Pages Navigation Menu

"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

O lado comercial do Natal (C.S.Lewis)

Resumo e adaptação de uma crítica de C.S. Lewis (autor de As Crônicas de Nárnia) ao excessivo viés comercial do Natal.

O Natal, como celebração e festa religiosa, é importante para os cristãos, embora já não seja do interesse de todos;  como feriado popular, é uma boa ocasião para confraternização e hospitalidade. Meu interesse aqui é comentar o viés comercial do Natal.

Eu o vejo como uma chantagem comercial. A troca de presentes era apenas um pequeno ingrediente da antiga festividade inglesa. O Sr. Pickwick levou um bacalhau a Dingley Dell; o arrependido Scrooge encomendou um peru para seu secretário; os amantes mandavam presentes de amor; as crianças ganhavam brinquedos e frutas. Mas a idéia de que não apenas os amigos mas também todos os conhecidos devam dar presentes uns aos outros, ou pelo menos enviar cartões,  é bem recente e tem sido forçada pelos lojistas. Eu condeno esta prática pelass seguintes razões:
1. No  geral, a coisa é bem mais dolorosa do que prazerosa. Basta passar a noite de Natal com uma família que tenta seguir a “tradição” (no sentido comercial do termo) para constatar que a coisa toda é um pesadelo. Bem antes do 25 de dezembro as pessoas já estão acabadas – fisicamente acabadas pelas semanas de luta diária em lojas lotadas, e mentalmente acabadas pelo esforço de lembrar todas as pessoas a serem presenteadas e se os presentes se encaixam nos gostos de cada uma. As pessoas não estão mais dispostas para a confraternização; muito menos (se quisessem) para participar de um ato religioso.
2. Neste afã, quase tudo o que acontece é involuntário. A regra moderna diz que qualquer pessoa pode forçar você a dar-lhe um presente se ela antes jogar um presente no seu colo. É quase uma chantagem. Quem nunca ouviu o lamento desesperado e injurioso do sujeito que, achando que, enfim, a chateação toda terminou, de repente recebe um presente inesperado da Sra. Fulana (que mal sabe quem é) e se vê obrigado a voltar para as tenebrosas lojas para comprar-lhe um presente de volta?

 

3. Há presentes que nenhum mortal pensaria em comprar para si – coisas inúteis, futilidades, tralhas…

 

4. Há ainda a chateação, o trabalho triplicado, nessa época, para fazer nossas compras normais e necessárias…

 

Dizem que essa loucura toda é necessária porque faz bem para a economia. Pois esse é mais um sintoma da condição lunática em que vive nosso país – na verdade, o mundo todo. As pessoas se persuadem mutuamente a comprar coisas. Eu realmente não sei como acabar com isso. Mas será que é meu dever comprar e receber montanhas de porcarias todo Natal só para ajudar os lojistas? Se continuar desse jeito, daqui a pouco eu vou dar dinheiro a eles por nada e contabilizar como caridade. Por nada? Bem, melhor por nada do que por insanidade.

 

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *