Todo Dia é Dia Ação de Graças
A propósito do Dia Mundial de Ação de Graças, recordemos um belo exemplo de gratidão narrado em Lucas 17.11—19. Trata-se da conhecida história da cura de dez leprosos e a gratidão de um deles.
Nos dias de Jesus, a lepra era pior que qualquer das mais terríveis doenças dos nossos dias. Os leprosos tinham que permanecer fora das cidades, não podiam aproximar-se das pessoas e, se alguém deles se aproximasse, eles tinham que cobrir o rosto e gritar: “Imundo! Imundo!” (Números 5.1-4; Levítico 13.45).
Os dez leprosos “saíram ao encontro de Jesus”, mas “ficaram de longe e lhe gritaram dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós!” Jesus ordenou-lhes que fossem mostrar-se aos sacerdotes. Era o procedimento legal: leprosos curados tinham que passar por este “exame” antes de se reintegrarem na família e na sociedade. Os sacerdotes os examinavam e, se fosse o caso, os declaravam limpos e curados (Levítico 14).
Os leprosos partiram, esperançosos e alegres.
“Aconteceu que, indo eles, foram purificados. Um dos dez, vendo que fora curado, voltou dando glória a Deus em alta voz, e prostrando-se aos pés de Jesus, agradeceu-lhe”.
Jesus comoveu-se com esta ação de graças, tão espontânea e enfática. Mas, ao mesmo tempo, manifestou sua estranheza, senão tristeza, pela falta de gratidão dos outros leprosos.
“Não eram dez os que foram curados? Onde estão os outros nove?”
Jesus queria que os dez tivessem voltado para agradecer a bênção extraordinária que haviam recebido e, então, dar glória a Deus. Todavia, somente um deles o fez! Somente 10% dos curados!
Aplicação.
A lepra é símbolo do pecado na Bíblia. E “todos pecaram” (Romanos 3.23). Como aqueles leprosos, clamamos a Deus e ao Senhor Jesus e recebemos perdão e purificação, a cura da “lepra espiritual”. Recebemos também inúmeras outras bênçãos espirituais e materiais. Será que temos estado entre os 10% de cristãos agradecidos? Temos tomado tempo para agradecer e glorificar a Deus por sua dádiva maior, a do seu Filho, e a Este pelo sacrifício que fez para a nossa salvação? Agradecemos a nossa eleição, a habitação do Espírito em nosso coração, a paz, a alegria, os dons espirituais, a igreja, o trabalho, o alimento, a saúde, a proteção? A Bíblia diz:
“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus…” (I Tessalonicenses 5.18).
O cristão cheio do Espírito louva ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, “dando sempre graças por tudo ao nosso Deus e Pai” (Ef 5.18-20).
W.B. Salbie disse:
“De todas as motivações religiosas, a gratidão é a mais pura e a mais forte”.
Os cristãos (evangélicos inclusive), às vezes, queixam-se de falta de motivação para participar dos cultos e ministérios da igreja. Os pastores muitas vezes cedem à pressão e gratificam sua frieza espiritual promovendo-lhes motivações erradas, fugazes e até mesmo mundanas. Doutra sorte, esses cristãos (serão mesmo cristãos?) nem sequer vêm ao cultos. Programas bem elaborados, boa musica espiritual, mensagens bem preparadas e bem entregues têm o seu lugar, mas a motivação tem que ser a gratidão que leva ao amor, à obediência e ao desejo de adorar e servir.
Devemos contar as bênçãos recebidas e lembrar a cura da nossa “lepra” espiritual, não apenas no Dia e Ação de Graças, mas todos os dias, e dar graças a Deus por tudo e em todas as circunstâncias; não somente com breves orações, mas também com uma vida de obediência e serviço.
Pr. Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com)