IV. Quando a religião só atrapalha…
Jesus teve muitos embates com os líderes religiosos do seu tempo. A religiosidade deles era legalista e hipócrita (Mt 23). A propósito, veja o que ele fez ainda no começo da Páscoa.
Jesus viu uma figueira com uma bela folhagem. Aproximou-se pensando colher um figo. Não encontrou nem um sequer… Ocorreu-lhe, então, que assim mesmo era a religiosidade daqueles líderes: figueira folhuda, com bela aparência (rituais, vestes, paramentos, belas palavras), mas nenhum fruto! Jesus amaldiçoou a figueira, que secou… (Mt 21.18-20. O contexto explica: vs. 33-46). Aquela religiosidade hipócrita estava por um fio…
Na manhã seguinte, Jesus “entrou no templo e expulsou os que ali vendiam”. Disse-lhes: “
Está escrito: A minha casa será casa de oração. Mas vós a transformastes em covil de salteadores” (Lc 19.45-46).
Certo que os peregrinos tinham que comprar animais para os sacrifícios da Páscoa, mas no templo?
Muitos têm evitado associar fé, culto, pregação, louvor, vida e testemunho cristãos com religião. Certamente porque há religiões falsas e religiosos hipócritas, e porque a mera religiosidade não salva. Não mesmo. Entretanto, o termo religião vem do latim religio, respeito ao sagrado; a outra palavra é religare, que significa religar o homem a Deus. Portanto, se somos cristãos, somos religiosos.
A questão é: Nossa religiosidade é egoísta, hipócrita, figueira folhuda, sem frutos? (Tg 1.22-27 caracteriza a “verdadeira religião”). As vaidades e interesses pessoais, incluindo o interesse financeiro, sobrepõem-se à verdadeira adoração, à pregação e à oração? Jesus cuidou disso na Páscoa, antes de morrer por nossos pecados…
Pr. Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com)