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"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

Histórias do Natal. IV. O nascimento de Jesus

Lucas 2.1-7

Para muitos, o Natal não passa de uma reunião de família, de comes e bebes, de troca de presentes. Não nos esqueçamos, porém, de que o Natal é a data em que se comemora o nascimento de Jesus, o Salvador do mundo. A ocasião é própria para uma revisão da história desse nascimento extraordinário e para uma reflexão sobre o seu significado. É o que estamos fazendo nestas primeiras mensagens  desta série baseada no evangelho de Lucas. No texto acima indicado, este evangelista especifica o tempo, o lugar e o modo do nascimento de Jesus.

O tempo em que Jesus nasceu

Paulo escreveu aos Gálatas:

“… vindo, porém,  a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher…” (Gl 4.4).

O texto de Lucas mostra que,  de fato,  Jesus  nasceu na “plenitude do tempo”, isto é, no tempo oportuno, no tempo determinado por Deus.

O evangelista refere-se a César Augusto (v. 1).  Este Augusto, anteriormente chamado Otávio, derrotou Antônio e Cleópatra, em Accio, apoderou-se do nascente Império Romano e se  tornou o seu primeiro grande Imperador.

Ora, o Império Romano foi o quarto grande império desde os dias de Nabucodonosor, rei de Babilônia. Em Daniel 2, lemos acerca do sonho desse grande rei. Ele  sonhou com

“uma grande estátua… A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e os quadris de bronze; as pernas de ferro, os pés em parte de ferro, em parte de barro… Um pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro… Mas a pedra,  que feriu a estátua,  se tornou em grande montanha que encheu toda a terra” (Dn 2.31-35).

A interpretação foi dada por Daniel, e foi a seguinte:  A cabeça de ouro da estátua representava o Império Babilônico; o peito e os braços de prata representavam o Império Persa, que substituiria o Babilônico; o ventre e os quadris de bronze seriam o Império Grego, que sucederia ao Persa; as pernas e os pés de ferro e barro representavam o Império Romano, que, com sua força e suas fraquezas, seguiria o Império Grego. Quanto à pedra cortada sem auxílio de mãos, e que derrubou a estátua e se transformou numa

“grande montanha que encheu toda a terra”, Daniel disse: “Nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído… esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Dn 2.37-45).

Esta  é uma das mais extraordinárias profecias bíblicas concernentes ao advento do Messias, do Cristo e do Seu Reino eterno (Ver Mr 1.14-15; Mt 12.28). Portanto, o nascimento de Jesus ao tempo de César Augusto cumpriu o sonho de Nabucodonosor e indica que o Rei dos reis nasceu “na plenitude do tempo”.

O lugar onde Jesus nasceu.

O profeta Miquéias havia predito que o Messias nasceria em Belém da Judéia

“E tu, Belém-Efrata… de ti me sairá o que há e reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade…”(Mq 5.2. Ver e Mt 2.4-6).

“Belém” significa “casa do pão”, e era, portanto, o lugar apropriado para nascer aquele que diria: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome…” (Jo 6.35).  Belém era a “cidade de Davi” (Jo 7.42). Jerusalém também era “cidade de Davi” , mas porque o rei a tomou à força e a fez capital do seu reino; Belém era a “cidade de Davi” porque este rei nasceu ali e, quando jovem, humilde, apascentou, nas campinas da cidade, as ovelhas de seu pai. Jesus nasceu humildemente em Belém para ser o “Bom Pastor” e cuidar das ovelhas de Seu Pai (Jo 10.14-15).

O modo como Jesus nasceu.

“Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2. 6-7).

Cada frase é importante e tem profundo significado. Veja:

  • “Estando eles ali…”. Foi por causa do decreto de César Augusto, ou melhor, por causa da providência divina! Deus dirige a história, os Governos… e nossa vida!
  • “…aconteceu completarem-se-lhe os dias…” A concepção foi sobrenatural, virginal, pelo Espírito; a gestação foi natural, tomou exatos nove meses. Deus faz coisas sobrenaturais, milagrosas, quando necessário ao cumprimento de seus propósitos, mas usa também meios naturais, coisas comuns!
  • “Enfaixou-o…” , isto é,  pôs-lhe fraldas. No Emanuel, o Deus conosco! “Convinha que em todas as coisas, se tornasse semelhante aos homens” (Hb 2.17). E, de fato, já no nascimento, “tornou-se em semelhança de homens” (Fp 2.5-8).
  • “E o deitou numa manjedoura”, não num berço de ouro! Já adulto, Jesus diria a um pretenso seguidor:  “… o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9.58). Bem o contrario da moderna e equivocada “teologia da prosperidade”.
  • “Porque não havia lugar para eles na hospedaria”. Isto tem se tornado um símbolo da falta de lugar para Jesus neste mundo e em muitas vidas.  Ele tem tido lugar em sua vida?
Pr. Éber Lenz César  (eberlenzcesar@gmail.com)

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