Paz em dias de angústia
Todo mundo tem problemas, tristezas, decepções, algum peso no coração. E não há uma resposta final para estes sofrimentos.
Deus não se apressa em explicar-nos o porquê de nossas tribulações, mas ele pede que confiemos no fato de que cada uma delas é necessária. E ele nos ilumina e nos ajuda ao longo do caminho.
Eu quero compartilhar com você uma fórmula que me tem ajudado muito naqueles dias quando eu sinto como se Deus tivesse se esquecido de mim.
1. Encontre alguma passagem bíblica de especial significação para você nestes dias e agarre-se à mesma.
Há poder, conforto e vida nas Escrituras.
“Na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações. Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou”. Sl 107.19-20.
Eu tenho uma amiga que perdeu o marido de quarenta e cinco anos repentinamente. Em desespero, ao lado do corpo sem vida de seu esposo, eIa clamou: “Ó Deus, dá-me alguma coisa, dá-me alguma coisa”! Deus a ouviu e ela teve a nítida impressão de que o Senhor lhe dizia: “A minha graça te basta” (II Co 12.9). Nestas simples palavras, ela encontrou conforto e força suficientes para os dias difíceis que se seguiram.
2. Comece a louvar ao Senhor.
Por mais absurdo que isso possa parecer, o fato é que a Bíblia nos diz: : “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus” (I Ts 5.18). Inexplicavelmente, paz e alegria enchem os nossos corações quando danos graças e cultuamos a Deus. E isto acontece espacialmente naqueles dias quando pensamos que Deus nos abandonou. Se, então, pudermos dizer, “Senhor, eu não compreendo nada disso, mas – pela fé – eu te amo, eu te louvo, e eu te agradeço”, a paz virá aos nossos corações.
4. Pense em Deus.
“Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo coração é firme, porque ele confia em ti” (Is 26.3) . Deus ó o x na equação da vida, sem o qual não hã nenhuma resposta. No meio de nossas angústias, por um ato deliberado da vontade, nós podemos parar e pensar em Deus: “Deus é infinito, eterno e imutável em sua misericórdia, justiça, bondade e santidade. E Deus me ama. Ele me ama assim como eu sou, ele me ama justamente nesta hora. Ele está comigo. Ele é por mim”. Lembre-se de que o Onipotente tem servos por toda parte. Ver SI 40.17; 37.39; 38.9; etc.
Filipe uma vez disso a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (Jo 14.8). Eu estou certa da que se pudéssemos ver o Pai, – mesmo que apenas de relance, diríamos como Paulo: “Os sofrimentos do presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós” (Rm 8.18) .
4. Ore.
Fale com Deus o que você deseja que ele faça a respeito do problema que você enfrenta. Paulo escreveu aos Filipenses: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.6-7). Oração não é um botão mágico para conseguirmos o que queremos. É melhor do que isto. É a exposição de nossas necessidade e desejos ao Pai, sabendo que ele nos dará o que nós pedimos ou alguma coisa muito melhor.
George MacDonald disse:
“Deus sabe que a oração é a nossa maior necessidade. Quando Deus criou a necessidade da oração, seu objetivo principal foi suprir a nossa necessidade de comunhão com ele. A fome pode trazer o filho fugitivo de volta ao lar. E pode ser que ele seja alimentado imediatamente ou somente mais tarde, mas a verdade é que ele necessita de sua mãe mais do que de comida. A comunhão com Deus é uma necessidade da alma que ultrapassa todas as outras necessidades. A oração é o ponto de partida para esta comunhão, e alguma necessidade é o motivo desta oração. Assim, comece uma comunhão, uma conversa com Deus, torne-se um com ele, pois este é o objetivo da oração, sim, da própria existência. Devemos pedir o que necessitamos e esperar receber. Mas, dar-nos aquilo que pedimos ou algo melhor não é o objetivo primeiro de Deus ao fazer-nos orar…”
5. Faça alguma coisa.
Assim que tenhamos dado os quatro passos referidos, então, é tempo de agir. Paulo recomendou aos Tessalonicenses que cuidassem do que era deles e trabalhassem com as próprias mãos (I Ts 4.1). Citando Mac Donald outra vez:
“Quando vc tiver alguma coisa para fazer, faça-o, mesmo que seja, varrer o quarto, preparar uma refeição ou visitar um amigo. Não preste atenção aos seus sentimentos. Faça o seu trabalho.”
Em Costa Rica há uma missionária a quem os nativos se referem frequentemente, não tanto pelo que ela diz, mas pelo que ela faz: as cortinas que ela fez para uma jovem mãe enferma, um órfão enfermo que ela levou para o seu próprio lar, uma esposa abandonada que ela confortou e ajudou. Esta missionária, agindo assim, tornou mais fácil para as pessoas crerem no evangelho, as boas novas de que Deus nos ama e fez uma completa provisão para a nossa redenção pela morte do seu filho. Aquelas pessoas podiam ver o amor de Deus na vida daquela missionária.
O Deus invisível que raramente explica as suas estranhas providências em nossa vida, pede-nos que sirvamos ao nosso próximo (Gl 5.13). Será sempre um momento crítico e extremamente importante em nossa vida aquele em que decidimos viver para servir e não para sermos servidos. (Ver Mt 20.28). Ninguém precisa viver solitariamente ou em desespero, pois haverá sempre uma outra pessoa a quem ministrar. Santa Tereza dizia: “Nós não temos o nosso Senhor conosco, fisicamente falando, mas temos o nosso próximo que, para todos os fins do amor e do serviço, é tão bom como o próprio Senhor.” Ver Mt 25.35-40. E como nunca estamos longe de alguém que necessita de ajuda, haverá sempre a possibilidade de encontrar conforto e alegria ajudando o necessitado a levar o seu fardo ou a resolver seu problema.
Por Elisabeth Stracham, em “For Women Only”, Ed by Evelyn and Allan Petersen, Tyndale House Publichers. Tradução de Éber César, Recife, 12/2/1987.