Vem, Senhor Jesus!
Estávamos na África do Sul há mais de um ano evangelizando imigrantes portugueses e refugiados das guerras em Moçambique e Angola, começando uma igreja. Naquela manhã, eu acordei tristonho e um pouco deprimido. Pensava nos sofrimentos daqueles portugueses, no absurdo do apartheid… e com saudades do Brasil. Ficou pior quando, passando os olhos no jornal, li a história de um casal de namorados que havia se suicidado na Itália. Eles deixaram mensagens gravadas. O rapaz disse que tinha ideais muito altos, e não via como realizá-los; a moça, entre soluços, gravou que faziam aquilo como protesto, na esperança de que alguma coisa mudasse (?). Levaram o gravador para um túnel da estrada de ferro e deitaram-se sobre os trilhos. Deixaram o gravador ligado… Posteriormente, a polícia pôde escutar o barulho do trem se aproximando… se afastando… parando… Então, passos… vozes. O maquinista e outro homem falavam:“Olhe!…”. Eram pedaços de corpos. Terrível!
Com mais essa tristeza, saí para fazer algumas compras urgentes. No carro, orei com fervor: “Maranata!”, expressão que, no aramaico significa “Vem, nosso Senhor!” (1 Co 16.22). Orei também pela salvação dos pecadores, pelo avanço do evangelho, por necessárias mudanças políticas e sociais, e pelo alívio da dor de tanta gente… Assim pensando e orando, encostei o carro num estacionamento. No carro à frente havia um adesivo vistoso com a frase “JESUS LOVES YOU!” (Jesus te ama!). Providencial! Coisas que Deus faz acontecer para acalmar e alegrar nosso coração… Falei sozinho, em voz alta: “Amém! É isto que importa!”. Fiquei um pouco mais no carro, orando não só pelos portugueses, mas por todos que, desesperados, não sabem ou não creem que “Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Extraído e resumido do meu livro VIDA DE PASTOR