III. OS ANJOS BONS
SÉRIE: Anjos
III . OS ANJOS BONS
Dos estudos feitos até aqui, concluímos que os anjos dividem-se em duas grandes classes: anjos bons e anjos maus. Há tipos diferentes de anjos bons e tipos diferentes de anjos maus, e há organizações entre eles.
Uma certa categoria de anjos bons desempenha funções de grande responsabilidade junto ao trono de Deus, cooperando com ele na administração dos céus; ao passo que um outro grupo de anjos bons presta serviços aos homens no mundo inteiro, especialmente “àqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14).
1. Os anjos propriamente ditos
A palavra “anjo” tanto no hebraico como no grego, significa “mensageiro”. Os discípulos que João Batista enviou a Jesus são chamados “aggeloi”, isto é, “mensageiros”, em Lc 7.24. Os sete “anjos” das sete igrejas da Ásia Menor (Ap 2 e 3) podem ter sido simplesmente sete bispos dessas igrejas. O contexto indicará quando “aggeloi” refere-se a mensageiros celestiais. Mais comumente refere-se a mensageiros celestiais.
Há “incontáveis hostes dos anjos” (Hb 12.22, celestiais). Eles compõem “os exércitos de Deus” (Jó 25.3; Mt 26.53). A Bíblia menciona nominalmente apenas um anjo, Gabriel. O nome significa “herói de Deus”, “poderoso”. Esse anjo tem sido o mensageiro das misericórdias e das promessas de Deus ao seu povo. Aparece quatro vezes na Bíblia, sempre anunciando boas novas:
- Dn 8.15-19. Anunciou o plano de Deus para o “tempo do fim”.
- Dn 9.21 . Anunciou as chamadas “Setenta Semanas de Daniel”, também ligadas ao tempo do fim.
- Lc 1.11-19. Anunciou a Zacarias o nascimento e o ministério de João Batista.
- Lc 1.26-33. Anunciou à virgem Maria o nascimento e o reinado de Jesus, o Messias.
2. Os arcanjos
O prefixo “arc” sugere um anjo chefe, principal. O termo “arcanjo” aparece duas vezes em toda a Bíblia. Há menção de um único arcanjo. Seu nome é Miguel (Jd 9). Ele é chamado “príncipe” do povo de Deus em Dn 10.13,21 e 12.1, e aparece lutando contra o “dragão e seus anjos” em Ap 12.7-12.
“Os estudiosos da Bíblia têm especulado que Miguel lançou Lúcifer e seus anjos caídos para fora do céu, e que Miguel, agora, entra em conflito com Satanás e os demais anjos maus para destruir-lhes o poder e dar ao povo de Deus a perspectiva da vitória final”. (Grahan, Billy, ANJOS , pág. 46).
O arcanjo Miguel virá com Jesus em sua segunda Vinda, no fim dos tempos, e anunciará aquele glorioso evento (I Ts 4.16). Há indícios de que Lúcifer (Satanás), antes de sua queda, era também um arcanjo, igual ou talvez superior a Miguel.
3. Os querubins
São mencionados em várias passagens. A etimologia da palavra não é conhecida. Tem sido sugerido que significa “guardar”. De fato, em Gn 3.24, vemos querubins guardando a árvore da vida, no Éden. Além disso, Deus ordenou a Moisés que fizesse dois querubins de ouro e os colocasse nas duas extremidades do propiciatório, a tampa que cobria a arca da aliança que ficava no Santo dos Santos, Querubins guardiões adornavam o véu ou cortina que vedava a entrada do povo naquele lugar santíssimo (Êx 26.31). Nos Salmos, vemos os querubins sustentando e guardando o trono de Deus (Sl 80.1; 99.1; Ap 4.6). Estas passagens indicam que os querubins tinham e têm a função de guardar os lugares sagrados.
4. Os serafins
São mencionados pelo nome apenas em Is 6.2,6. São distintos dos querubins. Há passagens que dizem estar Deus assentado acima dos querubins (I Sm 4.4; Sl 80.1; 91.1); mas os serafins estão em pé, acima dele (Is 6.1). Também seus deveres diferem dos que competem aos querubins. Eles lideram os céus na adoração a Deus e purificam os servos de Deus para o culto e serviço a Deus.
Há indicações de que existem ORGANIZAÇÕES entre os anjos bons. Em Cl 1.16, Paulo fala de “tronos”, “soberanias”, “principados”, “potestades”. O contexto parece indicar que estas são organizações de anjos bons. Em Ef 1.21, a referência parece incluir tanto os anjos bons quanto os maus. Nas outras passagens, essa terminologia se refere definitivamente apenas aos anjos maus (Rm 8.38; Ef 6.12; Cl 2.15).
Não se sabe exatamente o que estes termos significam em conexão com os anjos. Podemos apenas dizer que os “Tronos” se referem a seres angélicais, cujo lugar é na presença imediata de Deus; esses anjos são investidos de poder real que exercem sob Deus. As “Soberanias” parecem estar próximas aos “Tronos” em dignidade. Os “Principados” parecem se referir a governantes sobre povos e nações distintos. Assim, Miguel é tido como o príncipe de Israel (Dn 10.21; 12.1); assim lemos também a respeito do príncipe da Pérsia e do príncipe da Grécia (Dn 10.13,20). Estes dois são Principados dos anjos maus. As “Potestades” são possivelmente autoridades subordinadas, servindo sob uma das outras ordens.
O “ANJO DO SENHOR” não é, como cremos, um anjo, mas sim o Verbo de Deus pré-encarnado sob forma de um Anjo. Ele é mencionado com frequência no Velho Testamento (Gn 18.2,22; 19.1; 22.15-16; 31.11,13; Êx 3.2ss, etc).
Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com)