A Providência de Deus (II)
Na primeira parte desta mensagem, vimos que, por sua providência, Deus ordena e dirige todas as coisas. Precisamos dizer mais algumas coisas sore este importante ,assunto.
Nada acontece acidentalmente.
Estes inúmeros incidentes que ocorrem cada dia na vida das pessoas e que nos parecem casuais e acidentais são todos ordenados e dirigidos por Deus. Veja este exemplo bíblico. Os reis Josafá, de Judá, e Acabe, de Israel, juntos, foram à guerra contra a Síria. O rei da Síria dera ordem aos seus capitães, dizendo: “Não pelejareis nem contra grande nem contra pequeno, mas somente contra o rei de Israel” (I Re 22.31). Acabe, então, disfarçou-se e tornou-se irreconhecível. Os capitães siros viram o rei Josafá, de Judá, e, pensando tratar-se de Acabe, de Israel, dirigiram-se a ele para o atacar. Quando perceberam que não era acabe, de Israel, deixaram de o perseguir. “Então, um homem entesou o arco e, atirando ao acaso, feriu o rei de Israel por entre as juntas da sua armadura… Seguraram-no de pé no carro defronte dos siros, mas à tarde morreu…” (vs. 34-35). Da perspectiva humana, o homem atirou “ao acaso”, mas a providência divina dirigiu a flecha. A propósito, antes da batalha, um profeta corajoso chamado Micaías, profetizara que o rei morreria nesta guerra, mas o rei não quis ouvir (vs. 13-28). Acabe foi um dois piores reis de Israel.
O providência é irresistível.
Não podemos obstar ou impedir a providência divina. Quando chegou a hora determinada por Deus para libertar José da prisão e constituí-lo governador de toda a terra do Egito,
“o rei mandou soltá-lo; o potentado dos povos o pôs em liberdade. Constituiu-o senhor de sua casa, e mordomo de tudo o que possuía…” (Sl 107.20-21).
De acordo com as profecias, Judá deveria permanecer no exílio da Babilônia setenta anos. Cumpridos exatos setenta anos, Ciro, rei da Pérsia (império que subjugou o da Babilônia) proclamou um decreto autorizando e encorajando os judeus a voltarem à sua terra e reconstruírem o templo de Jerusalém (E 1.2-3).
O providência é confiável.
Devemos confiar em Deus mesmo quando as suas providências parecem correr contrarias às suas promessas. Deus prometeu a Davi que ele seria o rei de Israel, depois de Saul. Mas a providência caminhou contraria a essa promessa por um Período de tempo longo e difícil para o jovem Davi. Ele foi perseguido pelo despeitado Saul e esteve em perigo de vida várias vezes ( I Sm 12ss). Mas, por todo esse tempo Davi confiou em Deus.
Deus prometeu ao apostolo Paulo a vida de todos os que estavam com ele no navio em que, prisioneiro, era conduzido à presença do Imperador, em Roma. Houve uma tempestade, uma noite terrível, e, por fim, o naufrágio. Agarrados aos destroços do navio, todos chegaram sãos e salvos à ilha de Malta. Passados três meses, embarcaram todos num outro navio e continuaram a viagem para Roma. Enquanto esteve em Malta, Paulo pregou e curou muitos enfermos (At 27-28). Foi tudo providencial!
Assim, devermos confiar em Deus, mesmo quando as circunstâncias, isto é, as providências de Deus tomam um rumo contrario àquilo que lhe parece ser a vontade e o plano de Deus para a sua vida.
O providência é difícil de entender, às vezes.
Se, por um lado, a doutrina da providência nos conforta, nos encoraja e faz-nos mais seguros, por outro lado ela suscita algumas questões difíceis de responder. Vamos citar apenas duas das mais comuns. E ponderar a respeito.
Sim. Estas são permitidas por Deus e servem aos seus bons e eternos propósitos. Imagine-se visitando a oficina de um ferreiro. Há ali ferramentas de todo tipo; algumas são retilíneas, redondas, uniformes e bonitas; outras, entretanto, são tortas, irregulares e feias. O ferreiro faz uso de todas elas para realizar o seu trabalho. A providência divina permite e usa coisas, pessoas, comportamentos e circunstâncias que nos parecem, “tortas” (como, de fato, muitas vezes são), e através delas faz sua obra, cumpre seus propósitos.
Pense outra vez na história de José. Quantas coisas difíceis e injustas lhe aconteceram.Deus não pode ser responsabilizado pela maldade dos irmãos de José, que o venderam; nem pela cobiça e mentira da mulher de Potifar. Mas, a verdade é que ele permitiu que agissem desse modo e providenciou para que estas e outras circunstâncias da vida de José servisse aos seus propósitos. José sofreu, sim, e, certamente fez essas perguntas que todos fazemos, quando sofremos: “Senhor, por que? Até quando?” Mas, no fim, quando os propósito de Deus se tornaram mais claros, ele pôde dizer aos seus irmãos:
“Não fostes vós que me enviastes para cá, e, sim, Deus… para conservação da vida!” (Gn45.5-8). Ver Salmo 119.67, 71.
Às vezes Deus usa indivíduos e nações e suas maldades para disciplinar e tornar melhores seus filhos e seu povo. Referindo-se ao cativeiro de Israel em Babilônia, o profeta Habacuque reconheceu, numa oração: “Ó Senhor, para executar juízo puseste aquele povo; tu… o fundaste para servir de disciplina”( HC 1.12. Ver Hb 12.6-8).
Não. De modo algum! “Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13). Deus jamais faria qualquer coisa contrária à sua natureza santa e perfeita. A providência divina somente permite que os homens ímpios e desobedientes sigam os seus próprios caminhos. Deus nos criou com o chamado livre arbítrio! O apostolo Paulo disse ao povo idólatra de Listra:
“Deus… nas gerações passadas permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos…” (At 14.16).
A propósito, se Deus não tivesse permitido o pecado, não conheceríamos a justiça que pune o pecado e a misericórdia que perdoa o pecado. Aprouve a Deus permitir o pecado, mas ele não tem parte no pecado. Somos responsáveis por nossos pecados!
Não há porque negar o fato que Deus ordena e dirige todas as coisas, todas as pessoas e todos os eventos, em todos os lugares. É bom saver que ele dirigi nossa vida e as circunstâncias que nos cercam; e que ele somente permitiráaquilo que for útil aos seus propósitos. Está escrito que a sua vontade para a nossa vida é “boa, agradável e perfeita” (Rm 12.2).
Veja a mídia desta mensagem.
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Éber Lenz Cesar – eberlenzcesar@gmail.com