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"Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro 3:15

Membros uns dos outros. IV. Instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente.

Temos enfatizado o quanto dependemos uns dos outros, precisamos uns dos outros e temos que ver, sim, com a vida dos outros, principalmente se somos “irmãos em Cristo” e “membros uns dos outros”, como ensina o Novo Testamento.

Nos estudos anteriores, vimos que, como tais, devemos nos acolher uns aos outros, ter consideração uns para com os outros e suportar uns aos outros. No mesmo conxtexto desta última expressão de mutualidade, temos esta outro, que vamos agora considerar:

“Habite, ricamente, em vós a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria… (Cl 3.16).

Se, por um lado, espera-se de cada um de nós, que nos suportemos uns aos outros em nossas fraquezas, escrúpulos e diferenças de opiniões, por outro lado, espera-se também que nos tornemos fortes, que não sejamos excessiva e indevidamente escrupulosos, e que as diferenças desapareçam na medida em que nos aprofundamos na Palavra de Cristo e nos instruímos a aconselhamos mutuamente.

A unidade de pensamento é possível.

As preferências pessoais, a falta de doutrina e as opiniões divergentes dividiram os cristãos de Corinto. O apóstolo Paulo escreveu-lhes:

“Rogo-vos… que faleis todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões; antes sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer”.  E “aperfeiçoai-vos… sede do mesmo parecer, vivei em paz” ( I Co 1.10; 13.11).

Parece que os cristãos de Filipos também tiveram lá as suas divergências e os seus partidos, porque o mesmo apóstolo lhes escreveu:

“… completai a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa… sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo” (Fp 2.2-3).

Havia na igreja de Filipos duas mulheres que precisaram de um apelo mais pessoal:

“Rogo a Evódia e a Síntique pensem concordemente, no Senhor” (Fl 4.2).

Estes versículos indicam claramente que a harmonização crescente das opiniões é possível e deve ser buscada entre os membros do corpo de Cristo, a igreja. Um corpo sadio, a despeito das diferenças de forma e de função dos seus muitos membros, caracteriza-se por sua harmonia. Como alcançá-la?

Obedecer ao “Cabeça.

Ouvi falar de uma criança que nasceu com duas cabeças. Morreu bem cedo.  O corpo precisa de cabeça, mas de uma só. Duas são demais. Trariam confusão e morte. E sem cabeça o corpo morre também.

Paulo comparou a Igreja com um  “corpo” e frisou que Cristo é o “Cabeça” desse “corpo” (Ef 4.15-16; I Co 12.27).  Ele comanda o “corpo”, todos os seus membros, razão porque não podem estar divididos, não podem ser independentes.  A “mesma disposição mental”, o “mesmo parecer”, o “pensar a mesma coisa” ou “concordemente” serão possíveis na medida em que pudermos afirmar com o apóstolo Paulo:

“Nós temos a mente de Cristo” (I Co 2.16).

Em quantas questões e quantas vezes não temos a mente de Cristo!  Não pensamos concordemente acerca de inúmeras questões doutrinárias e práticas; impomos nossas próprias idéias; discutimos e nem ao menos nos suportamos uns aos outros quando divergimos; criamos partidos, dividimos igrejas. Não foi sem motivo que Paulo pediu aos efésios que se esforçassem “diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz”, e lembrou-lhes que “há somente um corpo e um Espírito… um só Senhor…” (Ef 4.1-4).

Ensino e aconselhamento bíblicos.

Não estando aqui, fisicamente, Cristo, o “Cabeça”, exerce o seu comando,  nos faz saber sua vontade por meio de sua Palavra escrita, a Bíblia Sagrada (e, claro, também pelo Espírito). Precisamos conhecer a Bíblia muito bem. E aqui, outra vez, nos ajudamos uns aos outros ensinando e aconselhando mutuamente, mas de acordo com o que diz a Palavra. É exatamente isto que o apóstolo recomenda no versículo que estamos estudando:

“Habite ricamente em vós a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente”.

Há por aí muitas idéias, muita instrução e muitos conselhos que não são bíblicos, não são cristãos (os mesmos que Cristo daria); daí uma disparidade de pensamentos e procedimentos, e a divisão.  Evódia e Síntique, de Filipos, teriam que rever na Palavra de Cristo o pensamento do Senhor acerca daquelas questões em que estavam divergindo e, então, deveriam compartilhar suas descobertas, encontrar o consenso e atender à exortação de Paulo: “Pensem concordemente, no Senhor!”

E os mestres?

Nesse contexto, é preciso lembrar que nem todos têm o dom do ensino, nem todos são mestres (Rm 12.4,7; Ef. 4.11; Tg 3.1). A expressão “instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente” não dispensa essa função ou ministério especializado na igreja. Apenas responsabiliza os mestres no sentido de serem totalmente bíblicos, e seus alunos a serem ouvintes atenciosos,  aprendizes humildes, “fiéis e idôneos para instruir a outros” (II Tm 2.2). Só podemos ensinar o que aprendemos!

Pr. Éber César (eberlenzcesar@gmail.com)

Veja os outros estudos desta série:

Introdução
2. Consideremo-nos uns aos outros.
3. Suportai-vos uns aos outros.
5. Exortai-vos mutuamente.
6. Exortai-vos uns aos outros.
7. Consolai-vos uns aos outros.
8. Confessai os vossos pecados uns aos outros.
9. Acima de tudo, amor.

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