

O corpo também será salvo.

Contudo, “partir e estar com Cristo” em seguida à morte, por melhor que seja, ainda não é tudo. Jesus prometeu voltar aqui e ressuscitar nosso corpo ou dar-nos um corpo novo. O apóstolo Paulo escreveu aos Cristãos de Tessalônica (resumindo):

“O Senhor mesmo… descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com ele, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (I Tessalonicenses 4.16-17).

O mesmo apóstolo explica, em I Coríntios 15, que o corpo da ressurreição terá alguma semelhança com este nosso corpo atual, mas será superior ao mesmo, algo diferente. O atual é terreno, mortal, corruptível; aquele será celestial, imortal, incorruptível (I Coríntios 15.53).  O mesmo apóstolo escreveu aos cristãos de Filipos:

“Nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória” (Filipenses 3.20-21).

Os que confiam em Jesus como seu Salvador e o amam de verdade, não precisam ter medo da morte. Se enfermos ou acidentados, sofremos as dores e nos entristecemos com a perspectiva de separação dos nossos queridos… Eles, talvez, ainda mais! Porém, pela fé, sabemos para onde vamos, e que é “incomparavelmente melhor”.  Um dia nos reencontraremos! Então, Deus mesmo “enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor…” (Ap 21.3-4). “Consolai-vos com estas palavras…” (I Tessalonicenses 4.18). Amém!

Pr. Éber Lenz César
eberlenzcesar@gmail.com
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2 Comments

  1. Mais uma vez, um excelente texto! Obrigado por nos presentear com tanta inspiração do nosso Deus!

  2. Lindo, pastor Éber! Saudades de vocês!

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