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O Brasil tem jeito, sim!

O Brasil tem jeito, sim!

Nestes dias de menor patriotismo, o 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, não é mais celebrado como no passado. Dois meses antes do Grande Dia, os colégios suspendiam as aulas uma ou duas vezes por semana para os ensaios das fanfarras e desfiles. No 7 de Setembro, multidões se aglomeravam de um e outro lado das ruas centrais para assistir aos desfiles. Os alunos usavam uniformes diferentes do de todo dia. O aluno mais bem comportado ou com melhores notas ia à frente do pelotão, portando a bandeira nacional, todo orgulhoso. O povo aplaudia. Era uma festa, uma expressão entusiasta e bonita de amor à Pátria. Foi-se o tempo… Hoje, quase não vemos desfiles cívicos. Para a maioria, o dia da nossa independência é apenas um feriado como outro qualquer.  Não valorizamos devidamente nossa independência! Lutaríamos por ela, até a morte? Amamos nossa Pátria? Orgulhamo-nos do nosso país? Do verde-amarelo mais que do rubro-negro ou do tricolor? Talvez um pouco… na Copa, no Pan, nas Olimpíadas!

O grito.

Vale recordar o famoso grito de independência proferido pelo Príncipe Regente D. Pedro I às margens do rio Ipiranga, em 7 de Setembro de 1822: “Independência ou morte!”. Foi muita bravura de sua parte. Estavam em jogo milhares de vidas que, na época, se arriscavam pela independência dos brasileiros. A partir de então, o Brasil deixou de ser colônia de Portugal, fez o seu caminho e tornou-se uma grande nação,  livre e soberana. Somos uma nação abençoada! Com uma superfície total de 8.514.876 km²,  o Brasil é o  quinto maior país do mundo, depois da Rússia, China, Canadá e Estados Unidos. Nossa Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo. Temos o quinto maior contingente populacional do mundo. Essa terra é mesmo maravilhosa, rica em petróleo e minerais, produtiva, resguardada de vulcões, terremotos, tornados, tsunamis, terrotismo, guerras… Nosso povo é alegre, comunicativo, hospitaleiro, abraçador (pelo menos até começar a pandemia!).

Alguns dos nossos problemas.

Mas é preciso listar alguns dos nossos problemas quase crônicos, e orar pelo Brasil: corrupção nos altos escalões do Governo e na política de modo geral, polarização radical, violência urbana, a desigualdade e injustiça social,  desemprego, pobreza, saúde mal assistida, educação precária, moralidade decadente… Vendemos turismo sexual! Importamos, produzimos, consumimos e exportamos mais pornografia do que alimentos!  Geralmente, culpamos os Governos ora incompetentes, ora corruptos. Mas os cidadãos de todos os níveis têm sua parcela de culpa…

Em sua maioria, os brasileiros são religiosos, mesmo que não praticantes.  O número de evangélicos cresceu muito nestes últimos anos, porém, em grande medida, com motivações erradas e doutrinação equivocada. Algumas “igrejas” mais novas, com suas práticas estranhas  e não bíblicas (para dizer o mínimo), estão confundindo, decepcionando ou mesmo escandalizando o povo. Com seu marketing, promessas incondicionais de prosperidade e cura (em troca de ofertas) estão crescendo muito, mas a custo da seriedade teológica, doutrinária, litúrgica, ética e financeira.  As igrejas mais antigas também, salvo exceções, não lembram aquelas igrejas do primeiro século, ou aquelas que, em diferentes períodos da história, avivadas, santificadas, ousadas e comprometidas proclamaram o evangelho no poder do Espírito Santo, socorreram os necessitados, mudaram leis e costumes.  Por tudo isto, precisamos orar muito por nosso país, por nossas cidades, por nossas famílias, por nossas igrejas.

Precisamos de um vivamento.

Entendemos e cremos que o Brasil precisa, sim, de reformas constitucionais, políticas, tributárias, agrárias, sociais e tantas outras… Mas, como cristãos, cremos que o país precisa ainda mais de Deus, de Cristo, da Bíblia, do Evangelho, e de cristãos como aqueles que, no primeiro século, eram de fato, “sal da terra” e “luz do mundo”,  gente que faz diferença! (Mt 5.13-16). As igrejas brasileiras, independentemente de seus rótulos, precisam de uma nova Reforma, de um avivamento religioso ou espiritual, um retorno à Palavra de Deus, à pureza do evangelho, à prática das boas obras, à santidade de vida, ao exemplo que dá autoridade, que transforma e faz diferença.

Vale lembrar estas palavras ditas pelo próprio Deus ao povo de Israel, no Velho Testamento:

“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome se humilhar e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (II Crônicas 7.14).

Sarar a terra, no contexto, significa fazer chover no tempo certo e na medida certa, impedir que os gafanhotos devorem a lavoura, conter as pestes, abençoar, suprir as necessidades do povo.

O Brasil pode ter melhores colheitas, pode fazer melhores negócios, pode oferecer mais empregos, melhor educação, mais saúde, mais justiça social; pode e deve punir os corruptos dos palácios e das favelas, conter os vândalos, restringir o tráfico de drogas, a violência e a criminalidade…. É possível – com governantes competentes, honestos, verdadeiramente interessados em servir às cidades, aos Estados e ao país; com policiais corajosos e incorruptíveis; com cidadãos honestos e trabalhadores; e, sobretudo, com a bênção de Deus! E Deus, claro, usa os cristãos, os verdadeiros, os que, como dissemos, são “sal da terra”“luz do mundo”. São servos seus, a serviço, para salvar, transformar e ajudar! O Brasil tem jeito, sim! Que nossas igrejas, que todos sejamos parte do processo!

 

Pr. Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com)


 

 

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