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"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

Encontros com Jesus. I. O paralítico de Cafarnaum

Encontros com Jesus. I. O paralítico de Cafarnaum

Leia a história em Lucas 5.17-26.  Transporte-se mentalmente para aquela cena… Residência de Jesus em Cafarnaum, junto ao Mar da Galileia… Jesus está pregando… De repente, barulho no teto feito de ramos secos e barro… Aparece um buraco… Detritos começam a cair sobre as pessoas e bem na frente de Jesus… A abertura vai crescendo… Por fim, quatro rostos suados e esperançosos aparecem… E logo, uma maca com um paralítico… Aquilo parece absurdo, trabalhoso, perigoso, desrespeitoso. Afinal, Jesus está falando! Você olha à volta, observa as reações… de Jesus, da multidão, dos muitos e sisudos escribas e fariseus. O que você vê?

O PARALÍTICO

Aparência de mendigo, sujo, mal cheiroso, há muito acomodado, pessimista, resignado, dependendo dos outros…. Há muito assim hoje. Mesmo não sendo paralíticos das pernas, o são moralmente, emocionalmente e espiritualmente. Gente pessimista, paralisada, sem coragem, sem iniciativa, sem esperança. Alguns, é verdade, têm dinheiro, vida ativa, sucesso profissional, mas, por dentro, em relação às maiores decisões da vida, em relação à Deus, a Cristo, à fé e, às vezes, à moral, são tão paralíticos quanto. Não têm forças para mudar. Se ninguém os ajudar, os carregar mesmo, vão morrer ali, ou seja, desse jeito… O apóstolo Paulo escreveu aos gentios de Éfeso lembrando-lhes como estavam antes do apóstolo levá-los a Cristo: “Lembrem-se de que anteriormente… vocês estavam sem Cristo… sem esperança e sem Deus no mundo… Mas agora… vocês são membros da família de Deus” (Ef 2.11-13,19). 

OS AMIGOS

Sabendo da presença de Jesus na cidade, e de tudo que ele vinha ensinando e fazendo, combinaram entre si: “Gente, o paralítico… Vamos levá-lo até Jesus?” Não sabemos se o paralítico aceitou prontamente essa intervenção na sua vida acomodada. Talvez sim, talvez não. Estava naquelas condições há muito tempo! 

Há alguns anos, eu e minha esposa participamos de um programa do Governo do Rio de Janeiro que, no meio da noite, retirava ou tentava retirar das ruas os sem teto. Imundos, eles dormiam nas calçadas, sobre papelões ou cobertores sujos e rasgados. Estranhamente, alguns deles relutavam ou negavam-se mesmo a entrar  no ônibus. Os que aceitavam o convite, eram levados às instalações da Fundação Leão XIII onde, depois de um banho e uma sopa quente, ouviam uma palavra de fé e esperança que eu lhes ministrava.

Deus tinha planos para a vida daquele paralítico de Cafarnaum. E usou aqueles quatro homens de fé, determinados a servir, a levar o homem a Jesus! Mas não foi fácil. A casa onde Jesus falava esta lotada de gente. Não tinha como entrar, inda mais carregando uma maca com um paralítico. Os carregadores de paralítico poderiam ter desistido: “Infelizmente, não dá… Fim da linha!” Porém, fé, amor e determinação fazem toda a diferença. Por uma escadinha externa, subiram ao telhado, que era de galhos entrelaçados e barro, abriram um buraco e, com cordas, desceram o paralítico bem na frente de Jesus. Feito! Agora é só esperar…

Sempre houve e sempre haverá pessoas, inclusive cristãos, que só pensam em si mesmos; não têm olhos para ver os muitos paralíticos espirituais, morais ou mesmo físicos que estão por aí, mesmo entre  seus próximos na família, no trabalho e na igreja. Entretanto, e graças a Deus, há outros que, como aqueles de Cafarnaum, amam o próximo, de verdade; e se importam… Têm fé e determinação para levá-los a Jesus e esperar o melhor. 

