Olhos que veem
Introdução
Temos cinco sentidos… Se nos fosse dito que teríamos de perder um deles, qual escolheríamos? As respostas poderiam variar, mas eu creio que nenhum de nós escolheria o sentido da visão. Como é preciosa a nossa visão! Através dessas pequeninas janelas, os olhos, vemos pessoas amadas, livros, flores, caminhos, montanhas, lagos, coisas lindas e coisas feias. Nossos olhos estão entre os mais espetaculares triunfos da criação.
Mudando direção e foco, os olhos podem ver coisas minúsculas, a poucos centímetros, e coisas enormes, à distância. Sendo tridimensionais, os olhos também nos permitem determinar, pelo menos até certo pondo, distância, profundidade e velocidade. Podem mover-se rapidamente, acompanhando um objeto em movimento, e, por si sós, ajustam-se à luz ou à penumbra.
Dada a importância dos olhos e da visão, despendemos muito esforço e dinheiro para protegê-los. (E as mulheres para embelezá-los!). Cisco nos olhos incomoda em extremo, e tem que se tirado logo. E se não enxergamos bem, vamos a um oftalmologista; se necessário, usamos óculos de grau ou lentes de contato. Até porque olhos adoecem com conjuntivite, miopia, astigmatismo, hipermetropia, catarata, glaucoma, etc.
Desde que os olhos desempenham um papel tão importante, não surpreende que Deus, em sua Palavra, usou, com frequência, os olhos e a visão para ensinar-nos verdades espirituais. Ou seja, a Bíblia usa a percepção física para ensinar-nos acerca da percepção espiritual. Cito alguns exemplos iniciais:
Sl 119.18 – “Abre meus olhos para que eu veja as maravilhas de tua lei”
Mt 6.22 – “Seus olhos são como uma lâmpada que ilumina todo o corpo. Quando os olhos são bons, todo o corpo se enche de luz. Mas quando os olhos são maus, o corpo se enche de escuridão”
Mt 13-14-16 – “A vocês [meus discípulos] é permitido entender os segredos do reino dos céus, mas a outros não… É por isso que uso parábolas: eles olham mas não veem; escutam, mas não ouvem nem entendem…”
Ap 3.18 – A igreja de Laodiceia gabava-se: “Sou rico e próspero, não preciso de coisa alguma”. Mas o Senhor lhes disse: “Não percebes que és infeliz, miserável, pobre, cego e estas nú. Eu o aconselho a comprar de mim ouro puro… roupas brancas… e colírio para aplicar nos olhos, a fim de enxergar.”
Portanto, quando dizemos “Olhos que veem”, estamos nos referindo aos olhos da mente e da alma, embora eles mantêm uma relação muito estreita com os olhos físicos.
As enfermidades dos olhos físicos, acima referidas, têm equivalência com as enfermidades do olhos da alma. Podemos falar de cegueira espiritual, miopia espiritual, hipermetropia espiritual; adaptação ou acomodação espiritual , etc.
Quando o cego Bartimeu foi trazido à presença de Jesus para ser curado, as pessoas perguntaram: “Quem pecou… para que nascesse cego?” A cegueira física não resulta do pecado, necessariamente ou diretamente. Mas, desde Adão e Eva, as deficiências visuais do espírito ou da alma resultam do pecado e da fraqueza espiritual. Nossos primeiros pais andavam nus, e não se envergonhavam. Porém, depois que pecaram, olharam um para o outro de modo diferente, ficaram envergonhados e foram se vestir. Antes era normal e belo… O pecado encobre os fatos, distorce a imagem, afeta os pensamentos, muda as atitudes. Devido ao pecado, vemos as coisas de modo diferente daquele como Deus quer que as vejamos.
Sim, os olhos da mente e do espírito podem ficar cegos, míopes, hipermetropes. Podem acomodar-se ou acostumar-se com as trevas morais e espirituais, lenta e progressivamente. Se corpos estranhos se alojam nos olhos, a visão fica prejudicada. Para todos esses males, a cura nos é oferecida pelo Divino Oftalmologista.
Esta pequena série de mensagens é sobre isto. Acompanhe…
II. Cegueira espiritual
III. Miopia espiritual
IV. Hipermetropia espiritual
V. Acomodação espiritual
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