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"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

II. Tempo de renovar com Cristo

Nesta mensagem, vamos refletir sobre a experiência de Pedro, discípulo e apóstolo de  Cristo. Como Abraão (mensagem anterior), ele também teve um bom começo; depois, um tempo de provação e desgaste; e, então, uma renovação. Dizemos que Abrão renovou com Deus porque ele viveu nos tempos do Velho Testamento e Deus lidou com ele diretamente. Pedro viveu nos tempos do Novo Testamento, durante o ministério terreno de Jesus. Foi Jesus quem o chamou, o perdoou, o salvou e o transformou.

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Pedro teve um bom começo

 

Simão, também chamado Pedro, era um homem iletrado, um simples pescador. Foi apresentado a Jesus por seu irmão André, também um pescador. Posteriormente, Jesus os chamou dizendo-lhes: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram” (Mt 4:18-20).

Pedro, assim como André e outros que Jesus chamou, passaram a viver na companhia de Jesus. Descobriram que este Mestre era diferente dos outros… Muito diferente. Era o Mestre dos mestres, o Messias, o Salvador do mundo! Jesus gastava mais tempo com eles do que com as multidões. E eles aprenderam muito. Suas vidas nunca mais foram as mesmas.

Um dia Jesus lhes perguntou: “Quem dizeis que eu sou?” Pedro, mais extrovertido e falador, respondeu prontamente: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.15-16). Jesus, então, disse a Pe

dro que ele era um bem-aventurado por assim crer, e que ele jamais teria chegado a esta conclusão por sua própria inteligência ou por ensino de outros; tal conhecimento e fé só podiam resultar de uma revelação de Deus, o Pai (Mt 16.13-17).

Entretanto, “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas … ser morto e ressuscitado ao terceiro dia” (Mt 16.21). Passados muitos dias, estando Jesus em Jerusalém, sofrendo uma dura oposição, ele preveniu os seus discípulos, dizendo: “Esta noite, todos vós vos escandalizareis comigo; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas.

Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galiléia.” Pedro, então, estava na crista da onda, cheio de fé e coragem. Impetuoso, como sempre, respondeu: “Ainda que venhas a ser um tropeço para  todos, nunca o serás para mim.” Jesus acrescentou: “Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.” Mas Pedro, confundindo fé e coragem com temeridade e presunção, respondeu: “Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo” (Mt 26.31-35).

A provação, o desgaste e a queda de Pedro

 

Aquela noite foi terrível. Jesus levou seus discípulos para o jardim do Getsêmani, e lhes disse: “A minha alma está profundamente triste; ficai aqui e vigiai comigo.” Ele próprio adiantou-se um pouco e pôs-se a orar. Depois, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: “Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” Outras duas vezes Jesus afastou-se para orar, e outras duas vezes voltou e encontrou os discípulos dormindo… Por fim, disse-lhes:  “Lavantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima. Falava ele ainda, e eis que chegou Judas… e com ele, grande turba com espadas e porretes… Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram” (Mt 26.36-56). Se tivessem vigiado e orado, como Jesus lhes recomendara…

“E os que prenderam Jesus o levaram à casa de Caifás, o sumo sacerdote, onde se haviam reunido os escribas e anciãos. Mas Pedro o seguia de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, tendo entrado, assentou-se entre os serventuários, para ver o fim…” (Mt 26.57-58). A hora era das mais críticas: Jesus tinha sido traído por um dos seus próprios discípulos; os outros, deixando-o, fugiram. Pedro, ao que parece, fez melhor, mas não o suficiente. Seguiu a Jesus, sim, mas “de longe” e “para ver o fim”. Provação, desgaste, distanciamento, derrotismo… A queda era iminente.

Um criada aproximou-se de Pedro e lhe disse: “Também tu estavas com Jesus, o galileu. Ele porém o negou diante de todos…” Outra criada o reconheceu, e Pedro negou a Jesus segunda vez. Logo, outras pessoas lhe disseram: “Verdadeiramente, és também um deles… Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem!” (Mt 26.69-74).

A renovação de Pedro

 

Três coisas contribuíram para a rápida renovação de Pedro. A primeira foi preparada por Jesus, quando, na véspera, disse a Pedro: “… nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.” Os galos cantam ao nascer do sol, um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde. Naquela manhã, um galo próximo cantou exatamente na hora que Jesus queria, para despertar a consciência de Pedro. “Imediatamente cantou o galo. Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera…” (Mt  26.74-75). Lucas registrou um detalhe que os outros evangelistas não registraram: “Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou…” (Lc  22.61). Você pode imaginar aquele olhar?Certamente não foi de acusação, de condenação. Foi, sim, um olhar triste, sofrido, mas também compassivo, misericordioso, perdoador, renovador! E funcionou. Aquele olhar, assim como o canto do galo, despertaram a memória de Pedro: Ele se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera. A renovação com Cristo começa assim, com o despertar da consciência, com o retorno à Palavra de Jesus!

O passo seguinte, consequente, foi o arrependimento. “Então, Pedro, saindo dali, chorou amargamente” (Lc 22.62). Ou, como lemos em Marcos: “E caindo em si, desatou a chorar” (Mc 14.72). Depois disso, veio  a certeza do perdão e a reconsagração.

Depois da morte e da ressurreição de Jesus, algumas mulheres foram ao túmulo prestar-lhe uma homenagem póstuma. O túmulo estava aberto. O corpo de Jesus não estava lá. Um anjo apareceu e disse às mulheres: “Jesus… ressuscitou, não está mais aqui… Mas, ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galiléia; lá o vereis, como ele vos disse” (Mc 16.1-7). Porque o anjo, a serviço de Deus e de Cristo, fez menção especial de Pedro? Provavelmente para que Pedro tivesse certeza do perdão de Jesus, e se sentisse membro do grupo de discípulos, outra vez. Posteriormente, Jesus completaria essa renovação de Pedro perguntando-lhe, na presença dos demais: “Pedro, amas-me mais do que estes outros?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Jesus, então, lhe disse: “Apascenta os meus cordeiros.” Isto se repetiu por três vezes! Pedro negara a Jesus três vezes… Jesus o encoraja a dizer três vezes: “Senhor Jesus, eu te amo!” Jesus também o comissiona TRÊS vezes: “Apascenta as minhas ovelhas.” Amor e serviço consumam a renovação. Pedro volta a ser um “pescador de homens” e um “pastor de ovelhas”.

Ainda neste início de ano, inspiremo-nos no exemplo de Pedro. Ele fracassou sim, num determinado momento, numa hora particularmente difícil, mas arrependeu-se, obteve o perdão gracioso de Cristo e renovou-se no espírito e na disposição de servir ao Senhor! Quem não passa por momentos assim difíceis de provação ou perdas, de desânimo e esfriamento da fé? Mas o “galo” canta sempre, isto é, de algum modo o Senhor toca a nossa consciência… O olhar triste, mas amoroso e perdoador do Senhor completa a obra, põe-nos no caminho de volta: o do amor e serviço a Cristo! Isto é renovação!

 

Pr. Éber Lenz Cesar. Igreja Presbiteriana Luz do Mundo, 01/2000.

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III.Tempo de renovar com o Espírito Santo

 

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