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Corpus Christi

Corpus Christi

Corpus Christi é uma festa da Igreja Católica celebrada sempre na segunda quinta-feira após o Pentecostes. Na ocasião, os fiéis católicos costumam enfeitar as ruas de suas cidades com longos tapetes de flores, pedras coloridas, serragem e outros materiais, e fazem alegres procissões. Pelas razões expostas a seguir,  os evangélicos não costumam participar dessa festa.

Corpus Christi é uma expressão latina que significa “corpo de Cristo”. O nome já sugere o seu significado: trata-se de uma homenagem, quando não uma adoração, aos elementos usados na celebração da Santa Ceia, também chamada Eucaristia: o pão e o vinho. A festa é celebrada sempre numa quinta-feira porque foi nesse dia da semana que Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos, pela última vez, e instituiu a Eucaristia.

A Origem da Festa

Por volta de 1200, 300 anos antes da Reforma Protestante, havia na Igreja uma crescente preocupação com os aspectos formais e litúrgicos do culto e com a reverência diante da Eucaristia (Santa Ceia). Nessa época, em Liège, na Bélgica, uma abadessa agostiniana chamada Juliana (1192-1258) teve certas visões que a fizeram pedir a instituição de uma festa em honra ao chamado “Santíssimo Sacramento” da Eucaristia. A idéia evoluiu até que, em 11 de outubro de 1264, o papa Urbano IV instituiu oficialmente a festa de Corpus Christi para toda a Igreja.

O Significado da Festa

Na instituição da  Santa Ceia (Eucaristia), Jesus, partindo o pão, disse: “Isto é o meu corpo…” (Mt 26.26; Mc 14.26; Lc 22.19; 1Co 11.24). O apóstolo Paulo, em I Co 10.16, pergunta: “O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?”. A grande questão envolvida nessas expressões e no próprio sacramento da Eucaristia é a seguinte: Quando Jesus disse “Isto é o meu corpo”, referindo-se ao pão, ele estava utilizando uma metáfora ou estava dizendo que, literalmente, aquele pão se transformava no verdadeiro corpo de Cristo?

A Igreja Católica crê na transubstanciação, isto é, que o pão (que eles chamam de hóstia) verdadeiramente se transforma em “corpo de Cristo” e, por isso, não deve ser mastigado (afinal, não seria correto morder o corpo de Cristo). Dessa forma, a hóstia transforma-se em objeto de adoração. É o que acontece na festa de Corpus Christi. No entanto, utilizando os princípios elementares de interpretação bíblica, somente podemos concluir que Jesus, quando disse “isto é o meu corpo”, estava utilizando uma metáfora, um artifício de comparação, para ensinar, basicamente, três coisas:

  • A Santa Ceia é uma cerimônia de lembrança do sacrifício que Cristo fez na cruz por nós. Jesus mesmo instrui: “Fazei isto em memória de mim” (I Co 11.24). Sempre que comemos o pão (e bebemos o vinho), lembramos que foi através da morte de Cristo que alcançamos a salvação.
  • A Santa Ceia é uma cerimônia que simboliza nossa atual relação de dependência e comunhão com Cristo. Em outra passagem metafórica, Jesus disse: “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna…” (Jo 6.54). Ele ensinava que, assim como precisamos do “pão nosso de cada dia” para alimentar nossos corpos, também precisamos e dependemos do “pão da vida” (Jesus), para ter uma vida eterna de comunhão com Deus.
  • A Santa Ceia é uma cerimônia que nos dá a certeza de que Jesus um dia voltará para buscar a sua Igreja. O apóstolo Paulo afirmou: “…todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. (1Co 11.26).

Assim, a Eucaristia tem três significados básicos:

  • Uma lembrança do passado (morte de Cristo);
  • Um símbolo do presente (comunhão com Cristo);
  • Uma promessa do futuro (volta de Cristo).

Por estes motivos, nós os Evangélicos, não celebramos a festa de Corpus Christi. Respeitamos quem o faz, mas não celebramos o Corpus Christi. Celebramos a Santa Ceia com sincera gratidão e santa reverência. Não devemos adorar o símbolo, o sacramento em si, mas aquilo que ele simboliza. Não adoramos a hóstia, mas aquilo que ela representa: Jesus. O pão continua sendo pão, com gosto de pão, forma de pão e substância de pão. A presença de Cristo torna-se real, não por causa do pão ou do vinho, propriamente, mas por causa da fé do participante e da atuação sobrenatural do Santo Espírito em nossos corações.

Pastores Clinton e Éber Lenz César

eberlenzcesar@gmail.com

         

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