OS CIRCUNSTANTES

Quais podem ter sido as reações do povo ali reunido. Surpresa? Reclamação? Admiração? Curiosidade? Expectativa de um milagre? Imagino que, alternadamente, olharam todos para o paralítico e para Jesus. O que Jesus vai fazer? Alguns, Jesus inclusive, podem ter olhado para os fariseus e mestres da lei sentados (como sempre) nos melhores lugares. Jesus sabia que estavam ali só para criticar, pegá-lo em alguma falta.

É sempre assim… Mesmo quando servimos em amor, fazendo o nosso melhor pelas pessoas, há quem critique. Se os amigos do paralítico de Cafarnaum se preocupassem com as críticas possíveis, certamente teriam desistido antes mesmo de começar…

JESUS

Obviamente, não se irritou com a dramática interrupção. Não se importou com os gravetos, terra e poeira que caíram do teto. Olhou para cima, para aquele buraco no teto e viu quatro rostos suados, expectantes, cheios de fé. “Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse [ao paralítico]: “Homem, os seus pecados estão perdoados” (v. 20). Mas, espere… Não foi para isso que os amigos do paralítico o trouxeram a Jesus, com tanto trabalho. Esperavam que Jesus o curasse de sua paralisia… Entretanto, que grande lição Jesus deu a todos ali, e a nós, colocando as primeiras coisas em primeiro lugar. 

Os fariseus e os mestres da lei estremeceram, horrorizados: “Quem ele pensa que é? Isso é blasfêmia. Quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus? (v.21). Nisso eles tinham razão. Faltava-lhes apenas admitir que Jesus era o “Emanuel, Deus conosco”  (Mt 1.23).  “Jesus, sabendo o que eles estavam pensando, perguntou: “Que é mais fácil dizer: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou: ‘Levante-se e ande’?” Ato contínuo, voltou-se para o paralítico e lhe disse: “’Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa’. Imediatamente ele se levantou na frente de todos, pegou a maca em que estivera deitado e foi para casa louvando a Deus. Todos ficaram atônitos e glorificavam a Deus, e, cheios de temor, diziam: ‘Hoje vimos coisas extraordinárias!’”  (vs. 22-26). 

Ah! Eu quisera estar ali! Que alegria eu teria vendo aquele paralítico levantar-se e ir para casa… ANDANDO! (Ele tinha casa, mas, não podendo trabalhar, mendigava na rua…). Eu louvaria a Deus com a multidão estupefata. Eu me ajoelharia aos pés de Jesus! Eu bateria palmas para aqueles quatro lá em cima, sorrindo até as orelhas, apontando seus polegares para cima… Certo ou errado, eu olharia com desprezo para aqueles fariseus e mestres da lei e lhes diria:  “Tomem jeito… Vocês são líderes religiosos!”

CONCLUSÃO

Nos evangelhos, há inúmeros relatos de pessoas que, por sua própria iniciativa ou levadas por outros, se encontraram com Jesus e foram perdoadas, curadas, libertas, transformadas. Você já se encontrou com Jesus? Hoje, isso acontece quando alguém ouve Evangelho, arrepende-se de seus pecados, crê em Jesus Cristo e o segue, ou seja, anda por seus caminhos, submete-se ao seu Senhorio, aplica os seus ensinos à própria vida. Geralmente, as pessoas paralisadas por seus pecados, preconceitos, dúvidas e temores não vão a Jesus por si só. Precisam ser levadas, senão carregadas. Seja como aqueles amigos do paralítico de Cafarnaum: aproxime-se das pessoas, relacione-se com elas, desenvolva amizades, ame-as, ore por elas e, então, leve-as a Jesus. Pode esperar: elas serão perdoadas e curadas. O que pode ser mais importante nesta vida? 

Pr. Éber Lenz César. Igreja Sal da Terra Brasília, 05/05/2019. 

PDF desta mensagem:  1. O paralítico de Cafarnaum. Lc 5.17-26

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