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Blog cristão com histórias, cursos, estudos e sermões bíblicos

É uma graça…

A questão da contribuição financeira para igrejas tornou-se muito polêmica, principalmente neste últimos anos, com igrejas pedindo tanto dinheiro e usando-o indevidamente. Algumas constróem templos monumentais, às vezes luxuosos. E, pior, há muitos pastores por aí gabando-se de seu patromôno milionário… Os fiéis são encorajados, senão iludidos, com promessas de prosperidade matereial e saúde, como se pudessem barganhar com Deus. Por coisas assim, muitos não querem nem ouvir falar de dízimo e ofertas, ou mesmo de igreja. É uma pena, porque dízimo e ofertas estão presentes em muitas passagens bíblicas, quase sempre em conecção direta ou indireta com um nível superior de relação com Deus, de espiritualidade, de amor, de generosidade e de alegria.

O dízimo foi ordenado por Deus no Velho Testamento, num contexto judaico. Baseia-se no fato que tudo, afinal,  pertence a Deus; é o motivado por sincera gratidão a Deus por suas provisões diárias; e visa atender as necessidades dos mais carentes e do serviço sacerdotal (religioso).  O Novo Testamento não nega nem dispensa o dízimo, mas enfatiza as ofertas espontâneas, generosas, dadas por amor e com alegria, pelos mesmos motivos e para os mesmos fins.

Muitos sabem de cor estas palavras de Jesus no Sermão do Monte:

‘Não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.31-33).

O famoso escritor norte-americano, Eugene Peterson, traduziu assim:

Quero convencê-los a relaxar, a não se preocuparem tanto em adquirir. Em vez disso, prefiram dar, correspondendo, assim, ao cuidado de Deus. Quem não conhece Deus e não sabe como ele trabalha é que se prende a essas coisas, mas vocês conhecem Deus e sabem como ele trabalha. Orientem sua vida de acordo com a realidade, a iniciativa e a provisão de Deus. Não se preocupem com as perdas, e descobrirão que todas as suas necessidades serão satisfeitas. Prestem atenção apenas no que Deus está fazendo agora e não se preocupem quanto ao que pode ou não acontecer amanhã. Quando depararem com uma situação difícil, Deus estará lá para ajudá-los”. (Bíblia A Mensagem).

No ministério de Jesus, o exemplo mais notável é o da viúva pobre, cuja pequena grande oferta foi elogiada por Jesus, em detrimento das grandes pequenas ofertas depositadas pelos ricos. A viúva deu apenas duas pequenas moedas; os ricos, deram grandes quantias. Jesus explicou aos seus discípulos:

“Esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento”.

Ou, como lemos na Bíblia A mensagem:

“Ela fez uma extravagância, algo que não podia fazer: deu tudo o que possuía” (Mc 12.41-44).

No ministério do Apóstolo Paulo, o exemplo mais bonito e significativo é o das ofertas das igrejas da Macedônia. Outra vez vou usar a versão parafraseada de E. Peterson (compare com a da Bíblia Revista e Atualizada):

“…Sérios problemas aconteceram naquelas igrejas, pressionando ao máximo o povo. Mas isso revelou o verdadeiro caráter deles: inacreditavelmente felizes, ainda que desesperadamente pobres. A pressão motivou algo inesperado: um rio de doações sinceras e generosas. Eu estava lá e vi. Eles contribuíram com tudo o que podiam – além das possibilidades deles, eu diria!…” (II Co 8.1-4).

Empolgado, o apóstolo prossegue falando destas ofertas e providências relativas à sua administração honesta e cuidadosa em mais 35 versículos (II Co 8-9). Repetidas vezes refere-se à espontaneidade, à generosidade e às próprias ofertas daqueles cristãos como sendo graça de Deus. A entrega formal e legalísta do dízimo, às vezes por obrigação ou mesmo com a intenção de barganhar com Deus as suas bênçãos, não se compara com essa graça, esse desprendimento, esse foco ajustado no Reino dos Céus ou de Cristo, na Igreja, nas necessidades dos outros, sejam estas materiais ou espirituais.

Claro que a graça referida inclui o que se tem chamado de vida simples; a opção pelo modesto; pela economia. Jesus, nosso Senhor e Salvador, Mestre dos mestres, e seus apóstolos vestiam-se simplesmente e viviam vidas simples, sem, necessariamente, um “voto de pobreza”. Adeptos ou não da “Teologia da Prosperidade”, muitos líderes religiosos (e seus liderados) pensam e vivem de modo bem diferente. Acham que os “filhos de Deus” têm que ser vistosos e ter tudo do melhor, incluindo luxo. Mas a graça diz: gaste o mínimo que puder, dê o máximo que puder. Foi o que Jesus ensinou: “Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20.35).

Veja curso sobre Mordomia (Contribuição, Dízimos e Ofertas), neste blog, na página Cursos Bíblicos.

Pr. Éber César – eberlenzcesar@gmail.com

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