Pages Navigation Menu

"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

ÁGAPE – Festa do amor

ÁGAPE – Festa do amor

As igrejas primitivas celebravam a Santa Ceia juntamente com uma refeição maior cujo objetivo era promover o amor e a comunhão entre os cristãos. Chamavam-na de “ÁGAPE” (Festa do Amor). Eles “… adoravam juntos no templo diariamente, reuniam-se nos lares para comer e partiam o pão [Santa Ceia?] com grande alegria e generosidade…” (At 2.46, NVT).

Mas os cristãos de Corinto não estavam fazendo isso direito. O apóstolo Paulo escreveu-lhes: “… não posso elogiá-los, pois quando vocês se reúnem, fazem mais mal que bem” (I Co 11.17). Por que, naquela igreja, o “ágape” fazia mais mal que bem? Porque havia divisões entre eles, e porque os ricos não tinham consideração pelos pobres: levavam comida abundante e melhor, e chegavam mais cedo; os pobres pouco podiam levar, e, por força de suas obrigações domésticas, chegavam mais tarde. “Vocês [ricos] se apressam em comer a própria refeição; como resultado, alguns passam fome”. Havia até quem se embriagasse com o vinho. Adeus comunhão! Paulo precisou dizer-lhes: “Será que vocês não têm casa onde comer e beber?” e “Quando se reunirem para comer, esperem uns pelos outros.” (I Co 11.18-22, 33).

Em nossos dias, as igrejas também fazem refeições comunitárias. Mas, infelizmente, muitas vezes, cometem aqueles mesmos erros dos Coríntios, ou ainda outros, como, por exemplo, usar tais eventos para arrecadar dinheiro, para atrair desigrejados e descrentes, etc. Obviamente, amigos desigrejados ou descrentes podem ser convidados e impactados participando de um “ágape” (ver Ato 2.46-47), mas a “isca” mesma é o convite de Cristo: “Venham a mim…” (Mt 11.28). Palavra e testemunho! 

Que bom que os erros dos Coríntios e os outros mencionados não ocorrem em nossa igreja. Que bom! Mas, para não os cometermos nunca, tenhamos em mente que o objetivo de um “ágape” ou da “mesa”, como dizemos no Ministério Sal da Terra, deve ser sempre fortalecer o amor e a comunhão e, assim, dar testemunho de verdadeira igreja. Aliás, sem amor, não há “ágape”.

eberlenzcesar@gmail.com

 

Versão mais extensa

As igrejas primitivas celebravam a chamada Santa Ceia juntamente com uma refeição maior cujo objetivo era promover o amor e a comunhão entre os cristãos. Chamavam-na de “ÁGAPE”, isto é, “festa do amor”. A “festa de fraternidade” referida em Jd 12 era, provavelmente, a mesma coisa. At 2.46 registra que os primitivos cristãos “perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa (celebrando a Santa Ceia) e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus…”.

Em I Co 11.17-34, o apóstolo Paulo não descreve o ágape detalhadamente. Ele toma por assentado que os coríntios sabem do que ele está falando, e limita-se a corrigir-lhes os erros que estavam cometendo em detrimento do amor e da comunhão.

Em nossos, as igrejas costumam se reunir também em torno das mesas para r refeições comunitárias tipo “ágape”. Às vezes, e infelizmente, cometem os mesmos erros que os cristãos coríntios cometiam, e a refeição perde seu objetivo principal, que é promover o amor e a comunhão entre os irmãos. Vamos ver no texto da carta aos Coríntios quais foram os erros daqueles cristãos e tomar para nós as admoestações do apóstolo Paulo.

O problema em Corinto.

Paulo inicia esta seção dizendo: “Nisto não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor; e, sim, para pior” (I Co 11.17). Por que, na igreja de Corinto, a reunião para comer juntos e, então, participar da Santa Ceia, não estava sendo para melhor, e, sim, para pior?

