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Membros uns dos outros: VIII. Confessai uns aos outros… (Tg 5.15)

Este é mais um dos muitos textos do Novo Testamento sobre as nossas responsabilidades mútuas na igreja, que é o Corpo de Cristo. Nesta passagem, o apóstolo Tiago lembra que é necessário e importante confessarmos os nossos pecados uns aos outros, ou seja, reconhecermos nossas fraquezas e erros uns perante os outros a fim de recebermos ajuda através de aconselhamento e oração.  De fato, o apóstolo acrescenta, na mesma passagem: “… e orai uns pelos outros”.

Deixemos que a este respeito nos fale o Pastor Ray Stedmann, de cujo livro “A Igreja, Corpo Vivo de Cristo” (ps. 109-111) transcrevemos o seguinte :

Não tente manter as aparências.

“Confessar as faltas significa admitir fraquezas e reconhecer fracassos[…] Muitas vezes é difícil levar um cristão a fazer isto, apesar da clara orientação da Palavra de Deus […]  Muitos pensam que serão rejeitados pelos outros se admitirem qualquer falta […].

“Nada poderia ser mais destrutivo para a koinonia (comunhão) cristã do que o costume de se fazer de conta que não se tem problema algum. Os lares cristãos, às vezes, estão cheios de briga, discussões, acessos de raiva e até ataques corporais, mas nenhum dos membros da família deixa escapar sequer uma palavra sobre o que está acontecendo. Mantém-se a aparência de que esta é uma família cristã ideal, sem problemas sérios. Para piorar a situação, esse tipo de conspiração do silêncio é tido como uma atitude cristã correta; a hipocrisia que a mesma envolve é vista como uma parte do ‘testemunho’ diante do mundo.

Confesse, admita, peça conselhos e oração.

“Como seria útil se um dos membros da família (de preferência o pai) admitisse honestamente, numa reunião cristã, que sua família está passando por dificuldades e que ela precisa de oração e conselhos. O que poderia acontecer?

  • Mais provavelmente, todos os outros cristãos do grupo se identificariam com o seu problema e o admirariam ainda mais por sua sinceridade e franqueza.
  • Uma profusão de conselhos úteis lhe seria dada por aqueles que já passaram por problemas semelhantes e aprenderam preciosas lições.
  • As orações dos cristãos dispostos a ajudá-lo a carregar seu fardo liberariam um grande poder espiritual, de modo que os membros da família seriam capazes de ver mais claramente as questões a serem resolvidas e de suportar com mais paciência e amor as fraquezas uns dos outros. O próprio versículo que nos admoesta a confessar as faltas uns aos outros, em Tiago, diz logo em seguida: ‘Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo’.

Antes que os problemas se agravem.

“Quando esse tipo de compartilhamento e ajuda ocorrem numa igreja, os pastores e presbíteros são aliviados da sobrecarga de aconselhamento que geralmente têm de fazer. Muitos problemas emocionais e até mentais são resolvidos logo no início através do amor e interesse genuínos de outros cristãos, sem chegar às complicações que, então, requerem longas horas de tratamento.

Assuntos íntimos.

“Claro, há assuntos íntimos e escandalosos que não devem ser mencionados numa reunião pública, nem mesmo num grupo pequeno. Alguns tipos de compartilhamento deveriam ocorrer em particular entre dois ou três indivíduos de confiança e maduros em seu julgamento da situação. Mas nenhum cristão deveria carregar sozinho um fardo pesado. Os que têm o dom do encorajamento (exortação ou consolação) devem estar à disposição para esse ministério; os irmãos retraídos e abatidos precisam ser delicadamente encorajados a falar sobre o que os está entristecendo. Um ouvido atento e um coração compreensivo são, às vezes, o maior dom que um cristão pode proporcionar a outro”. Às sábias palavras do Rev. Stedmann, acrescento que assuntos mais íntimos relacionados com sexo, carências afetivas e certas tentações ou pecados, se necessário, devem ser compartilhados, prudentemente,  com irmãos e conselheiros do mesmo sexo ou casais com casais.

Já lhe aconteceu suportar sozinho um grande peso emocional e espiritual resultante de tentação, pecado, problemas conjugais, falta de dinheiro, etc.?  Compartilhou com alguém ou tentou manter a aparência de pessoa feliz e sem problemas? Se alguma vez compartilhou com alguém, qual foi o resultado? Crítica, condenação, lições de moral, rejeição? Ou empatia e ajuda com bons conselhos e oração? O que você faria se alguém, em confiança, lhe contasse problemas e lutas pessoais?

Pr. Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com)

Veja os outros estudos desta série:

1. Acolhei-vos uns aos outros.
2. Consideremo-nos uns aos outros.
3. Suportai-vos uns aos outros.
4. Instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente.
5. Exortai-vos mutuamente.
6. Exortai-vos uns aos outros.
7. Consolai-vos uns aos outros.

9. Acima de tudo, amor.

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