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Esperança (Dia de Finados)

Esperança (Dia de Finados)

Neste Dia de Finados (02/11), milhares de pessoas enlutadas irão aos cemitérios prestar uma homenagem aos seus mortos… recordar… chorar… rezar. A ausência dos queridos que se foram já é bastante triste, mas a desesperança, quando não desespero, é ainda mais triste.

No primeiro século, quando o Novo Testamento ainda estava sendo escrito e as doutrinas cristãs estavam sendo firmadas e ensinadas pela primeira vez, o apóstolo Paulo soube que os cristãos de Tessalônica estavam confusos e tristes com a morte de parentes e irmãos em Cristo.  O apóstolo, então, escreveu-lhes doutrinando-os a respeito e dizendo-lhes palavras de grande conforto. Estão em I Ts 4.13-18.

“Não queremos, irmãos, que sejais ignorantes, com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais que não têm esperança…” (v.13).

Os cristãos, verdadeiros cristãos, se entristecem, sim, quando perdem um ente querido. É natural. É por causa do amor. Sua tristeza, entretanto, não é como a dos “ignorantes”, os que “não têm esperança”. O termo “ignorantes”, aqui, não tem sentido pejorativo, ofensivo; é “ignorância com respeito aos que dormem”, ou seja, não saber nada acerca da situação presente e perspectiva futura dos que já morreram.  A ignorância os deixa sem esperança, na dúvida, angustiados, com uma tristeza que vai muito além da simples e amorosa saudade.  O apóstolo não quer que os cristãos tessalonicenses, seus filhos espirituais, sofram “como os que não têm esperança”.  Então acrescenta:

“Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará juntamente em sua companhia os que dormem…” (v. 14).

Como cristãos, cremos com certeza que Jesus morreu por nossos pecados e, três dias depois, ressuscitou, voltou à vida. A morte de Cristo por nossos pecados, morte expiatória, é uma das colunas que sustentam a fé cristã; sua ressurreição é a outra coluna. O mesmo apóstolo escreveu aos Coríntios:

“Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados… foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia… Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé… Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem…” (I Co 15.2-4, 12-20).

“Primícias dos que dormem” significa que Jesus foi o primeiro a ressuscitar, o primeiro dentre outros muitos. Sua ressurreição foi diferente de outras narradas na Bíblia, como a de Lázaro (Jo 11). Estas outras ressurreições não foram definitivas, e não trouxeram à vida um corpo perfeito, pronto para a eternidade; estes ressuscitados tornaram a morrer, por doença ou velhice. A ressurreição de Jesus foi sua vitória definitiva contra  a morte (I Co 15.26, 54-55). Será assim a ressurreição de todos, no final dos tempos, quando Cristo voltar.

Isto nos leva de volta às explicações de Paulo aos Tessalonicenses: “… Deus, mediante Jesus, trará juntamente em sua companhia os que dormem…” E mais:

“O Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor…” (V. 14-17).

Estão subentendidas algumas verdades ensinadas noutras passagens. A afirmação de que “Deus, mediante Jesus, trará juntamente em sua companhia os que dormem…” lembra-nos que os crentes que já morreram estão com Jesus, ainda que somente num estado espiritual (por enquanto). Assim crendo, o mesmo apóstolo Paulo, já idoso, cansado, disse:

“Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro… Tenho o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Fp 1. 21, 23. Veja II Co 5.8; Lc 23.43).

Quando Jesus voltar à terra, ele trará consigo os espíritos dos salvos, e lhes dará novos corpos (isto é ressurreição); ao passo que os crentes que estiverem vivos na ocasião, serão transformados, feitos sem pecado, sem defeitos e imortais! Incrível? Não, não é incrível. É fantástico, maravilho! Veja I Co 15.51-53.

E tem mais. Como Paulo escreveu aos Tessalonicenses: Os crentes ressuscitados e os crentes transformados, todos nós, juntos, “seremos arrebatados… para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor…” Esta é a esperança dos que lêem a Bíblia, sabem das coisas, da morte expiatória de Cristo, de sua ressurreição, da promessa de sua vinda, e dessas outras promessas maravilhosas.  Paulo conclui suas palavras aos Tessalonicenses, dizendo-lhes:

“Consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (v. 18). Amém!

Pr. Éber César

 

Veja também:

Depois da morte

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