Paz na angústia
Elisabeth Stracham, em “For Women Only”, Ed. Evelyn and AIIan Petersen, Tyndale House Publishers. Traduzido por Eber César.
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Todo mundo tem problemas, tristezas, decepções, algum peso no coração. Ninguém tem a resposta final para seus sofrimentos e angústias. Deus não se apressa em explicar-nos o porquê das nossas tribulações, mas ele pede que confiemos nele e no fato de que cada uma delas é necessária. E ele nos ilumina e nos ajuda ao longo do caminho.
Eu quero compartilhar com você uma fórmula que me tem ajudado muito naqueles dias quando eu sinto como se Deus tivesse se esquecido de mim.
1. Encontre alguma passagem da Bíblia de especial significação para você nestes dias, e agarre-se à mesma.
Há poder, conforto e vida nas Escrituras. No SI 107.20, lemos: “Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal”.
Eu tenho uma amiga que perdeu o marido de quarenta e cinco anos repentinamente. Em desespero, ao lado do corpo sem vida de seu esposo, ela clamou: “Senhor, dá-me alguma coisa, dá-me alguma coisa!” Deus a ouviu e ela teve a nítida impressão de que o Senhor lhe dizia: “A minha graça te basta” (II Co 12.9). Nestas simples palavras, ela encontrou conforto e força suficientes para os dias difíceis que se seguiram.
2. Comece a louvar ao Senhor.
Por mais absurdo que isto possa parecer, o fato é que a Bíblia nos diz: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus” ( I Ts 5.18). Inexplicavelmente, paz e alegria enchem os nossos corações quando danos graças e cultuamos a Deus. E isto acontece especialmente naqueles dias quando pensamos que Deus nos abandonou. Se, então, pudermos dizer, “Senhor, eu não compreendo nada disso, mas – peta fé – eu te amo, eu te louvo e eu te agradeço”, a paz virá aos nossos corações.
3. Pense em Deus.
Veja esta promessa que está em Is 26.3: ”Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti”. Deus é o x na equação da vida; sem ele, não temos nenhuma resposta. No meio das nossas angústias, por um ato deliberado da vontade, podemos parar e pensar em Deus: “Deus é Espírito, infinito, eterno e imutável em sua misericórdia, bondada e santidade. E Deus me ama. Ele me ama assim como eu sou. Ele me ama justamente nesta hora. Ele está comigo. Ele é por min”. Lembre-se de que o Onipotente tem servos por toda parte. Ver SI 40.17; 37.39; 38.9; etc.
Filipe uma vez disse a Jesus: “Senhor, mostra=nos o Pai, e isso nos basta” (Jo 14.8). Eu estou certa de que se pudéssemos ver o Pai, mesmo que apenas de relance, diríamos como Paulo: “Os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós” (Rm 8.18).
4. Ore.
Fale com Deus o que você deseja que ele faça a respeito do problema que enfrenta. “Não andeis ansiosos de coisa alguma, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica. E a paz de Deus… guardará os vossos corações e as vossas mentes” (Fp 4.6-7). A oração não é um botão mágico para conseguirmos o que queremos. É melhor do que isto. É a exposição de nossas necessidades e desejos a Deus, sabendo que ele nos dará o que nós pedimos ou alguma coisa muito melhor.
George MacDonald disse:
“Deus sabe que a oração é a nossa maior necessidade. Quando Deus criou a possibilidade da oração, seu objetivo principal foi suprir nossa necessidade de ter comunhão com Ele. A fome pode trazer o filho fugitivo de volta ao lar, e pode ser que ele seja alimentado imediatamente ou somente mais tarde, mas a verdade é que ele necessita de sua mãe mais do que da comida. A comunhão com Deus é uma necessidade que ultrapassa todas as outras necessidades. A oração é o ponto de partida para esta comunhão, e alguma necessidade é o motivo desta oração. Assim, comece uma comunhão, uma conversa com Deus, torne-se um com Ele, pois este é o objetivo da oração, sim, da própria existência. Devemos pedir o que necessitamos e esperar receber, mas receber o que pedimos ou algo melhor não é o objetivo primeiro de Deus ao fazer-nos orar.”
5. Faça alguma coisa.
Assim que tenhamos dado os quatro passos referidos, então é tempo de agir. Paulo recomendou aos Tessalonicenses que cuidassem do que era deles e trabalhassem com as próprias mãos (I Ts 4.11). Citando MacDonad outra vez: “Quando você tiver alguma coisa para fazer, faça-o, mesmo que seja varrer o quarto, preparar uma refeição ou visitar um amigo. Não preste atenção aos seus sentimentos.”
Em Costa Rica há uma missionária a quem os nativos se referem frequentemente não tanto pelo que ela diz, mas pelo que ela faz: as cortinas que ela fez para uma jovem mãe enferma; um órfão enfermo que ela levou para o seu próprio lar; uma esposa abandonada que ela confortou e ajudou. Esta missionária, agindo assim, tornou mais fácil para as pessoas crerem no evangelho — as boas novas de que Deus nos ama e fez uma completa provisão para a nossa redenção pela morte do Seu Filho. Aquelas pessoas podiam ver o Amor de Deus na vida desta missionária.
O Deus invisível que raramente explica as suas estranhas providências em nossas vidas, pede-nos que sirvamos ao próximo. Gl 5.13. Será sempre um momento crítico e extremamente importante em nossas vidas aquele em que decidimos que viveremos para servir e não para sermos servidos (Ver Mt 20.28).
Ninguém precisa viver solitariamente, ou em desespero, pois haverá sempre uma outra pessoa a quem ministrar. Sta. Tereza dizia: “Nós não temos nosso Senhor conosco, fisicamente falando, mas temos o nosso próximo, que, para todos os fins do amor e do serviço é tão bom quanto o próprio Senhor” (Ver Mt 25.35-40). E como nunca estamos longe de alguém que necessita de ajuda, haverá sempre a possibilidade de encontrar conforto e alegria ajudando o necessitado a levar o seu fardo ou a resolver o seu problema.