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I. Tempo de Renovar (6 mensagens)

I. Tempo de Renovar  (6 mensagens)

Na vida, tudo se desgasta. Coisas, relacionamentos, a própria fé. Algumas coisas podem ser renovadas ou reformadas, outras não. Estas têm que ser jogadas fora, substituídas. Com os relacionamentos, é diferente. Quase sem exceção, podem e devem ser renovados. Acontece, porém, que as pessoas, depressa demais, desistem até de um relacionamento conjugal. Talvez, com um pouco mais de paciência, compreensão, humildade, perdão, amor e oração, seria possível renová-lo.

E o relacionamento com Deus? Não deveria, mas também se desgasta. Uma provação hoje, outra amanhã… O crente ora, confia, espera, e nada acontece… Aparentemente. Então, vêm as duvidas, a desconfiança, a revolta. Há negligências também: falta de oração, falta de leitura da Bíblia, afastamento da igreja… Enfim, falta de manutenção. Aí o desgaste é maior.

Estamos ainda no início de um novo ano! Boa ocasião para renovar! Principalmente com Deus, com Cristo, com o Espírito Santo, com o exercício devocional, com a igreja, com a família…  Vamos refletir sobre estes relacionamentos, fazer um autoexame, ver o que está desgastado, frio, parado e, com a graça de Deus e o esforço próprio, renovar!

I. Tempo de Renovar com Deus

Nesta mensagem, falaremos da renovação com Deus. Há muitos exemplos na Bíblia. Vamos ver apenas o de Abraão. Ele é um bom exemplo, não só pela beleza de sua história, mas também porque “foi chamado amigo de Deus” e “pai de todos os que crêem” (Tg 2.23; Rm 4.11).

 Abraão teve um bom começo

 

Renova-se o que existe, o que se tem, o que começou bem, mas, depois, desgastou-se e corre o perigo de acabar. Abraão teve um bom começo.

“O Deus da glória apareceu a Abraão… quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, e lhe disse: Sai da tua terra e da tua parentela e vem para a terra que eu te mostrarei… Então, saiu da terra dos caldeus e foi habitar em Harã…” (At 7.2-3. Compare com Gn 11.31).

Abraão ficou em Harã até à morte do pai. Então, o Senhor lhe apareceu segunda vez e lhe disse: “Sai da tua terra… e vai para uma terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Partiu, pois, Abraão como lho ordenara o Senhor… Levou consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão…  Partiram para a terra de Canaã; e lá chegaram” (Gn 11. 32 – 12.5). Note o seguinte:

  • Deus apareceu a Abraão, deu-lhe uma ordem, fez-lhe promessas. A iniciativa foi de Deus, como sempre acontece em todo encontro do homem com Deus.
  • Deus graciosamente tornou a aparecer a Abraão, e lhe disse: “Sai… vai para a terra que te mostrarei… Eu te abençoarei… Sê tu uma bênção!” Deus queria que Abraão estivesse num determinado lugar, e queria abençoá-lo, queria usá-lo como instrumento para abençoar a muitos outros!
  • Abraão “partiu como lho ordenara o Senhor”. Levou consigo somente os que estavam sob a sua responsabilidade: a mulher e o sobrinho órfão. Esse é o papel e o dever do chefe de família (ver At 16.31).
    “Partiram para a terra de Canaã; e lá chegaram”. Agora sim!

E a história continua: “Atravessou Abraão a terra até Siquém… Ali edificou… um altar ao Senhor… Passando dali para Betel… armou a sua tenda… edificou um altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor”.

Abraão, onde chegava, armava a sua tenda e edificava um altar. A tenda, de lona, era para morar; ele a levava consigo quando mudava, como todo peregrino. O altar, de pedra, ele o deixava para trás, em cada lugar, como um testemunho: “Aqui esteve um crente!”  Foi assim o começo de Abraão, o “amigo de Deus”. Foi um bom começo. Ele estava bem com Deus.