  1. Porque havia “divisões” e “partidos” entre eles (vs.18-19). Paulo usa a mesma palavra grega em Gl 5.20 ao relacionar “as obras da carne”. Ali a tradução é “facções”, grupinhos.
  2. Porque os cristãos mais abastados não tinham consideração pelos mais pobres (vs.21-22). Esclarecendo.
  3. Cada um ou cada família levava a sua própria comida para o local da reunião (v.21a).
  4. Os mais abastados levavam comida abundante e melhor, e chegavam mais cedo. Os pobres levavam de sua pobreza, e, por força de suas obrigações domésticas, muitas vezes como escravos, chegavam mais tarde. Ora, os primeiros “tomavam antecipadamente a sua própria ceia… Menosprezavam a igreja de Deus, e envergonhavam os que nada tinham”. Havia até quem se embriagasse. Os pobres, que não tinham muita comida em casa, também não a recebiam na igreja e ficavam com fome (vs.21-22). Paulo precisou dizer aos ricos: “Não tendes, porventura, casas onde comer e beber?” e “Quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros. Se alguém tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunirdes para juízo.” (vs. 22, 33-34. Ver Jd. 12).

Como evitar esses e outros problemas em nossas igrejas?

  1. Precisamos estar com os corações cheios de amor pelos nossos irmãos. “Tende amor intenso uns para com os outros”  (I Pe. 4.8). Sem amor sincero e e intenso, é impossível realizar o “ágape”,  a festa do amor. Havendo amor, seremos “um só corpo em Cristo” (Rm 12.5), sem “divisões” e “partidos”. Estes resultam da vaidade, do orgulho, dos preconceitos, do egoísmo, dos complexos, da maledicência, da crítica…
  1. Precisamos compreender que as refeições na igreja são uma realização de todos para todos. Em Corinto, cada um levava de casa a sua própria ceia (v. 21). Obviamente, os mais abastados têm responsabilidade e privilégio maiores. (veja I Cor 9.6-15). Vale muito a pena gastar menos em suas próprias celebrações em casa e investir no “ágape” e outras necessidades da igreja! Jesus, “sendo rico, sê fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos” (II Co 8.9). Ele  “amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef. 5:25).
  1. Precisamos compreender que as refeições na igreja não têm o objetivo de alimentar no sentido de saciar a fome. A expressão “há quem tenha fome”, em I Cor. 11:21, parece sugerir que ditas refeições podem ter o objetivo de saciar a fome dos que “nada têm” (v. 22), mas não a dos que “têm casas onde comer e beber” (vs. 22,34). Todavia, mesmo os pobres devem levar em conta o exemplo dos cristãos das igrejas da Macedônia, pobres também:: “… no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundante alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Por que eles… na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários…” II Co 8.2-4). O propósito das refeições comunitárias na igreja não é alimentar irmãos famintos, mas sim, promover e desfrutar o amor, a comunhão. Aliás, ceia, na Bíblia, é sinônimo de comunhão espiritual (Lc 14.15-24; Ap 3.20). Obviamente, havendo amor, não haverá irmãos famintos! De outras maneiras e noutros momentos, os mais abastados devem repartir recursos e suprir as necessidades básicas dos mais pobres. Como o apóstolo escreveu aos mais abastados da igreja de Corinto: “… suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles… O que muito colheu não teve demais, e o que pouco, não teve falta” (II Co 8.14-15). E aos Gálatas: “Enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, principalmente aos da família da fé” (Gl 6.10).

Conclusão

Com que espírito e objetivo promovemos e participamos de refeições na igreja, tais como Café Comunitário, Ceia de Natal e outras? Virão alguns a estas reuniões porque haverá boa comida para comer? Têm alguns comparecido aos chamados Pequenos Grupos nos lares motivados não pelo amor aos irmãos e pelo estudo bíblico, mas pelo lanche ou jantar oferecido? Temos promovido festas e refeições como medida extrema para conseguir que os irmãos se reunam ou para arrecadar dinheiro, cobrando ingresso? Porventura, temos usado esse expediente como “isca” na pescar vidas para Cristo? Jesus disse: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). Uma vida bonita, seguindo nos passos de Jesus, associada ao anúncio do evangelho é a isca! Se usarmos a isca errada, pegaremos peixes erradamente motivados. Se usarmos comida e festas para atrair os pecadores ou os desigrejados, mais provavelmente teremos que dar-lhes comida e festa sempre, para conseguir sua presença e cooperação. Dito isto, acrescento o óbvio:  os “ágapes” da igreja podem e devem incluir os desigrejados e amigos ainda não convertidos que pela amizade, testemunho e ensino, estamos conquistando para Cristo e sua igreja.

Éber César (eberlenzcesar@gnail.com).

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *