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Vale de Baca I (Consolo para os que sofrem).

Esta mensagem é um capítulo do meu livro SOBREVIVENDO NO DESERTO – MENSAGENS DE CONFORTO PARA DIAS DIFÍCEIS.

“Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti… o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva.” (Sl 84.4-6).Capa SOBREVIVENDO NO DESERTO

Nos tempos do Velho Testamento, os israelitas piedosos faziam peregrinações regulares a Sião, a mesma Jerusalém, para adorar a Deus no templo e celebrar festas religiosas. Esta era a alegria maior de suas vidas; eles amavam os tabernáculos de Deus, suspiravam pelos átrios do Senhor, exultavam pelo Deus vivo! (Salmo 84.1-4). Aquelas peregrinações eram muito difíceis em certos trechos, mas eles as enfrentavam com alegria; renovavam suas forças ante-gozando o momento em que apareceriam diante de Deus em Sião (v.7).

O trecho mais difícil da viagem, incontornável para a maioria deles, era o Vale de Baca (Versão Revista e Corrigida), também chamado Vale das Lamentações (Septuaginta), Vale de Lágrimas (Vulgata Latina), Vale das Balsameiras (Bíblia de Jerusalém), e Vale Árido (Versão Revista e Atualizada). “Baca” é uma palavra hebraica que significa “choro”, “lágrima”. As balsameiras são plantas que destilam, gotejam ou “choram” o bálsamo, uma resina de odor tão agradável que a palavra “bálsamo” veio a significar, figurativamente, “alívio”, “conforto”, “lenitivo”. As peregrinações de Israel são um tipo ou símbolo da peregrinação dos cristãos neste mundo. Jesus disse aos Seus discípulos:

“Vós não sois do mundo…” (João 15.19).

Paulo escreveu aos Filipenses:

“A nossa pátria está nos céus…” (Filipenses 3.20).

Pedro dirigiu suas epístolas

“aos eleitos… peregrinos e forasteiros…” (I Pedro 1.1; 2.11).

Os israelitas faziam suas peregrinações a Jerusalém a fim de adorar a Deus no templo; nós, os cristãos, estamos a caminho da chamada Jerusalém Celestial onde haveremos de adorar e servir ao Deus Triúno, em tabernáculos eternos. Peregrinando aqui, temos passado, sim, por lugares de indizível beleza; o Bom Pastor nos tem conduzido por “pastos verdejantes”, e nos tem levado “para junto das águas de descanso” conforme lemos no Salmo 23.1,2; anjos têm vindo do céu à terra somente para nos proteger (Salmo 34.7); temos vivido experiências agradabilíssimas. Entretanto, não há por que negar que alguns trechos do caminho têm sido muito difíceis. Não temos podido evitar o “Vale de Baca” ou “Vale de Lágrimas”. Gostaríamos que o Salmo Pastoril (Salmo 23) falasse somente de “pastos verdejantes”, “águas tranqüilas” e “mesas postas”, e não mencionasse o “vale da sombra e da morte” (v.4). Mas a referência está ali…

Se você, irmão (ã) está passando pelo “Vale de Baca”, quero lembrar-lhe que o seu equivalente físico na Palestina recebeu este nome não porque era árido, difícil, sofrido, mas por causa das plantas que cresciam ali e “choravam” bálsamo. Este vale recende a bálsamo! Nesta e na próxima mensagem, vamos ver quanto conforto e lenitivo existe neste vale.

1. O Vale de Baca é muito frequentado.

Os israelitas de quase toda a Palestina tinham que passar pelo Vale de Baca, quando a caminho de Jerusalém. A topografia os obrigava a isto. Na experiência cristã não é diferente. Alguns são levados, como que “por via aérea”, do berço para a glória da Jerusalém Celestial, e escapam do Vale de Lágrimas; mas todos os outros têm que passar por ele. Parece que Moisés passou por este vale repetidas vezes. Idoso, sofrido e enfadado, ele orou:

“Volta-te, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos… Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade.” (Salmo 90.13,14).

Muitas são as adversidades que nos afligem e nos fazem chorar no transcurso desta nossa peregrinação terrena: desapontamentos, desastres, calamidades, perdas, escassez, enfermidades, morte. De um modo ou de outro, cedo ou tarde, mais ou menos vezes, todos passamos pelo vale.

2. O Vale de Baca é muito indesejável.

a) É árido. Não tem rios de alegria; os poços, cavados por alguns dos peregrinos que nos antecederam ou por nós mesmos são, muitas vezes, “cisternas rotas que não retêm as águas” (Jeremias 2.13).
b) É pedregoso. Os peregrinos conseguem remover as pedras menores, não as grandes; a caminhada é muito sofrida; muitos tropeçam e caem.
c) É escuro. As trilhas serpenteiam entre rochas de angústia e montanhas de pecado; o Sol da Justiça esconde-se por trás destas e o vale fica muito sombrio.
d) É extenso. Os peregrinos sabem que Sião está à frente, mas não podem vê-la; a caminhada parece não ter fim. Muitos ficam desencorajados.
e) É infestado. Há espíritos maus neste vale. Eles tentam; fazem insinuações malditas e sugestões blasfemas: armam ciladas, lançam os “dardos inflamados do maligno” (Efésios 6.11,16).

3. O Vale de Baca é muito proveitoso.

Torna-nos mais fortes, mais humildes, mais dependentes de Deus, enfim, mais crentes. A companhia e as necessidades dos outros peregrinos ensinam-nos a pensar mais neles, e a “levar as cargas uns dos outros” (Gálatas 6.2). O autor do Salmo 119 aprendeu muito no Vale de Baca, razão porque orou:

“Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a Tua Palavra… Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os Teus decretos.”
(vs. 67,71).

Paulo passou por este vale diversas vezes, e testemunhou:

“… aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura como de fome, assim de abundância, como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4.11-13).

Veja a conclusão desta mensagem Vale de Baca II.

 

Esta mensagem está no meu livro Passando Pelo Vale Árido, Conforto e Encorajamento para os que Sofrem.
Pr. Éber M. Lenz César
eberlenzcesar@gmail.com

5 Comments

  1. QUE BENÇÂO !!!!

  2. Um texto muito rico e ricas lições para nossas vidas.

  3. Maravilha,era o que eu procurava.

  4. muito bom o texto.

  5. Muito abençoado este estudo sobre vale de baca.

    O meu tempo no vale de baca acabou e breve estarei com alegria nos

    Átrios do senhor.

    A paz esteja com você.

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