Provação e desgaste

 

Então, sobreveio uma provação: “Havia fome naquela terra…” (Gn 12.10). Circunstâncias difíceis, adversas, ocorrem em toda parte e com todos. Na terra prometida também! E com um amigo e Deus! Ninguém escapa.

É quando o desgaste acontece. Apreensões, sofrimento, orações, espera… Parece que Deus não ouve. Parece! Mas a fé enfraquece; o crente se esquece das promessas de Deus, pensa que está por sua conta e risco, e age como se assim estivesse.

Aconteceu com Abraão. Ele resolveu se mandar dali, de Canaã, da terra que Deus lhe dera. Foi para o Egito. Levou a mulher e o sobrinho. Bênção que se tornou um problema:  Sara era muito bonita, e Abraão pensou: “Vão me matar para ficar com minha mulher!” Os reis pagãos costumavam fazer isso mesmo, principalmente com maridos estrangeiros de mulheres bonitas. Então, para salvar a pele, Abraão pediu à esposa: “Dize que és minha irmã, para que… por tua causa me conservem a vida” (Gn 12.10-13). Ele ainda não era o “pai dos crentes”! Não confiou na provisão de Deus em Canaã; não confiou na proteção de Deus no Egito. Na adversidade, ficou desorientado, teve medo, mentiu, foi egoísta e, para salvar a própria pele, expôs a mulher que deveria proteger.  Não estava bem com Deus!

A renovação

 

Abraão precisava de uma renovação. E Deus a precipitou. Como? O Faraó descobriu que Sarai, na verdade, era mulher de Abraão, e mesmo sendo pagão, renunciou à mulher e deu uma chamada no crente Abraão. Depois os expulsou do Egito (Gn 12.17-20). O ímpio, às vezes com razão, repreende o crente, para vergonha deste!

“Saiu, pois, Abraão do Egito… Fez as suas jornadas… até Betel… até ao lugar do altar que outrora tinha feito; e aí Abraão invocou o nome do Senhor” (Gn 13.1-3).

Isto é muito bonito. Nesse tempo, o nome do lugar era Luz. Anos mais tarde, Jacó, neto de Abraão, passando por ali, teve uma visão de Deus e chamou aquela terra de Betel, que quer dizer “casa de Deus” (Gn 28.10-17). Os nomes coincidem com a experiência de Abraão: ele voltou para a Luz e para a Casa de Deus, o lugar do altar. Isto é renovação!

Na sequência, um Abraão renovado e de bem com Deus mostra grande fé e coragem ao resgatar o sobrinho Ló e sua família, os quais tinham sido levados como prisioneiros de guerra pelos reis da Mesopotâmia. Na volta, Abraão encontrou-se com Melquisedeque, rei de Salém, um tipo ou símbolo de Cristo no Velho Testamento, e lhe deu o dízimo de tudo o que conseguira resgatar, com a bênção de Deus (Gn 14. Ver Hb 7.1-3). Anos mais tarde, Abraão chegaria ao ápice de sua fé dispondo-se a sacrificar o filho Isaque, por ordem do Senhor… Mas seria só um teste (Gn 22).

Ainda neste início de ano, pergunte-se: “Eu estou parado em Harã, a meio caminho de um projeto, de um empreendimento, seja familiar, profissional ou espiritual? Ou já estou em Canaã? Cheguei onde Deus quer que eu esteja? Minha relação espiritual com Deus já foi melhor… Mas parece que perdi o primeiro amor, não tenho o mesmo entusiasmo, a mesma confiança…” Se este é o seu caso, é tempo de renovar com Deus, de sair deste “Egito” e voltar a Betel, ao lugar do altar, àquele cantinho de leitura bíblica e oração diárias, e aos cultos de sua igreja. Deus o abençoe!

 
Pr. Éber Lenz César,  eberlenzcesar@gmail.com

Leia as próximas mensagens desta série:

 

II.Tempo de renovar com com Cristo

III. Tempo de renovar com o Espírito

IV. Tempo de renovar com a piedade (Bíblia e oração)

V. Tempo de renovar com a Igreja

VI. Tempo de renovar com a família

 

 

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