Membros uns dos outros. IX. Acima de tudo, amor (I Pe 4.8)
O apóstolo Pedro escreveu às igrejas dos seus dias: “Acima de tudo, tende amor…”. O amor precisa estar acima porque este é o sentimento, ou melhor, a atitude que inspira, motiva e possibilita o cumprimento de todas aquelas responsabilidades que temos uns para com os outros, na igreja. Recordando as expressões estudadas nesta série, podemos dizer que, sem amor, não teremos motivação suficiente para acolher uns aos outros, considerar uns aos outros, suportar uns aos outros, instruir e aconselhar uns aos outros, exortar uns aos outros, admoestar uns aos outros, consolar uns aos outros, confessar fraquezas e faltas uns aos outros e orar uns pelos outros. E ainda que façamos todas estas coisas, se as fizermos sem amor, não vai adiantar nada. Como escreveu o apóstolo Paulo: “… se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (I Co 13.3).
O amor entre os irmãos.
Veja estes outros textos que nos falam da primordial necessidade de nos amarmos uns aos outros na igreja:
“Amai-vos cordialmente uns aos outros, com amor fraternal…” (Rm 12.10).
“Tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos de coração uns aos outros ardentemente” (I Pe 1.22).
“A mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros… Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos” (I Jo 3.11, 14).
“Se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros” (I Jo 4.11).
Lembremo-nos também do que Jesus disse aos seus discípulos:
“Novo mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.34-35).
É o amor, com suas múltiplas manifestações, que nos identifica como cristãos, discípulos verdadeiros de Cristo!
Que tipo de amor?
Certamente você notou os adjetivos que qualificam o amor cristão e os advérbios que indicam o modo como devemos nos amar uns aos outros. Esse amor deve ser “constante”, “fraterno”, “não fingido”; devemos amar “cordialmente”, o mesmo que “de coração”. Em suma, como Jesus nos amou: “Novo mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.
Começa na família da fé (Gl 6.10) mas estende-se aos de fora, até mesmo aos inimigos:
“Amai os vossos inimigos… se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam” (Mt 5.44).
Versículos como este indicam, também, que o amor cristão não é mero sentimento, e não é opcional. É ação resultante de decisão, decisão de amar em obediência ao mandamento do amor.
O texto de Rm 12.20-21 esclarece:
“Se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber…”
Que sentimento normalmente teríamos por um inimigo que nos prejudica? Não amamos um inimigo com sentimentos espontâneos de afeição, mas decididamente, em obediência à Palavra de Deus, fazendo algo por ele, conforme sua necessidade!
“Pedi e dar-se-vos-á”
Você acha que temos este amor em nossas igrejas? Você o tem por seus irmãos? Qual é sua atitude para com os que o aborrecem, prejudicam? Se você entende que não os ama como deveria, que acha de orar pedindo perdão a Deus e rogando-lhe que o ajude a amar? Jesus disse: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis…” (M7. 7.7). Podemos e devemos pedir ao Senhor que nos dê amor às pessoas, que nos ajude a amar decididamente, com ações concretas. Amor é fruto do Espírito (Gl 5.22-23) e “é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm 5.5). E tem de estar por cima, capacitando-nos para acolher, ter consideração, suportar, instruir e aconselhar, exortar, admoestar, consolar, confessar uns aos outros e orar uns pelos outros.
Pr. Éber César eberlenzcesar@gmail.com
Veja os outros estudos desta série:
1. Acolhei-vos uns aos outros. 2. Consideremo-nos uns aos outros. 3. Suportai-vos uns aos outros. 4. Instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente. 5. Exortai-vos mutuamente. 6. Exortai-vos uns aos outros. 7. Consolai-vos uns aos outros. 8. Confessai os vossos pecados uns aos outros.